Prólogo.

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Moscou, 28 de Setembro de 1877.

Senhoras e Senhores, Le Ballet de L'Opéra de Paris e The London National Orchestre Philarmanique apresentam: O lago dos Cisnes. – Aplaudiram veementes.

Ato I

No castelo realiza-se com toda a pompa o aniversário do príncipe Siegfried. A rainha oferece ao filho como presente um Baile e pede-lhe que, no dia seguinte, escolha uma esposa entre as convidadas da festa. Quando os convidados saem do castelo, um grupo de cisnes brancos passa perto do local. Enfeitiçado pela beleza das aves, o príncipe decide caçá-las.

Ato II

O lago do bosque e as suas margens pertencem ao reino do mago Rothbart, que domina a princesa Odette e todo o seu séquito sob a forma de uma ave de rapina. Rothbart transformou Odette e as suas companheiras em cisnes, e só à noite lhes permite recuperarem a aparência humana. A princesa só poderá ser liberta por um homem que a ame. Siegfried, louco de paixão pela princesa das cisnes, jura que será ele a quebrar o feitiço do mago.

Ato III

Na corte da Rainha aparece um nobre cavalheiro e sua filha. O príncipe julga reconhecer na filha do cavalheiro a sua amada Odette, mas, na realidade, os dois personagens são o mago Rothbart e sua filha, Odile. A dança com o cisne negro decide a sorte do príncipe e da sua amada Odette: enfeitiçado por Odile, Siegfried proclama que escolheu Odile como sua bela futura esposa, quebrando assim o juramento feito a Odette.

IV e Último ato

Os cisnes brancos tentam em vão consolar a sua princesa, que é destroçada pela decisão do príncipe, aceitando a sua má sorte. Nesse momento, surge o príncipe Siegfried que explica à donzela como o mago Rothbart e a feiticeira Odile o enganaram. Ela perdoa o príncipe e os dois renovam os votos de amor um pelo o outro. Nesse momento, aparece o mago Rothbart e tenta matar Odette. O príncipe corta as asas de Rothbart fazendo com que ele perca seus poderes, e tendo renovado seus votos de amor, se casa com Odette. - Aplaudem veemente, pela segunda e última vez.

Chegado o fim do espetáculo, Harry – ainda nas vestes de Siegfried – sorriu abatido, olhando discretamente em direção à orquestra: Louis ainda estava a organizar os instrumentos. Pensara Edward, naquele momento, em uma única coisa; O pouco tempo que restava até que tivesse que despedir-se de Louis, pois em poucas horas estariam embarcando em navios opostos, a caminho de casa.
Harry pediu desesperadamente às forças superiores que o guiasse para o caminho certo, pois se encontrava loucamente perdido por Louis. E viu, naquele fim de espetáculo, um possível fim para os dois.

- E assim, o que deveria ser o esplendor de sua carreira transformou-se um momento de enorme angustia e langor para o bailarino.
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Do outro lado do palco, semelhantes indagações perturbavam a cabeça de Louis, que estreara suas composições autorais em um grande espetáculo: como almejou ao longo de toda a sua vida acadêmica. {...} Mas por que então, o sorriso radiante que imaginava ter estampado em seu rosto naquele momento, se absteve: dando lugar a feições de profunda tristeza? A resposta nunca foi tão fácil para Louis: Ele não queria perder Harry. E nada, além disso, se fez importante naquele momento.

- William finalmente percebeu que não queria voltar para casa sem o amado e precisava pensar em algo para reverter à situação em que se encontrava.
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Ambos não se falaram na saída e nem durante o Coquetel ofertado pelo Teatro após a finalização dos atos. O sentimento de impotência afastou-os, de alguma forma. Seja por defesa, ou por medo. O fato é que eles não tiveram o atrevimento de aproximar-se em momento algum esta noite. Talvez pela incapacidade de resolver o problema estampado em seus rostos. Ou pelo desespero que assolava em suas mentes.
Harry e Louis eram homens tão intensos e dramáticos, quanto o ofício que cumpriam: O rigor de um salto e a precisão de uma nota musical nada se comparava à fragilidade que existiam neles em comum.
Ambos tinham mais semelhanças do que apenas o amor infinito que sentiam em seus corações.
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Após algumas horas de Coquetel, todos retornaram para seus aposentos; bailarinos, músicos, maestros e toda a produção imploravam por descanso antes da longa viagem que aconteceria na manhã seguinte. Mas Harry não fechou seus olhos nem por um segundo. Não se perdoou por não ter nem ao menos se despedido de Louis, por medo.
Ele jamais havia se apaixonado antes, sequer amado alguém dessa forma. Não queria nem imaginar o sentimento que seria perder William para sempre.

-Trocar cartas para o resto da vida não parecia uma boa alternativa para Edward.

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Diferentemente de Harry, Louis tentou pensar em alguma solução. Ele sabia que tudo deveria ser feito de forma discreta, afinal: o que seriam deles se alguém desconfiasse de algo?
Mas William usou da sua esperteza e logo teve a melhor ideia que poderia (talvez a mais arriscada também), mas - sem muito pesar - decidiu arriscar-se nisso.

- Louis enfim, deitou-se em sua cama e descansou até o amanhecer.

Ao acordar, arrumou suas vestes e utensílios na mala, comeu uma fruta como de costume e, antes que todos, conduziu-se ao porto.
Não demorou muito para que todos começassem a chegar. Os dois navios com destinos diferentes já estavam a postos. E logo em seguida os passageiros começaram a embarcar.
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- Louis, o que faz aqui? – Disse Harry, com expressão de espanto.

- Parece que não nos falamos ontem após a apresentação. – distraiu Louis.

- Eu sei, ontem não foi uma boa noite. Mas O QUE FAZ AQUI? – Indaga Harry, desesperado por uma explicação.

- Fala baixo, Edward! Para todos os efeitos, tudo não passa de um engano. – Ironiza Louis.

- Você realmente sabe que está a caminho de Paris ao invés de Londres, não é? – Harry confuso, questiona.

- Sim, eu sei exatamente para onde estou indo - Respondeu Louis, com um tom sarcástico.

- E por que fez isso? É perigoso demais Louis. Você não pode abandonar a orquestra.

- Eu não poderia fazer diferente, querido. -Disse Louis, com lágrimas nos olhos. - Eu jamais deixaria você partir.
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Harry Edward e Louis William eram os homens mais felizes do mundo nesse momento. Eles definitivamente não sabiam que seria tão difícil viver esse romance na Paris do século XIX, mas eles precisavam tentar.

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* Esse prólogo marca, resumidamente, a divisão das duas eras da fanfic (antes e depois do grande show).
* Podem comentar sobre qualquer dúvida que tiverem, mas de antemão já aviso que TUDO será esclarecido com o passar da história.
* Obrigado à quem chegou até aqui, logo logo sai o primeiro capítulo, e farei de tudo para atualizar o mais rápido possível.
* A ideia e desenvolvimento são totalmente autorais.
* Espero que tenham gostado, e até a próxima 💘

 The Pink Swan || l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora