Out Of The Woods

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"Remember when you hit the brakes too soon
Twenty stitches in a hospital room
When you started crying baby, I did too
But when the sun came up I was looking at you
Remember when we couldn't take the heat
I walked out, I said, I'm setting you free"

Catarina dormia profundamente no sofá da casa de sua amiga, Amy, quando acordou com o celular vibrando. Pelo visor, viu que era Caleb.  Suspirou e optou por ignorá-lo, não estava com vontade de conversar com ele. Ajeitou-se no sofá, e tentou voltar a dormir, mas já era tarde demais e o buzz da ligação não ajudava em nada. Finalmente, com a paciência por um fio, decidiu atender. 

--Alô--disse ela, sem esforçar em esconder a voz sonolenta. 

--Hey, Cat--a voz do outro lado parecia surpresa em ouvi-la responder--Te acordei?

--Sim--respondeu Catarina, fria. Seus olhos encaravam o teto de madeira, passeando pelo lustre vintage que pendia de cima. Era uma casa relativamente pequena, porém bastante confortável. A sala de estar onde ela estava não deixava nada a desejar: o sofá para três pessoas virava uma bela cama e ali, podia assistir televisão em HD. Havia também quatro prateleiras em formato retangular, nos quais se via alguns retratos da família de Amy, livros, dvds e cds. Não muito longe da televisão à la tela de cinema, como sua amiga costumava dizer, via-se o som potente da mesma. Nas últimas vezes em que esteve ali para assistir filmes, Catarina havia se surpreendido com o barulho que fazia. Era como se estivessem mesmo no cinema

--Peço perdão por isso, embora já passe do meio-dia--brincou Caleb--Foi à alguma festa ontem?

Catarina não respondeu.

--O que aconteceu, Caleb?--inquiriu ela--Não tenho notícias suas há algumas semanas.

--Podemos nos encontrar pessoalmente? Gostaria muito de conversar a respeito disso contigo, cara a cara--ele soava ansioso. Catarina imaginou que se sentisse culpado por algo que havia feito e agora voltava como um cão arrependido retornava ao dono depois de ter fugido de casa.

--Não--ela foi firme em sua decisão, por mais que doesse--Você teve suas oportunidades, Caleb, e eu fui paciente em aguardar pelo momento em que fosse esperto o suficiente para capturá-las. Não tivemos nada sério e jamais teremos algo dessa natureza. Por favor, entenda que essa foi a minha escolha. Esperei, mas não esperarei mais.

Silêncio. Catarina se sentiu tentada a desligar o celular na cara dele, mas repensou o ato. Apesar de ter tomado aquela decisão sozinha, de tê-la comunicado sem qualquer sinal de aberturas, sabia que não se tratava apenas dela, mas de ambos

--Tudo bem--concebeu Caleb--Seja como for, a liberto do fardo de estarmos juntos. Não a incomodarei mais.

E desligou antes que Catarina pudesse falar qualquer coisa. Foi quando deu-se margem para as lágrimas, afundando-se em um passado que desaparecia no tempo, nos momentos em que as ilusões eram significativas e não palavras que, como flechas, arrancariam as esperanças de uma sobrevida no campo de batalha. 

*                                                                                                    *                                                                                           *

Alguns dias se passaram desde o 'meet & greet' em Edimburgo e, mesmo assim, Tom sentia-se irrequieto, como se faltasse algo. Em outro evento para divulgar 'Os Vingadores: Guerra Infinita', convidou sua colega de elenco, Elizabeth Olsen, para ser seu par e, a princípio, estava tudo indo bem. Na festa privada, onde bebida e comida eram oferecidas à vontade, o flerte entre ambos corria sem qualquer impedimento. E, no entanto, por mais bonita que ela fosse, faltava algo nela que... Catarina possuía. E o que seria? Tom tentou afastar os pensamentos da estrangeira que havia conhecido e focou no presente. 

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