Capitulo 7 - O culpado

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O trajeto de volta à Village Barney levou apenas alguns minutos, mas Evie subitamente descobriu que não queria que a noite terminasse. Peter havia relaxado durante a sobremesa e o café, conversando sobre seu trabalho no mercado de ações, contando-lhe anedotas divertidas sobre algumas pessoas que conhecera e lugares que visitara. Ela sabia que estava sendo tola em baixar a guarda, mas, por alguma razão, a incrível sensação de prazer e tranqüilidade que sentia agora ao lado dele parecia superar o bom senso.

Enquanto Peter conduzia o caminho para porta da frente, Evie podia sentir a fragrância de cravo-da-índia vindo do canteiro que corria ao longo de uma das laterais da propriedade. Os sinos de vento do lado de fora da porta se moviam com a brisa, carregando os aromas do jardim e criando uma atmosfera quase intoxicante.

— Por que não tomamos um drinque ao ar livre? — sugeriu Peter. — Está uma noite muito agradável para permanecermos fechados.

— Isso parece adorável — disse Evie, imaginando se ele lera sua mente. Ela estivera pensando como seria agradável sentar-se no jardim, respirando o ar fragrante e olhando para as estrelas no céu escuro.

Alguns minutos depois, ela o seguiu para o jardim, os pés descalços afundando no gramado levemente úmido.

Peter lhe entregou um conhaque e deu um tapinha no banco de balanço, para que ela se sentasse ao seu lado.

— Você parece uma fada — observou ele com um sorriso.

Evie retornou o sorriso e sentou.

— Adoro noites como esta. Adoro os sons e aromas de um jardim de noite. É como um outro mundo aqui fora.

Ele posicionou um dos pés contra uma árvore para colocar o banco em movimento. O balanço gentil uniu mais os corpos de ambos. Evie podia sentir a coxa grossa encostada na sua, seu ombro roçando no braço dele. Então, arrepiou-se quando Peter passou o braço sobre o espaldar do banco, parando os dedos perto de sua nuca. Seria tão fácil se virar para ele, tocar os ângulos do rosto bonito, explorar os contornos da boca sensual.

— Você não tocou no seu conhaque — observou ele, olhando para o copo que Evie segurava nas mãos.

— Não gosto muito de bebida alcoólica — confessou ela. — O vinho que tomamos no jantar já subiu um pouco à minha cabeça. — Debilitando meu bom-senso, pensou, pondo o copo no chão.

O longo silêncio foi preenchido pelo som de cigarras e grilos. Peter se virou para fitá-la.

— Você trouxe meu pai aqui alguma vez?

Evie não podia ler-lhe a expressão no escuro, mas sentiu tensão na pergunta.

— Sim, algumas vezes. Ele achava o ar fresco pacífico.

Um outro silêncio se seguiu.

Apesar da escuridão, Evie podia sentiu o olhar dele prendendo o seu.

— No que está pensando, Evie?

— Eu estava pensando que nós provavelmente seremos comidos vivos pelos mosquitos — respondeu ela com um pequeno sorriso.

Ele sorriu, mas não disse nada. Então ergueu uma das mãos para o rosto dela e, com um dedo, traçou-lhe a curva dos lábios. Evie permaneceu imóvel, mal conseguindo respirar, hipnotizada pelo toque leve como uma pena. Observou, como em câmera lenta, quando a cabeça de Peter baixou, a boca sensual tão perto da sua que ela podia sentir a respiração dele roçando-lhe os lábios. Inalou profundamente quando os lábios de Peter se pressionaram contra os seus, uma, duas vezes, e então na terceira vez, com maior pressão.

A boca dele era como fogo, despertando-lhe os sentidos numa onda frenética de excitação. Os pejos que despontavam no maxilar másculo roçando em seu rosto, a faziam se sentir feminina de um jeito que nunca se sentira antes.

Sweet SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora