Congrats on your luck

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N/A: As partes consideradas (por algumas pessoas) mais pesadas, como esse início onde o Jeongguk diz o que acontece com ele, é apenas NESSE capítulo, é só para situar os leitores a respeito do porquê Jeongguk fugir de casa. A partir do próximo é só amor :))

Boa leitura Xx.

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Mais um dia. Mais um dia nessa vida miserável como propriedade de um ser nojento que não possui o mínimo de compaixão e bondade. Alguém que me agride e abusa de mim o quanto quer sem me dar nenhuma chance de me defender, e se o faço, acabo sofrendo dez vezes mais com os castigos cruéis e doloridos desse desgraçado.

Mesmo que existam em grande escala, os híbridos ainda são considerados, por muitos, seres inferiores e até aberrações que não deveriam existir. Alguns dizem que somos o câncer do mundo.

Qual a grande diferença entre nós e àqueles considerados normais? Eu tenho a plena consciência de que ver um humano com algumas características de animais deve ser estranho, mas já existimos fazem séculos, já deveriam ter se acostumado com nossa presença. Não vejo motivos para sermos tratados de maneira diferente uma vez que possuímos tudo o que os não híbridos têm, principalmente a inteligência.

Quando era pequeno, vivia em Busan e tinha a vida desejada por todos. Uma família que me amava e uma condição financeira que não era abundante, mas que nunca nos deixou passar por necessidades. É uma pena que tudo isso me foi arrancado quando eu era uma criança inocente de seis anos e tive meus pais assassinados em uma tentativa de assalto. Mesmo sendo um dos vários híbridos da família, nenhum daqueles que diziam me amar quiseram me abrigar, então fui mandado para um orfanato onde vivi consideravelmente bem até meus nove anos, antes de ser adotado por Lee Kwan e o inferno pessoal que tenho que chamar de vida começar.

Nos primeiros três anos eu pensava que teria uma vida feliz novamente. Morava em uma grande casa no centro de Seul, estudava em um local onde o preconceito com híbridos era quase nulo e a educação era de qualidade, embora eu nunca pudesse ir à passeios ou saber mais sobre a maioria dos assuntos, e a condição financeira era a melhor que já tive o prazer de experimentar.

Mas não pense que por isso eu tinha algum tipo de liberdade. Todos os dias eram iguais, aquela rotina maçante da casa pra escola e da escola pra casa era o que devia ser seguida. Infelizmente fui tolo à ponto de achar que isso fosse mudar com o tempo, que ele iria me levar à lugares legais e mostrar e ensinar coisas novas. Nunca aconteceu.

Até que começou.

Kwan chegava cada vez mais tarde em casa e se tornava deveras violento, cada cômodo da nossa moradia ia se esvaziando conforme os dias passavam. Até que tivemos que sair da mesma quando agiotas a tomaram por conta de uma dívida gigantesca de jogos de azar. Fomos morar na periferia, tive que sair da escola de boa qualidade que costumava frequentar e fui para uma pública, onde conheci o lado mais obscuro das pessoas e do preconceito.

Aberração foi, provavelmente, a palavra que eu mais escutei durante meu curto período naquele lugar, os professores nem sequer tentavam me ensinar à fazer alguma coisa, me ignoravam como se eu fosse invisível. Nenhuma das situações durou muito, já que desisti dos estudos e parei de frequentar as aulas assim que completei treze anos. Pensei que minha vida fosse melhorar depois da minha saída da escola, mas isso não aconteceu quando Kwan passou à me prender ainda mais em casa, alegando que sua propriedade não podia sair andando livremente por aí.

O pior período da minha existência se iniciou quando eu tinha quinze anos e jamais me senti tão sujo, usado e insignificante como quando ele passou à me tocar de maneira indecente, fazendo coisas que foram além dos tapas e socos que já haviam se tornado rotineiros.

I'll show you the world ¦ pjm+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora