Capítulo 5 - Sraths (Parte 5)

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Enquanto todos os magos expressavam sua surpresa com a declaração de Kayan, Kil-el-mih demonstrava um alivio na tensão do combate.

– Tem certeza disso? – indagou o srath com sua voz nasalada. – Você ainda está em condições de lutar.

– Não acho que eu seria capaz de vencê-lo nas minhas condições atuais. Apesar disso, sugiro que deixe o continente com seus sraths.

A sugestão de Kayan fez com que o sumo sacerdote fizesse um som parecido com uma risada.

– Por que eu faria isso? Nós estamos em maior número.

– Por que nós iremos vencer, mesmo em desvantagem. Lembre-se do que houve em nosso último confronto.

– Isso não importa, lutaremos mesmo assim.

– Não há necessidade disso. Se nos enfrentarmos de novo serei capaz de vencer você e os outros sacerdotes não serão capazes de fazer frente aos nossos melhores magos.

– Isso não importa. Mesmo se perdermos a batalha, mataremos o maior número de humanos que pudermos. Esse é o desejo de nosso deus Kliuss.

Os argumentos de Kayan não estavam funcionando. Ele acreditava que Kil-el-mih fosse mais racional, mas ele não passava de um fanático religioso. Apesar disso, ele não desistiu de convencê-lo.

– Aquele alto-sacerdote que nos enfrentou em Linoa, por acaso ele era seu filho? – presumiu Kayan devido ao uso semelhante do crisis com a calda.

– Sim, meu primogênito Kil-li-vih.

– E você irá arriscar a vida dele desta maneira? Ele é forte, mas nossos mestres são mais. E será um mestre a enfrentá-lo se isso acabar em uma batalha.

– Será uma honra para mim e para meu filho morrer em nome de Kliuss.

Aquela conversa não estava levando a nada. Kayan esperava convencer o inimigo a se retirar para poupar a vida de sua raça, mas ele estava disposto a sacrificar todos os sraths apenas para matar o maior número de magos humanos possível.

– Eu mudei de ideia, vamos duelar até a morte Kil-el-mih.

Aquela era algo muito arriscado para se fazer devido aos ferimentos que Kayan havia sofrido, mas se ele vencesse o sumo sacerdote ali nenhum de seus amigos correria perigo algum. E era isso que motivava a decisão do mago negro. No entanto, aquilo também falhou.

– Vocês têm cinco dias para nos desafiar no castelo que tiramos de vocês. Caso contrário, passaremos a destruir seus vilarejos e milhares de humanos morrerão.

Apesar da recusa de Kil-el-mih, Kayan avançou em meio a um gemido de dor. Seu ataque, entretanto, foi barrado por uma poderosa parede de chamas conjurada pelo srath. Aquele feitiço fez com que o mago negro recuasse e o srath ficasse ainda mais distante.

– Cinco dias, Kayan Atreius.

Enquanto o inimigo sumia rapidamente no horizonte, Kayan recuou lentamente até seus amigos.

– Pessoal, me desculpem, deixei ele escapar.

– Você não precisa se desculpar – adiantou-se Cristallia enquanto conjurava um ressin para curar Kayan. – Se você não estivesse aqui ninguém seria capaz de enfrentá-lo. Tire a parte de cima de suas roupas para que eu possa curá-lo melhor.

O Atreius fez como a garota pediu enquanto Thays observava aquilo com uma pontada de ciúmes. Ela sabia que a maga branca apenas queria ajudá-lo, mas aquilo não abrandava seus sentimentos.

A Ordem de Drugstrein - Volume IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora