Nunca duvide de uma garota

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E assim eu saí correndo sem rumo, parei num parquinho perto do estacionamento do lugar, me sentei num balanço e comecei a pensar nas coisas que tinha ouvido… Nic estava maluco, pensando que Gabriel estava afim de mim. Eu usei o Gabriel pra fazer ciúmes no Nic, mas não quis causar isso. Agora teria que arrumar um jeito de resolver tudo isso.

-Morgana, você está bem? - ouvi a voz de Gabriel vindo do outro lado, me virei e o vi parado perto do escorregador - você saiu correndo de lá, fiquei com medo de te deixar sozinha, então te segui.

-Eu… só estou pensando no que aconteceu - respondi, estava precisando de alguém para desabafar e pedir conselhos - a culpa é minha. Eu te coloquei numa situação difícil… me desculpe…

-Não, Morgana. Você não teve culpa de nada - disse ele, se aproximou e sentou no balanço ao lado - o Nicolas que está com um ciúmes bobo.

-Não, fui eu que causei isso… mais cedo ele me provocou, corri para a piscina e depois te usei pra causar ciúmes nele…

Com isso ele ficou em silêncio, desviou o olhar do meu, e observou a o céu. Quando pensei que ele não falaria mais nada, voltou a olhar para mim e sorriu.

-Você não quis causar tudo isso, se você me usou para causar ciúmes nele é porque gosta dele… e se isso funcionou é porque ele também gosta de você. Acho que vocês deviam conversar.

-Eu acho que só estragaria tudo, mais ainda - respondi dando risada.

-Não vai estragar, vocês vão se reconciliar, você vai ver.

-Gabriel, você é um cara legal. Obrigada por não ficar com raiva de mim, e ainda me ajudar…

-Amigos são pra essas coisas - respondeu ele sorrindo.

E então me levantei do balanço num salto, caminhei até ficar em frente ao Gabriel e o abracei. Depois sorri para ele e corri até o quarto que dividia com Nic.

~ minutos mais tarde ~

-Nic! Sai desse banheiro, precisamos conversar - digo, batendo novamente na porta - Nic, por favor abre essa porta!

-Eu disse que precisávamos conversar e você quis ficar sozinha - respondeu ele, a voz abafada por causa da porta entre nós - agora me deixa em paz.

-Eu sei, você tem toda razão pra ficar bravo. Por favor, sai daí, vamos pelo menos descer e jantar.

-Pode ir, eu vou depois.

-Não vou sair desse quarto sem você.

Como não obtive resposta, decidi me sentar encostada na porta, não iria desistir de ir jantar com ele. Uma hora ou outra ele teria que sair de lá.

-Nic! Me desculpa, eu fui uma idiota com você. Você pode me xingar depois, mas vamos jantar, eu já estou morrendo de fome.

-Aceito suas desculpas, mas não vou sair daqui.

-Você vai ser responsável pela fome de nós dois. Daqui a pouco o jantar vai parar de ser servido!

-Você pode muito bem descer e jantar com o Gabriel.

-Não vou jantar com ele. Vou jantar com você! Nem que pra isso eu tenha que arrombar essa maldita porta!

-Morgana! Você não vai fazer isso né? Nós teríamos que pagar por isso depois…

-Se você não sair daí, vou ser obrigada a fazer isso.

-Você não tem força o suficiente.

E assim me levantei, tomei distância da porta, corri e me joguei contra ela. A porta não cedeu, mas balançou bastante. Me afastei novamente e me joguei contra a porta, que dessa vez tremeu mais forte.

-Morgana! Pare! - gritou Nic.

-Então saía! - exigi.

-Calma.

-Vou contar até 10 - respondi, é claro que eu não ia conseguir arrombar a porta, mas o pânico dele era divertido - um, dois, três, quatro, cinco…

Nic abriu a porta e saiu de lá com cara de assustado, seus olhos estavam vermelhos e o rosto com lágrimas secas. Me partiu o coração vê-lo daquele jeito. Corri até ele e o abracei, no começo ele estava tenso, mas depois me abraçou de volta.

-Vamos jantar? - perguntei depois de alguns minutos.

-Sim, só vou lavar o rosto - respondeu ele, se soltando dos meus braços.

Me apaixonei de repenteOnde histórias criam vida. Descubra agora