Merry Christmas

Capítulo 2: O natal

"Ei, já é de manhã" são as primeiras palavras que ouço antes mesmo de abrir meus olhos.

As mãos de Alice tocam meus ombros, estão um tanto frias por causa a  temperatura baixa da lanchonete, mas, de qualquer forma, é bom ainda sentir seu toque depois da noite passada.

Me levanto da poltrona da mesa em formato de "L" e a vejo parada a minha frente, com alguns dos fios de seu cabelo ainda bagunçados.

— A luz voltou — ela diz, assim que percebe que estou prestando atenção —, acho que finalmente podemos sair daqui.

— Viva! — digo, ainda meio zonzo pelo sono.

— E, quase me esquecendo: Feliz natal! — Um sorriso se forma em seu rosto, e roubo um selinho dela.

Logo em seguida, ponho o meu casaco de inverno e meus coturnos, ao mesmo tempo sinto minha barriga roncar.

— Estou morrendo de fome.

— Eu também, você não sabe o quanto — ela solta. — Não  tem nada pronto para hoje, terei que comer em casa.

Eu moro algumas horas perto daqui, até chegar em casa vai demorar muito e minha fome não irá aguentar.

— Você se importa se eu comer na sua casa? — pergunto com anseio.

— Claro que não! Você acha que eu ligaria depois de ter transando com você ontem à noite?

Solto uma risada com o que ela acabou de falar, nem parecia a mesma garota tímida que eu havia conhecido ontem.

— Bem, vamos então?

— Sim, só preciso fechar a lanchonete definitivamente agora. — Ela foi colocando a faca que usamos para fazer o verdade e desafio na gaveta dentro do balcão.— Torça para que a força não acabe de novo!

— Vire essa boca para lá, Alice. — Ando em direção à porta, segurando-a para ela passar.

O frio lá fora era, com toda certeza, mais forte do que dentro da lanchonete. Meus dentes estavam batendo uns nos outros com tanto frio por causa da baixa temperatura, rapidamente corri até a porta do meu carro, que se encontrava no estacionamento da lanchonete, e, assim, nosso destino foi para a casa de Alice.

                             ♡

Sua casa é super organizada, menos o seu "quarto", seu apartamento era um quitinete. Quando chegamos, ela preparou um chocolate quente e pegou alguns cookies com enfeites de natal.

Percebo Alice muito solitária, sua família não ligou, nem sequer veio para passar o natal com ela. Já a minha, quase certeza que devem ter mandado vários recados, mas meu celular está sem bateria.

— Onde está sua família? — digo, me aconchegando em seu sofá.

— Minha família? — Ela fica sem graça. — Bom, é algo complicado.