Violet.

prólogo.

Tudo mudou. O Dylan evaporou-se, ele deixou-me para trás, mas antes disso partilhou comigo coisas horríveis. Nunca pensei que ele me pudesse fazer isso. Eu amava-o e ele simplesmente quebrou o meu coração e foi-se embora.

Já se passaram meses e mesmo assim espero pelo seu regresso. Quase todos os dias, envio e-mails para ele. É como se fosse o meu desabafo, apesar de estar sempre com a Allison. Tyler foi com o Dylan, mas pelo menos contacta a Allison, conta o que tem para contar, mas nunca diz a sua localização. E isso irrita-me.

O dia já passara e mais uma vez decide escrever-lhe, talvez para contar como correu o meu dia e como tem sido a minha vida, como sempre. Mal chego ao meu quarto, atiro a minha mochila e os meus livros para cima da cama e sento-me em frente da minha secretária. Ligo o meu computador e espero. Meto a sua passe e vou imediatamente até ao meu e-mail. Como sempre, não tenho resposta. Decido começar a escrever.

Dylan, esperava que me tivesses dado o teu verdadeiro mail. Tenho tantas saudades tuas. Sabes, eu não acredito no que me disseste há meses atrás. Acredito que não quiseste dizer aqui. Foste obrigado? O quê que se deveu aquilo? Preciso de ti. Preciso que voltes. Isto tem andado tão diferente. Sabes o que é olhar para cada lugar e ver-te? É doloroso saber que na verdade não estás aqui.

Foste um cobarde. Assim que a tua vida saiu dos eixos, descarregaste a tua raiva em cima de mim, dizendo tudo aquilo. Achas que eu precisava disso? Eu sentia que podia confiar em ti. Sentia-me segura contigo. E agora, sinto-me completamente desprotegida. O perigo está cada vez mais perto de mim, eu sinto.

Mas mudando de assunto. Quero contar-te as novidades. Apesar de me lembrar de ti em qualquer momento, o Damon tem ajudado imenso. Tenho revivido memórias dos tempos em que morava em Nova Iorque. Tudo parece melhor. A dor da tua perda está presente, como sempre, mas tudo acalma quando estou com ele. Sei que o “odeias”, mas sabes, eu não quero saber. Foste tu que me abandonaste, foste tu que fizeste questão de partir o meu coração com a tua despedida. Tu quebraste-me, Dylan.

Parei de escrever, porque já estava a ser difícil de visualizar qualquer palavra por causa das lágrimas. Mas decidi enviar isto. Assim que enviei, fechei o computador e deitei-me na cama. Sempre que fecho os meus olhos, revivo cada memória com o Dylan. Revivo cada detalhe dos nossos momentos. É como se os tivesse a viver de novo. E por vezes, desejo isso, só para mudar meras coisas.

Devo continuar a acreditar que ele voltará? Devo continuar a lutar por algo que nunca existiu na verdade? Ele quebrou-me, mas mesmo assim peço todas as noites que ele regressa.