๑ why, hyung?

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Taehyung era um garoto de ouro.

Ele não tinha certeza do que isso significava porque, até onde sabia, era feito de carne e osso, e não ouro. Se fosse, ele com certeza tentaria comprar uma passagem para conhecer o parque bonito e gigantesco que vira na televisão e seu pai dissera-lhe que ele precisaria trabalhar e juntar muito dinheiro para visitá-lo porque ficava do outro lado do mundo. Taehyung também não tinha certeza onde era o outro lado do mundo, mas parecia ser longe.

Mesmo sendo feito de carne e osso ─ como os personagens na televisão costumavam dizer ─, todo mundo continuava dizendo que Taehyung era um garoto de ouro. Seus professores o elogiavam por ser participativo, criativo e inteligente. Ele costumava ser o primeiro da classe a terminar todos os exercícios e ajudava seus colegas com um imenso sorriso no rosto, saltitando de lá para cá na sala enquanto a professora o mandava ir se sentar. Também era o que tinha mais estrelas de honra ao mérito coladas na agenda e sempre que algum familiar seu aparecia no colégio, elogiavam o Kim sem esquecer de acrescentar:

─ Ele só precisava falar um pouco menos.

Em casa, Taehyung também era um garoto de ouro. Ele adorava ajudar a avó com os afazeres ou simplesmente sentar na bancada da cozinha e ouvi-la contando histórias da sua adolescência ou reclamando da mãe do menino. Era gentil e sorridente com todos os visitantes da casa, e elogios como adorável, uma gracinha ou um doce de criança eram coisas que o menor ouvia diariamente.

Nas brincadeiras com as crianças do bairro, Taehyung sempre estava cercado por suas vizinhas da rua de cima, que amavam carregá-lo por todos os lados como se fosse um cachorrinho. Às vezes, ele brincava de esconde-esconde com os mais novos da rua e, em outras, preferia ficar sentado na calçada observando os mais velhos jogarem basquete ou futebol. Taehyung pedia para se juntar a eles, mas diziam que ele era pequeno e novo demais então poderia se machucar. Até mesmo para esses coleguinhas ele era um garoto de ouro porque, na maioria das vezes, nunca era achado no esconde-esconde e sempre conseguia adivinhar o time vencedor das partidas dos mais velhos.

A única pessoa que não dizia que Taehyung era um garoto de ouro era seu vizinho da frente, Min Yoongi.

─ Você é um garoto chiclete, isso sim. ─ Yoongi dizia.

─ Por que?

─ Porque não desgruda de mim.

Yoongi mudara-se para a vizinhança quatro anos atrás, quando Taehyung ainda não conseguia escrever seu nome e nem podia brincar na rua com os demais. Na verdade, os pais do Kim começaram a deixá-lo sair de casa porque Yoongi sempre ficava sentado na calçada com seu walkman na mão e fones nos ouvidos, observando os demais, então a senhora Kim pedia ao garotinho para ficar de olho no filho.

Na humilde opinião de Taehyung, Yoongi era bem mais legal quando os dois se conheceram. Ele deixava o mais novo ouvir música consigo, ajudava-o com as tarefinhas da escola, que consistiam em pintar desenhos ou escrever seu nome, deixava-o sentar em seu colo quando estavam no sofá da sua casa assistindo desenhos e até o chamava de Taetae! Foi só o Kim crescer um pouco para Yoongi não deixá-lo mais pegar o walkman emprestado, dizer que ele já estava grandinho demais para fazer ter ajuda nas tarefas e para sentar em seu colo e não o chamava mais pelo apelido carinhoso, apenas de vez em quando. Taehyung não gostava nenhum pouco dessa nova realidade porque, agora, os únicos que tinham apelidinhos do mais velho eram o vizinho do lado, Jeon Jungkook, e só porque ele era pequenininho e o melhor amigo da escola do Kim, Park Jimin, o que era uma tremenda injustiça porque ele era mais velho, mas Yoongi dizia que ele também eram pequenininho então merecia um apelido.

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