Say it first - Quarto capítulo
Música: Say it first - Sam Smith
Boa leitura! E se possível deixe seu feedback nos comentários :)
Cheryl
Senti seu olhar cravar meu âmago e minha vontade era de retribuir na mesma intensidade, mas por alguma destreza da natureza acabei afundando na timidez e em meio às lacunas contemplei sua figura. Seu sorriso era brilhante como uma estrela, seu jeitinho de colocar o cabelo atrás da orelha cativou-me, e era inebriante a forma que ela mordia os lábios quando tentava lembrar algo. Cada minúcia me deslumbrava.
Toni
Durante toda tarefa não consegui parar de observar suas ações, e quando ela pôs os óculos de grau foi o apogeu. Vi-me perdida em seus movimentos. Cada trejeito foi matematicamente calculado por Deus, seu semblante propagava um dilúvio de sentimentos.
Em consequência à sua demora na diretoria nos foi passado um novo trabalho. Teríamos que passar mais tempo juntas, e isso me transbordou de forma auspiciosa.
Dias depois.
Toni
Com o passar dos dias nossa amizade tonificou-se cada vez mais e a avidez dissipou-se em fragmentos diante de suas revelações. A apreensão me consumia. Não seria justo a envolver nessa anarquia de incertezas, e o que restou da ínfima sanidade foi à volúpia de conhecer cada linha de seu corpo, explorar cada brecha existente.
Só queria poder violar as limitações decretadas por minha mente. Queria expulsar todos os medos, todas as inseguranças e frustrações. Queria ela em meus braços, queria ser seu porto seguro... Só a quero.
Ela é uma residência com janelas fechadas, e basta um raio para iluminar toda escuridão presente. Sua alma é ímpar. Ela é linda de todas as formas
Aspirava a cada segundo sua imagem em meus braços, o devaneio por seus toques me deteriorava, meu corpo suplicava por seus beijos, mas o temor de ser abandonada corroía como praga a vivência da estabilidade.
Passávamos as tardes juntas e isso provocou uma nova descoberta: o amor pela natureza. Ao anoitecer, os elementos da floresta testemunhavam as confissões sobre seus temores, suas hesitações e privações. Cada minuto tornou-se essencial para decifrar esse quebra-cabeça, cada peça me asfixiava e me fazia agradecer por todos os momentos fajutos. As palavras afugentavam seu imo. Era notório. Ela precisava de um suporte, e eu precisava dela.
Cheryl
Com o tempo nossa relação atingiu o patamar de amizade, e enxerguei em Toni a segurança que tanto buscava. Conheci suas indecisões, aprendi suas manias e descobri seus sonhos. Contemplei seu choro ao me contar sobre suas dores, e diante do universo jurei a proteger de todos os males. E a promessa atingia-me. Não seria justo envolvê-la nessa confusão de incertezas que ronda meu ser, não seria digna de seu carinho se deixasse minha família tomar sapiência de meus sentimentos. Não depois de toda mordacidade.
Toni é resistência, é luta e sobrevivência. Sua diligência por paz me transfere força e animo para enfrentar os pesares.
Nesse ínterim, minha casa tornou-se um refugio sexual para mamãe e quando encontrei Hal Cooper, nosso primo e pai de Betty, foi o acme para que eu pudesse vislumbrar sua farsa.
Era insano pensar no tempo em que perdi procurando respostas para censuras de mamãe, a quantidade de lágrimas que derramei e o quanto desejei extirpar meus desejos secretos em função de sua duplicidade de caráter. O que ela depreciava era na verdade o que faltava nela, e ante isso não encontrei razões para permanecer no plácito que cingia minha vida desde Heather.
Em companhia da vívida lua caminhei até ao primitivo ninho de serpentes onde vive Toni, e alvejei a janela de seu lar com minha eleita flecha. Sua espantada imagem alvejou-me como tiro a queima roupa. Nunca havia presenciado suas crises, e a solução tangível foi a envolver em um simplório abraço.
Toni
A coibição quanto a Cheryl calejava-me sem anestesia. As madrugadas eram cruéis, as crises marcavam presença e acarretavam copiosos sintomas.
Observava a rotação do relógio quando de maneira serena ela chegou: a crise de ansiedade. Era possível sentir a angústia em meu coração, a repetição de forma assídua dos batimentos e o gosto onusto do enjoo.
Durante a efervescência de emoções, Cheryl apareceu acertando minha janela com uma flecha. O susto foi ápice para a piora da crise, mas assim que me viu aflita ela correu e me abraçou.
Em seu abraço encontrei refujo para abrigar meus desalentos e glórias. E naquele momento percebi que estava provocando uma guerra interna contra os meus sentimentos, não seria justo ficar longe de quem eu amo em virtude do medo. O amor é sui generis, e eu não poderia deixar passar essa oportunidade.
Caso tenha encontrado algum erro me avise por favor, e sinta-se livre para comentar sua crítica :)
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Estações - Choni
FanfictionCheryl Blossom e Toni Topaz são duas jovens de 17 anos que vivem na pequena cidade de Riverdale. As duas acabam vivendo uma intensa relação que será interrompida por traumas causados por uma adolescência conturbada, mas será que esse sentimento se f...