A Face Da Verdade | Trilogia: Faces | Livro I

Capítulo 04 - Humanidade

RAFAELA BITTENCOURT

- Então ele ainda não me ligou - peguei mais um pouco de brigadeiro

- É claro que não ligou, eles nunca fazem isso no dia seguinte, você precisa ter paciência - Aline disse, enquanto acariciava Sher, que parecia calminho e sereno

- Você acha que ele ainda vai ligar?

- Claro que vai, Rafa, você precisa manter a calma, só isso

- Entendi - lambi a colher cheia de chocolate

- Isso não parece ser a única coisa que te abala, o que você tem?

- Eu estou bem - suspirei - Mamãe veio aqui e...

- Sempre a dona Suzana, ela já não é mais aquela mulher doce que conheci

- Não é mesmo

- Não se importe com o que ela diz, se bem que... Em partes, ela está certa

- O que quer dizer?

- Você não pode ser tão... Bobinha

- Mas eu não sou, Line

- Você é sim, eu acho até fofo, porém não posso deixar que se machuque

- Me machucar? Que nada

- Pessoas tão inocentes como você são facilmente enganadas

- Como eu poderia ser enganada?

- Lembra do desenho da noiva cadáver? - ela me encarou

- Sério? Você acha que aquilo vai acontecer comigo?

- Não daquele jeito, Rafa - ela riu - Entretanto, a situação é parecida

- Eu prometo que vou me manter atenta - no momento em que falei, meu celular começou a tocar

- Bem - Aline o pegou - O número é desconhecido - ela me entregou

- Será que...? - arregalei meus olhos

- Se for, eu bato palmas para ele pela rapidez, e ainda admito que ele é um príncipe

- Está bem - ri e atendi o celular - Alô

- Oi, Rafa

Aaaaaaaaa! É ele!

- Oi Lucca - encarei a Aline

- Desgraçado - ela sussurrou

- Olha, você reconheceu minha voz - ele riu - Fico feliz por isso

- A sua voz é marcante

- Você acha?

Ou ele tem auto-estima baixa ou gosta de receber elogios

- Sim, é uma voz muito bonita

- Obrigada, Rafa, você também é muito bonita

Ah meu Deus!

- Por que você está vermelha? - Aline zombou e eu dei um tapinha nela, o que fez Sherlock despertar e começar a latir

- É o nosso amiguinho? - Lucca riu - Como é o nome dele mesmo?

- Sherlock - falei

- Sim, o famoso detetive da Baker street - ele riu - Você gosta de livros de mistério sim?

- Um pouco - sorri animada - Mas eu prefiro romances

- Por que o cãozinho se chama Sherlock, exatamente?