A Face Da Verdade | Trilogia: Faces | Livro I

Capítulo 27 - Confissão

LUCCA MEDEIROS

- Eu voltei para a academia - Léo falou - Cara! Eu saí com uma garota e ela perguntou "Você está bem?" fiquei assustado

- Assustado é? - olhei para Watson, que caminhava a nossa frente

- Ela disse que eu estava mais magro

- É isso que acontece, Léo, deixa de ser preguiçoso - ri

- Não é preguiça, é que... Eu fico mais de 8 horas trabalhando, depois tem academia, uma festinha, dormir e... Minha vida se resume a isso

- Você deveria diminuir as festinhas então

- Cara! Você é louco - ele riu - Que ideia maluca

- Quem avisa, amigo é

- Mas mudando de assunto, e você?

- Vou contar toda a história para ela

- Finalmente, quando?

- Hoje, vou vê-la para discutir alguns assuntos do evento, então vou usar essa situação ao meu favor

- Boa sorte, Lucca

- Obrigado, Léo - olhei para o céu - Jorge queria te convidar para a festa dele

- Onde vai ser?

- No apartamento dele

- Ele tem um apartamento agora?

- Parece que sim

- Você me diz para se afastar das festinhas, e simplesmente me acha mais uma?

- É a vida - dei de ombros

- Você parece estranho, Lucca

- Você acha?

- Está aéreo, sem graça, nem se parece com você mesmo

- Eu... Eu não sei o que dizer

- Cara - ele parou de caminhar e tocou meu ombro - Desabafa, sou seu amigo

- Watson! - chamei o cachorro, para que ele não continuasse andando e se perdesse - Venha aqui! - ele me obedeceu prontamente - Eu não sei o que está acontecendo comigo - olhei para Léo - Tudo parece tão chato e sem graça

- Sabe do que você precisa?

- O que Léo?

- De uma festinha, que tal? - ele sorriu

- Você não sabe mesmo um bom conselho né? - balancei a cabeça

- Isso é o máximo que posso fazer - ele deu de ombros - Por que não fala com seu pai? Ou o Fernando? Pode ser que eles saibam uma resposta

- Parece bom - assenti - Tem certeza que quer cuidar do Watson, hoje? - continuamos a andar

- Eu preciso fazer algo diferente, para variar, eu e o doutor sem doutorado vamos se divertir muito - ele encarou meu cachorro

- Tudo bem - sorri - Você leva ele para casa às 19h00, pode ser?

- Pode ser até mais tarde - ele sorriu - Agora conta tudo para ela, a garota vai se arrepender de pensar mal de você

- Espero que seja assim

- Você é o cara, Lucca - ele me deu um empurrão amigável

- Obrigado pela companhia, Léo - me virei e comecei a voltar todo o caminho que eu já havia percorrido

...

Entrei na sala de Rafaela e senti o clima pesado que tinha se formado entre nós, ele estava no ar que respiramos, contaminando tudo ao redor, a sensação era sufocante, e aquilo estava me matando, porque era tudo culpa minha, pela segunda vez eu vacilei