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Ingrid Marques

Eu me encontrava sentada na arquibancada do estádio esperando o jogo começar, os jogadores entraram em campo e o hino do Brasil foi ouvido através da enorme caixa de som que havia lá.

O jogo já ia se iniciar, meu celular começou a vibrar em meu bolso e ao olhar o número que estava no eclã meu coração errou uma batida.

— Licença meninas. — falei fazendo um sinal para elas, me levantei e caminhei até um banco que havia em frente ao vestiário. — Alô? — atendi com o coração acelerado.

— Oi Ingrid, eu nunca te esqueci. — meu ex falou de uma vez.

— Se você "não estivesse me esquecido" não teria terminado comigo, afinal, quem decidiu terminar foi você. — gritei.

— Eu sei disso. — ele suspirou. — Sinto muito, eu ainda te amo. Volta para mim.

— Não, se me amasse não me faria sofrer como fez e nem falaria todas aquelas coisas. Você não sabe o quanto eu chorei por causa disso, hoje em dia ainda tenho algumas lembranças de nós que me doem muito. — falei sentindo lágrimas escorrerem dos meus olhos. — Adeus. — desliguei a chamada começando a chorar ainda mais.

Senti alguém se aproximar e colocar sua mão em meu ombro.

— Achei que quando eu te visse pessoalmente você estaria feliz. — uma voz falou perto de mim e quando olhei para o lado não acreditei no que vi, era ele, Lucas Paquetá, em carne e osso.

— Me desculpe, acabei de receber uma ligação não muito boa. — respondi secando minhas lágrimas com a manga do meu agasalho do palmeiras.

— Eu até te abraçaria se não estivesse usando isso. — ele falou apontando para minha blusa e rindo e eu sorri de volta, o mesmo me puxou para um abraço que eu obviamente correspondi o apertando forte.

— Eu sempre esperei pelo dia que fossemos nos conhecer pessoalmente, mas nunca imaginei que você me veria nesse estado. — sorri limpando mais uma lágrima solitária que insistia em escorrer.

— Tudo bem, nem sempre estamos nos nossos melhores dias. 
— ele falou ainda abraçado a mim  e me afastei do seu abraço, sem perceber acabei chegando perto demais e encostando nossas bocas resultando em um beijo lento.

Fomos até o vestiário ainda aos beijos, ele encostou a porta atrás de nós e me escorou na parede, ficamos nos beijando por algum tempo até sermos interrompidos pela porta se abrindo e por alguns sussurros.

Me separei dele e me virei para trás dando de cara com todos - todos mesmo, sem excessão de nenhum - os jogadores do palmeiras nos encarando.

— Eu.. eu.. eu posso explicar — tentei dizer um pouco atrapalhada e acabei gaguejando.

Dudu foi para cima do Paquetá, eu não consegui fazer nada pois não conseguia me mexer e expressar nenhuma reação que fosse, Lucas Lima e Willian seguraram ele enquanto eu os observava disfarçadamente de uma distância segura olhando para o chão.

[...]

O segundo tempo havia começado e eu já estava de volta a arquibancada do Allianz, o primeiro tempo havia ficado 1x0 para o Flamengo.

— Onde você estava? — Mari perguntou me encarando com o cenho franzido.

— Eu nem te conto. — falei olhando para frente onde os jogadores se preparavam para iniciar o jogo.

— Você ainda tem muito para me contar, mocinha. — ela falou cruzando os braços.

O jogo foi iniciado e aos 10' Dudu fez um golaço de fora da área com assistência do Willian e devo admitir que eu gritei tanto que provavelmente amanhã amanhecerei sem nenhuma voz. O jogo terminou 1x1, o que já era um alívio para nós palmeirenses pois ainda assim ficariamos em primeiro na tabela do brasileirão.

fan's love ➶ Dudu PereiraOnde histórias criam vida. Descubra agora