O Turista (Livro 03)

Capítulo 26

O silencio durou um piscar de olhos, então o clique de armas sendo engatilhadas, vindo de todos os lados, foi ensurdecedor. Foi como se o diabo tivesse entrado na sala – Em um segundo todos estavam com armas em punho, todos falando ao mesmo tempo. Com um estampido as janelas e as varandas foram fechadas e o monitor mudou a imagem do plano do presídio pra o sistema de câmeras em volta do apart: A porta, as ruas em volta, a recepção do prédio, tudo.

- Você fugiu???

- Sozinha?!

- Como??

Mas Anahí ainda olhava Alfonso. Ele foi o único que não se moveu; apenas a encarava, como se tivesse medo de piscar os olhos e ela sumir dali, e todo aquele pesadelo voltasse a ser real. Ela atravessou a sala, deixando o casaco no sofá, ignorando as perguntas e se lançou no pescoço dele, beijando-o. Alfonso a abraçou com os dois braços, apertando-a contra si como se não quisesse deixá-la nunca. Ela segurou o rosto dele entre as mãos, inebriada com seu gosto. Depois de tudo, isso era o paraíso. 

Ian: Isso é algum tipo de brincadeira? – Perguntou, rompendo o silencio. Anahí e Alfonso nem deram bola.

Christopher: ANAHÍ! – Rugiu, pondo a mão na cintura. A típica imagem de um pai preocupado. Com um suspiro o beijo terminou. Anahí suspirou, irritada, mas Alfonso, se sentindo leve feito uma nuvem, riu de leve, beijando a têmpora dela.

Anahí: Senhor? – Perguntou, se virando. Alfonso a abraçou por trás, sentindo a necessidade de senti-la segura em seus braços.

Christopher: Como você fugiu? – Pressionou.

Kristen: Eles estão atrás de você? – Perguntou, dando um passo inconsciente na direção de Robert, que a abraçou.

Anahí: Eu não fugi. – Disse, franzindo o cenho – Eu fui solta.

Joseph: Desculpe? – Perguntou, erguendo as sobrancelhas. Se tivesse algum modo de Anahí ser solta, ele e Christopher teriam tentado. Eles tentaram tudo.

Anahí: Eu estava na minha cela, lendo o livro que vocês me mandaram. – Explicou – Então um guarda veio e me levou até a sala do diretor, e eu fui liberada. Fui informada de que surgiram novas evidencias sobre o caso e que eu estava livre. – Disse, dando de ombros. Ela se soltou de Alfonso, que segurou a mão dela, e apanhou o casaco no sofá, voltando pros braços dele – Me surpreendi, devo dizer, uma vez que sou orgulhosamente culpada... Mas não ia pedir pra ficar. – Disse, apanhando algo no bolso do casaco. – Aqui.

Anahí entregou um envelope branco a Christopher. Joseph se aproximou, pra ler também, e os olhos incrédulos dos dois leram a ordem de liberação imediata em nome de Anahí. O documento era legitimo, e eles não tinham nada a ver com isso. Não havia explicação.

Anahí: Tudo bem, eu preciso de um bom banho, do meu marido... – Disse, se aconchegando a Alfonso – E eu estou faminta. O que vou comer? – Perguntou, olhando Joseph, buscando por alguma normalidade. Durante os anos que estiveram juntos era assim: Um surpreendia o outro todos os dias, determinando o que esse ia comer. Joseph sorriu de canto, tentando se acalmar.