Capítulo 02

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Christopher não teve reação. Isso não estava acontecendo, era claro que não. Ela ia rir da brincadeira daqui a pouco. Mas ela não ria mais...



Madison: Com Alfonso. – Respondeu, e Anahí relaxou. Christopher continuava sem voz.



Anahí: Onde? – Perguntou, olhando em volta.



Madison: Saiu. Pra andar de carro. Ela acordou e não queria pegar no sono. – Em geral Rose dormia andando de carro, o que levou Alfonso realmente a sair varias vezes de madrugada, com a menina no banco de trás. Anahí sorriu – Durma. Quando acordar eles estarão aqui.



Anahí: Está frio. – Comentou, preocupada. Não queria que Rosalie se resfriasse atoa.



Madison: Alfonso está cuidando dela. – Garantiu, e Anahí assentiu – Vá se deitar.



Anahí assentiu e foi. Christopher desmontou no sofá, nocauteado. Pela primeira vez em muito tempo não sabia o que fazer. Madison a deixou no quarto e veio pro sofá, se sentando no colo dele e abraçando-o. Não havia consolo. Christopher amava Anahí como uma filha, e Madison terminou vendo-a assim também, mas agora, aparentemente, eles a haviam perdido. Christopher abraçou a mulher, respirando fundo, desolado, e ela lhe beijou os cabelos. Ficaram assim por mais de uma hora, até que os gritos recomeçaram. Anahí começou a se lançar contra a porta do próprio quarto, tudo de novo. Deu o mesmo trabalho pra Christopher detê-la. Ela gritava que algo estava pegando fogo, e que a menina estava sufocando, pra então depois acordar.



Anahí: Onde está Rosalie? – Perguntou, pela segunda vez. – Christopher, você está chorando? – Perguntou, confusa, vendo os olhos do outro, brilhantes demais. O olhar dele se encheu d'agua – O que foi? – Perguntou, e ele negou com a cabeça, segurando-a pelos ombros, paralisando-a – Christopher, onde está Rosalie? – Perguntou, começando a se assustar, então veio a picada aguda em seu braço – Ai! Madison, que diabo! – Christopher a soltou – Ficou maluca? Cadê a minha filha? 



Mas o efeito do sedativo a levou, e ela desfaleceu. Christopher a amparou antes que caísse, a lagrima transbordando e caindo pelo rosto dele. Precisavam agir. Aquela seria uma longa noite. Quando Ian acordou, na manhã seguinte, haviam dezenas de chamadas perdidas e uma mensagem de voz. Christopher. Sua voz era dura, tensa.


"Largue o que quer que esteja fazendo e volte pra Paris agora. Traga Alfonso. Temos um problema. É Anahí."



Foi o suficiente pra que Ian rebocasse Alfonso pra dentro de um vôo meia hora depois. Quando chegaram ao apart, tudo estava muito silencioso, calmo. Christopher tinha a expressão de quem tinha o mundo nas costas, mas era só isso.



Ian: O que era tão urgente que eu precisei voar da Argentina até aqui pra saber? – Perguntou, exasperado.



Christopher: Temos um problema. – Murmurou, os olhos tristes e duros, olhando o outro. Ian nunca tinha visto aquela expressão. Estava começando a se assustar.



Ian: Essa parte eu entendi. Um problema com Anahí. – Alfonso observava tudo em silencio. – O que foi, precisaram internar ela de novo? 

O Turista (Livro 03)Onde histórias criam vida. Descubra agora