02| te conheço

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Até a cabana, foram dez minutos da minha pessoa se arrastando até a floresta que fica em volta, entrei morrendo de medo, mas fui pela trilha que meu tivô disse que era segura e, afinal um dia eu serei obrigado a adentrar este enorme lugar pois o Ford não disse exatamente onde ficavam os diários, "será sua diversão descobrir onde estão!" ele disse, antes de partir; se caso eu estivesse por aqui antes de os tivôs regressarem. Bati na porta presumindo que a loja estava fechada, já que estava escura.

—Hey! E aí pestinha, o que cê faz aqui?— Wendy me abraçou praticamente numa gravatada e, fiquei totalmente espremido entre... duas coisas da parte superior do corpo feminino— Dip, tá com febre? Você está muito vermelho.

—N-não, estou bem. Só uma alergia.. atchii— Que espirro bosta Dipper.— Eu já tomei remédio, não precisa se preocupar.

—Okay! Dip, estou meio ocupada agora. Vai querer ficar aqui?

—Vou "descarregar a bagagem" e aí eu vejo..— Falo pegando a bolsa que acidentalmente havia caído no chão pelo abraço— Wendy, você ficou mais alta ainda?

—Nope. Você que é muito baixo, moleque.— Colocou rapidamente meu boné azul de pinheiro em minha cabeça me fazendo sorrir— Ainda serve, viu.

—Você guardou!— Um sorriso bobo é inevitável em meu rosto, respondido por um carinhoso.— Eu já desço, Wendy!

—Ok. Só avisando, eu vou jantar aqui, então trate de preparar a janta para dois!

—Sim!— Pego minha bolsa com alguma dificuldade e Wendy a tira da minha mão a levando pela escada.— Ei. Eu posso fazer isso..

—Eu sei. É que.. agora eu não posso mais mimá-lo certo?— Ela sorri triste— É a última vez, prometo.

N-não precisa ser a última.— Murmuro mas ela não entende— Não precisa ser a última.— Engulo a saliva.

—Eu ouvi da primeira vez.— Bagunça meu boné— Sinta-se a vontade por aqui, jogue tudo aonde quiser. Só o Soos vai estar aqui mesmo... E qualquer coisa, só gritar ou aparecer lá embaixo.

Ela desce e eu abro minha bolsa me sentando na minha velha cama. Minhas coisas estão espalhadas pela cama da Mabel. Rio com o pensamento que ela chegará logo, o que eu sei que não é verdade.. Mas, nada como se auto-iludir. Levanto vestindo um hoodie azul quase preto e saindo da cabana sem ela perceber. Com certeza me barrarraria no meio do caminho dizendo que a floresta é muito perigosa quando se está anoitecendo. Mesmo que sejam 4:37 da tarde.

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Eu estou perdido nessa maldita, infernal, demoníaca floresta fazem 1 hora e.. 18 minutos! É sério que já está escurecendo?

—Alguém?— Ouço um barulho atrás de mim e pego o galho mais grosso que havia por perto.— Ei, apareça! Estou armado.

—To vendo...— A risada apesar de ser nitidamente masculina, não é rouca e grossa demais. Parece de alguém da minha idade, sendo um pouco estridente ás vezes.— Desculpe, mas de tanto rir, eu me engasguei, teria uma água consigo?

—É.. sim. Apareça que eu lhe entrego.

—Ah, sim! Verdade, eu lhe vejo mas você não me vê, certo?— Riu no final, mas parecia de nervoso. Apareceram mechas douradas e onduladas, logo se tornando uma cabeleira loira. Uma rebelde cabeleira loira. Um olho âmbar se abriu enquanto o outro continuou fechado, só aberto depois de alguns segundos. As orbes rasgadas me olharam duvidantes e um sorriso amigável com caninos pontiagudos que fugiam de seus lábios finos brotou em seu rosto. Após observar minha reação, ele se pôs, finalmente a falar.— Hey, Dipper. Faz um tempo, não?

Minhas pernas tremeram. Tudo que pude fazer foi me fincar no chão para não cair.

—Pines..

—M-me diz s-seu nome por favor?

—Bill.. Cipher

—E-eu..— Perco a sensação das minhas pernas, logo caindo. Bato em algo surpreendentemente não doloroso.

—Ai.— Abro os olhos e vejo os olhos âmbar me olhando e um sorriso interrompido por gemidos. Me mexo imediatamente, mas ele me segura, fazendo continuar no colo dele.— Ai, ai! Não se mexa, meu quadril dói.— Fiquei em dúvida se me mexia ou não, já que queria sair dali, mas minhas pernas não aguentariam mesmo.

—Por que eu ainda estou vivo?— Me olhou desentendido— Estou tão vulnerável! Pode me bater, me sequestrar, me tacar fogo, qualquer coisa! SÓ FAÇA ALGUMA COISA!— Me puxou pelo colarinho, fazendo ficarmos mais próximos.— E-ei..— Tampou minha boca.

—Fique quieto um pouco.— Tirou o boné de minha cabeça, e logo após o pendurar em um galho da árvore caída em que está encostado, voltou o indicador à minha boca e a outra mão foi ao meu quadril, subindo até meu abdômen levantando minha blusa.

—B-Bill.. M-me solta agora!— Assim que a primeira lágrima rolou por meu rosto, ele se afastou, batendo no tronco de árvore.

—Ah..! O que eu estou fazendo? Brincando sexualmente contigo? Ah, desculpa, desculpa. Eu..— Dei um tapa em seu rosto e ele me olhou ameaçadoramente— Que merda você tem na cabeça? Peça desculpas.— Me mantive quieto.— PEÇA DESCULPAS!

—De-desculpa...— A sua face suavizou, o que me assustou pela bipolaridade dele. Droga, ele ainda me segura e eu não sinto direito minhas pernas..

Mais uma vez, não fiz nenhum som, até obviamente sentir uma enorme falta de ar, pelo motivo de que o prendi todo este tempo.

—Ei, você tem medo de mim, certo?—  Fiquei o olhando, sem entender o que ele pretendia com a pergunta. Era óbvio que tinha medo dele. Bill Cipher destruiu minha vida. Quase destruiu Gravity Falls, quase tirou minha irmã de mim, quase matou meus tivôs..— Por favor, não tenha. Eu não sei exatamente o que fiz, mas sei que foi terrível.— Me levantei ainda meio fraco — Ei, não vá embora...

—Claro que você não se lembra não é? Não significou nada pra você, não é? Destruir Gravity Falls é igual a destruir qualquer outra dimensão.

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⏰ Última atualização: Jan 02, 2022 ⏰

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