Soldado Idiota.

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Eu tinha acabado de sair da casa dos meus pais, e vamos concordar que eu demorei a fazer isso, a maioria não espera até os 21 anos, mas eu não tinha motivo pra ir antes, motivo que agora eu tinha. Estudante de ciências avançada, estagiária em uma das maiores corporações de controle mundial de doenças, a famosa CVD (controle de vírus mundiais), eu tinha todos os motivos pra estar super feliz , porém estava dentro do complexo da minha melhor amiga, Natalie, me acabando em lágrimas e um pote de sorvete, eu sei, antiquado, más fazer o que?
-Se você não parar de chorar eu vou ligar pra ele.
-Sabe que eu te mato se fizer isso, a última coisa que eu quero é ver a cara daquele idiota.
-Ok, Helenna del Castro, então chega de drama.
-Ninguém me chama assim, Natalie Albuquerque, chata pra caramba.
-É o que?
-Desculpe, mas você sabe que eu não sou nada boa com essa coisa de relacionamentos e sentimentos.
-Nada boa? Está pegando leve hoje em-Disse rindo sem graça-Olha vou ser sincera amiga, não é culpa do Marcelo, ta que ele não precisava ter dado trela pra você, mas amiga eu te conheço, um jantar e vc ja deve ter imaginado até o nome dos filhos de vocês, estou errada?
-Você tem razão Nat, más é que , se ele não estava pronto pra um relacionamento, porque me chamar pra jantar? Francamente.
-Detesto ter que te dizer isso mas as vezes homens gostam de se distrair, pense nisto. E agora eu vou tomar meu banho porque tenho que dormir cedo hoje minha queria cientista brilhante.
- Obrigada Nat, você sabe que é a melhor amiga do mundo não sabe?- disse dando um abraço nela.
- claro que sei- disse rindo em meio a uma piscadinha e depois foi pro banho.
E eu me deitei em sua cama aonde estávamos sentadas, colocando o pote de sorvete de lado, eu tinha que voltar ao meu complexo, que não era tão decorado e colorido como o da Nat, mas era o que eu tinha próximo de casa aqui. Meus pais tinham uma casa na superfície aonde eu creci, ja os complexos da faculdade eram subterrâneos, muito confortáveis e tinham tudo que poderíamos precisar e um sistema de ventilação de ponta.
A maioria das famílias viviam no subterrâneo, na superfície eram só as famílias mais "importantes", e meu pai era general das forças armadas, então tínhamos lá algumas vantagens, como abrir uma janela por exemplo, a humanidade passou a se alojar debaixo do solo devido a superpopulação, que acabou a mais ou menos uns duzentos anos, de um geito bem trágico, um surto de doenças matou mais da metade da população mundial, ja haviamos presenciando surtos perigosos, mais nada que dizimasse tanto a humanidade, desde então nunca chegamos a mesma quantidade de pessoas na terra, o governo diz que estamos em uma estimativa de 3 bilhões de pessoas, mas esse cauculo foi no ano 3000, a exatamente 15 anos, desde então , tivemos uma doença que causou um tanto há três anos. Mas não houve relato de quantidade exata de mortos há população, então todos achamos que está tudo sob controle.
Me levanto num susto quando Nat abre a porta de seu banheiro. E ela cai na gargalhada, porque eu derrubei o pote de sorvete de cima da cama.
-Você sabe que vai ter que limpar, não é Lenna? - diz se recuperando de sua crise de risos.
Limpo a minha bagunça e me despeço da minha amiga,  no elevador volto a pensar no Marcelo,  e em ter que encarar ele no meu serviço no dia seguinte,  só de pensar meu estômago revira de nervosismo. Meu complexo e dois andares acima do de Natalie,  entro e a primeira coisa que faço é me jogar na minha cama, sem nem ao menos tirar os sapatos.
Acordo com o despertador apitando enlouquecidamente, me arrumo e saio as pressas estou atrasada pra pegar o trem então nada de café da manhã.
Na faculdade corre tudo bem, estamos estudando vírus transmitidos pelo ar, o que é muito fascinante pra mim, mas também vejo como algo perigoso,  porque,  nada de bom vem de um vírus assim, no horário do almoço só como algo rápido , ja vou pra empresa, quero me enfiar no meu laboratório o quanto antes,  mas como dizem, querem não é poder.
-Bom dia Helenna-Diz o soldado que mais detesto na vida.
-Só se for pra vc Soldado Reenick.
-Vai me tratar assim agora?
-Vou-digo entrando no elevador,  infelizmente ele entra junto.
-Não tem nada melhor pra fazer soldado?
-Definitivamente tenho,  mas estão me esperando la em cima.
- O que? - digo confusa.
- Bem, você não pensou que eu tivesse entrado no elevador porque eu queria sua ilustre companhia,  pensou? - diz com um sorriso convencido.
Assim que chega no meu andar.
- Não, na verdade achei que estava matando seu tempo ao invés de trabalhar, como o incompetente que claramente é.
- Não achava isso uma semana atrás,  querida Helenna.
- Achava sim, mais uma semana atrás eu estava com vontade de me divertir . -  Certo, joguei o feitiço contra o feiticeiro,  isso foi o suficiente pra deixa-lo surpreso tempo o bastante pra eu me virar e ir pro laboratório. Não vou deixar ele perceber que me atinge,  de agora em diante,  nada de soldados idiotas.

Em Meio Ao Caos - Luane Marques. Onde histórias criam vida. Descubra agora