39.

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A brisa fresca tornava a noite ainda mais agradável.

Renjun nunca pensou que  conseguiria se sentir tão confortável na presença de Jaemin, ainda mais quando o mesmo se ofereceu para deixá-lo em casa, mas, à medida que o tempo passava, ele se soltava mais.

— Descobri que gosto de garotos quando passava madrugadas pesquisando a vida do Radcliffe.

— Wow, isso é muito clichê.

Jaemin riu.

— Vai me dizer que colava pôsteres dele em cima da sua cabeceira também? — zombou Renjun.

— Não, não. — deu um pequeno sorriso. — É essa aqui?

Apontou para a simples casa branca em sua frente.

— É essa mesmo.

Andaram em silêncio o trajeto até a varanda.

— Como você descobriu que era gay? — o coreano o encarou.

Renjun parou e se virou para si, já na porta de casa, pensativo.

— Huh.. Na verdade, não sei se sou gay.

Jaemin arqueou as sobrancelhas, confuso.

— Não sabe se é gay?

— Eu sinto atração por meninos, isso é fato. — murmurou. — Mas nunca beijei um, então...

Abaixou a cabeça, desviando o olhar.
O maior levantou as sobrancelhas em surpresa.

— Nunca?

— Nunca.

— E garotas?

Sentiu a respiração falhar. Por que era tão difícil admitir? O que de mais havia em nunca ter ficado com ninguém? Parecia dez vezes mais constrangedor confessar em voz alta.

— Também não.

— Estou surpreso.

Renjun deu um pequeno sorriso.

— Imaginei que ficaria. Devia ter te contado ant-

— Estou surpreso porque você é tão perfeito, me abisma o fato de ninguém ter se encantado por ti antes.

Levantou o rosto, surpreso.

— Por essa eu não esperava.

Os dois riram.

— O que esperava? Que eu fosse rir de você? É algo tão normal, Renjun, todos passam por isso.

Juntou os lábios em admiração o chinês.

— Não foi por falta de oportunidade sabe, eu só...

— ...Não se sentia pronto?

Ainda boquiaberto, sorriu.

— Você lê mentes?

— Eu tento.

Assentiu.

— Você é diferente.

— Diferente?

— É. — o Huang confirmou. — Antes de te conhecer, pensava que você era mais um daqueles mauricinhos malditos, mas me enganei.

— Ah, é? Fale mais. — mexeu no cabelo, em uma imitação barata de orgulho, fazendo o chinês rir.

— Você me deixa tão à vontade, nunca que eu falaria esse tipo de coisa pra alguém. — confessou, aos olhares atentos de Jaemin. — É bonito, mas acho que isso já sabe.

O coreano sorriu.

— É compreensivo, acima de tudo. Pra ser sincero achei que fosse rir quando eu dissesse que nunca beijei ninguém ou que gosto de garotos sem nunca ter feito isso. — mordeu os lábios, nervoso.

— E você quer?

A confiança do Huang se esvaiu, fazendo com que travasse novamente.

— Eu...

Novamente se aproximava, o chinês dava passos para trás até que ficasse encurralado na parede da porta.
Jaemin parecia satisfeito com aquilo, já que seu sorriso aumentou gradativamente.

Desta vez estava apressado, não demorou para encostar os narizes, passando o polegar por sua bochecha, enquanto Renjun se mantinha estático, com a cabeça à mil.

Quando o coreano roçou seus lábios levemente, percebeu que o mais velho segurava a respiração.
Se ele soubesse que seu coração batia tão desenfreadamente como o dele.

— Relaxa. — sussurrou, fazendo o chinês engolir seco.

Antes de dar um pulo com o toque do celular, que soou em um estrondo a ponto de assustar aos dois.

O menor nunca desejou tanto jogar seu celular na parede.

— Desculpa, deve ser minha mã-

Foi interrompido quando Jaemin, literalmente, quebrou toda a distância entre eles.
A campainha parecia não tocar mais, Renjun entrou em outra dimensão.

Fora apenas um encostar de lábios, mas o suficiente para fazer o estômago do chinês revirar no mínimo dez vezes. 

O maior se afastou com um sorriso, dando um beijo na testa do Huang e se virando para sair.

— Até amanhã, Renjun. — se virou e deixou o último sorriso, antes de sumir de vista.

renmin!au - kissOnde histórias criam vida. Descubra agora