Por Callie
Antes eu adorava acordar sozinha na cama, poder rolar de um lado para o outro livremente sem ninguém para impedir enquanto eu tomava coragem de levantar. Mas hoje eu tenho que dizer, odeio acordar sozinha. Acho que me acostumei com Arizona grudada em mim todas as manhãs. E não sei dizer ao certo a razão, ou qual o milagre que a fez levantar da cama antes de mim.
No banheiro ela também não estava, mas era nítido que ela tinha passado por ali. A calcinha pendurada no registro do chuveiro a denunciou. Como sempre.
Já conversei com ela sobre isso, mas ela me ouve? Não.
Quando eu digo que ela consegue ser pior do que a sofia no quesito teimosia, eu não estou brincando. Porque ela é. Para falar a verdade nossa filha sempre é obediente, ao contrário dela. Que deveria ser um exemplo para ela. Mas aos poucos eu vou colocar essa mulher na linha. Ela que me aguarde.
Depois do banho, vesti-me com nada mais que uma calça de moletom e peguei uma das blusas de banda da minha esposa. Eu adoro usar as roupas dela. São tão cheirosas e ficam um pouco maior em mim, eu amo vestir roupas maiores do que eu. Além do mais, Arizona diz que fico adorável e sexy com as roupas dela.
Talvez eu goste de agradar ela.
Chego na cozinha e paraliso na porta ao ver a cena na mesa. Um sorriso vai surgindo aos poucos em meus lábios ao ver Arizona e sofia lado a lado, entretidas lendo jornal enquanto comem cereal. As duas parecem concentradas, Arizona principalmente.
— Esse cara novo que faz os quadrinhos é um mestre das piadas.
Arizona comenta entre risadas, leva uma grande colher cheia de cereal com leite e enfia na boca. Cruzo os braços, elas ainda nem notaram minha presença. Vejo duas crianças, não uma mãe e uma filha.
— Mamã, o que quer dizer essa palavra aqui?
Sofia mostra o jornal em sua mão para Arizona , ela segura a folha e lê com atenção o que está escrito.
— Peitos. – Ela diz naturalmente e ri, mas logo parece se dar conta e olha assustada para nossa filha. — São, é... Um dia você vai descobrir.
— A senhora sempre diz isso.
Ela resmunga indignada, um enorme bico em seus lábios. Tão fofo.
— Você ainda é muito nova para saber certas coisas.
— Sou nova para saber de onde vem os bebês também?
Arizona engasga com o cereal em sua boca e começa a tossir. Não aguento e acabo rindo da reação dela. Só então as duas notam minha presença e olham para mim. Eduarda sorri e Arizona parece que vai morrer de tanto tossir.
— Olha, sua mamãe acordou. Que tal perguntar a ela de onde vem os bebês?
Arizona diz ao seu recuperar e dessa vez quem quase se engasga sou eu. Ela me olha debochada enquanto limpa sua boca com as costas da mão. Fuzilo-a com o olhar, maldita idiota. Fez isso de propósito.
— De onde vem os bebês, mamãe?
Suspiro e vou até perto delas, puxo uma cadeira e me sento de frente para a minha curiosa filha. Arizona ostenta um brilhante sorriso em seus lábios. Tudo bem, Robbins. Isso aqui vai ter volta.
— Existem duas formas de se ter um bebê. – Inicio sem ter certeza da maneira que devo contar. Por que os professores não ensinam isso na escola? Seria menos constrangedor. — O método mais fácil é entre um homem e uma mulher. Geralmente quando um casal se gosta muito, eles resolvem namorar de uma forma... É, bem... Íntima. – Arizona prende uma risada e abaixa a cabeça. — Eles fazem uma coisa sem o uso de roupas.
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Amnésia (versão calzona)
RomantikO que você faria se sua vida mudar da noite para o dia. Se você dormir com os seus dezesseis anos e acordar com vinte sete. Que a garota que você mais ideia no colégio, aparecer no outro dia dizendo que é sua mulher é que você é casada com ela. O...