Nono Capítulo - Seu ex

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Cecília e eu vamos sair para tomar um sorvete. O que nós não esperávamos era encontrar o seu ex com seus amigos. O nome dele é Matheus e ele é babaca. Ele usou a Cecília. Ela o amava. Bom, eu não o conhecia, mas já o odiava só pelo fato de ter machucado o meu bolinho.

— Olá gatinhas, como estão? — Mateus falou com um sorriso presunçoso no rosto. — Quem é você?

Ele provavelmente estava bêbado. Mal conseguia ficar em pé.

— Matheus? O que você está fazendo aqui? — Cecília falou trazendo preocupação no seu tom de voz. — Não consegue me deixar em paz um minuto se quer!?

— Qual foi gatinha? Só queria me apresentar pra gata de sua amiga. Olhar não arranca pedaço.

Fiquei bastante desconfortável pelo fato do ex da minha crush estar me assediando. Será que o intelecto dele é tão fútil a este nível, não notando a minha presença aqui?

— Olha Matheus, você perdeu a cabeça? Deixa ela em paz! Não percebeu que ela é minha!?

Eu perdi a cabeça, eu pirei. O que ela estava tentando dizer com isso? Milhares de pensamentos invadem a minha cabeça neste exato momento.

— Então quer dizer agora você namora essa menininha? Ah! Sempre soube que você gostava de outra fruta. Agora tá explicado por que você não quis…

Quando ele estava prestes a terminar a frase Cecília o interrompeu e deu um, tapa em sua cara. Essa é a minha garota!

— Mais respeito seu idiota! E não, ela não é minha namorada e se fosse você não tem direito de falar nada — Cecília esfregou uma mão na outra para aliviar a quentura. — E eu nunca quis transar com você pelo simples fato de você ser um completo idiota.

Aquilo realmente me tocou internamente de maneiras irreais. Garotos agem como se fossem o centro do universo, como se nós garotas fossemos seres inanimados.

— Vamos sair daqui, Cecília. Não vale apena perder tempo com pessoas assim.

Saímos sem rumo pelas ruas. Rindo feito loucas pela coragem dela. Aquele com certeza foi um dos nossos melhores encontros. Ela me inspira e motiva cada vez mais.

— Agora tenho que ir embora, meus pais já estão ligando.

Achei aquele momento perfeito para chama-lá para ir na minha casa. Quem sabe até dormir. Uma noite das garotas seria espetacular. Minha cabeça já mentalizou como seria acordar ao lado dela. Ela ronca enquanto dorme? Baba?

— Espera! Você quer dormir na minha casa? Tenho certeza que será divertido!

— Pode ser. Vou ligar para os meus pais para avisar.

Ao longo do caminho para minha casa íamos chegando cada vez mais perto. Aproveitei a oportunidade para perguntar se ela estava interessada em alguém. Afinal, é crucial saber disso. Fantasiar na cabeça difere pôr em prática. Na real life.

— Você está gostando de alguém nesse momento? — perguntei sentindo a vergonha tomar conta de cada átomo do meu corpo. — Hã!… Não precisa responder se não quiser.

— Sim. Ele é tão bonito.

Naquele momento fiquei para baixo. Então quer dizer… “Ele é tão lindo?” Novamente confundido meus sentimentos. Digo, eu posso estar enganada. Admirar a aparência física de alguém é muitas vezes superficial. Já gostar, não. É preciso muito mais que um rostinho bonito para se apaixonar.

Chegando em minha casa eu coloquei meu pijama e subi para o quarto.

— Vou pedir uma pizza… Você quer?

— Amo pizza! Claro

Enquanto a pizza chegava, ficamos deitadas na cama com os pés na parede conversando assuntos diversos. Perguntei sobre sua família e ela respondeu que todos estão ótimos. Sobre a escola, respondeu que está tirando notas ruins devido à falta de concentração.

— Então… Como ele é?

— Ele é lindo, atencioso e cheiroso. Mas não sabe da minha existência, infelizmente.

Senti como se um pedaço de mim, desaparecesse a cada elogio. Seria este o momento certo para beijá-la? Minha cabeça acumulava cada vez mais com pensamentos assim.

— A pizza chegou, desçam meninas! — mamãe falou das escadas.

Após comermos a pizza subimos e já estava meio tarde. Teríamos que dormir, pois, logo mais teria aula. Dormimos abraçadas. Já que eu não podia beija-la apenas sentir seu corpo quente nos meus, era muito prazeroso. O abraço era sua marca registrada, nele eu podia esquecer todos aqueles pensamentos intrusivos. Apenas Cecília e eu entrelaçadas em perfeito encaixe.

















The Diary of a BissexualOnde histórias criam vida. Descubra agora