Doze pecados - [AMOSTRA]

- ÁRIES -

Bela parecia um cordeiro indo para o abate. Parada em frente à porta, a moça sentia seu corpo tremendo de leve, ameaçada pelos olhares das amigas em cima dela. A garota odiava quando cismavam que ela era pura demais para este mundo. Podia até ser, mas para ela existiam coisas muito mais importantes na vida do que relacionamentos.

Enquanto as amigas mais velhas conversavam sobre suas vidas sexuais, Bela sempre ficava apenas observando, divertindo-se com as piadas e comentários das amigas, sentindo-se no próprio programa Altas Horas com as perguntas nada discretas feitas pela plateia. Ela mesma fazia parte da plateia curiosa!

— Por que eu preciso ser a primeira? — questionou com a voz mais baixa do que o normal, as pernas quase falhando tamanho o desespero. — E por que logo o pecado de Áries? Eu nem gosto de arianos! Vocês já viram meus irmãos?

— Porque você é a mais nova, Bela. Não tem filhos, nem nada. E nem vem me falar de cachorro, porque não conta. Se você morrer lá dentro não deixará nenhuma boca sem alimento. Anda — Lili, sempre a mais direta do grupo, murmurou.

— Qualquer coisa grita que a gente te socorre. Prometo — Victoria incentivou e lançou um olhar empático para a amiga.

Bela respirou fundo para tomar coragem e atravessou a porta vermelha com o símbolo de Áries estampado. Ela se lembrou do recado dado pelo segurança para trancar a porta após entrar e obedeceu, sentindo os dedos recusando-se momentaneamente a girar a chave.

A moça ajeitou os cabelos castanhos atrás da orelha e sentiu o rosto quente antes mesmo de saber o que a aguardava no quarto imenso. Sua pele branca devia estar da cor da decoração do lugar. Ela andou devagar, observando cada detalhe do quarto representando o signo de fogo. Como se para enfatizar essa característica, seu corpo estava começando a entrar em combustão de tão quente que sua face estava, parece que o calor do rosto corado se espalhava muito rápido.

— Você pode se aproximar mais. Eu não mordo. — Bela saltou ao ouvir a voz masculina. Seu corpo se arrepiou por inteiro apenas com a voz.

Seus passos ficaram ainda mais vacilantes até que ela conseguiu finalmente ver o dono da voz. A garganta secou e a moça teve dificuldade em engolir. Os olhos arregalados focaram no homem a sua frente. O corpo vestido apenas com uma calça jeans, deixando o peitoral exposto e os pés descalços.

O homem não era do tipo bombado, mas nada tirava a beleza e o choque de vê-lo deitado na cama de dossel no centro do quarto. Os pequenos gomos na barriga e uma fina trilha de pelos desciam em direção a sua virilha. O sorriso dele se abriu ao ver a moça estática apenas o encarando.

— Se aproxime mais. — A voz soou como um comando e ela arqueou a sobrancelha antes de se aproximar do homem. — Como se chama, linda moça?

— Be... Bela — respondeu, esforçando-se para não encarar o grande volume convidativo no meio de suas pernas. Ela tinha acabado de entrar no quarto! Por que ele estava assim tão... disposto?