cap 2. A vidente

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Ela disse vidente, tipo aquelas que pegam sua mão e dizem que o grande amor da sua vida está perto de você, ou que logo você vai ganhar muito dinheiro, ele não pode estar falando sério.

-eu to falando sério- ela diz como se tivesse lido minha mente- Vai ser legal, o que custa tentar e de quebra vamos ver nosso futuro


-Dinah meu anjo-eu fico de costas pra ela, pra evitar de ver a cara de cão pidão- as chances de eu ir...


Eu paro de falar quando olho pra minha estande de livros, a maioria são livros sobre minha área mas os meus favoritos, aqueles pra descontrair tenho aqui também sempre dois, um aqui e outro em casa.

Mas eles não estão na ordem deles, e isso me deixa uma fera e só eu e outra pessoa temos a chave da minha sala ou seja.


-Dinah, você mexeu nos meus livros?


- Q-quem eu? - ele vai mais pra trás no sofá


-Quantas vezes eu disse pra você não mexer nos meus livros? -me levanto da cadeira indo até ela- Nunca mais mexa nos meus livros ou vou chutar sua bunda tão forte que você vai ser a primeira Sapatão em marte.

A esse ponto to segurando a camisa dela pelo colarinho, num tom ameaçador.

Posso ser uns 15 centímetros mais baixa que ela, mas sei fazer ela ficar quietinha, anos de amizade tão nisso. Intimidade meus caros uma arma perigosa.


- Agressiva e eu não sou sapatão- ele fala emburrado- Aquilo foi uma festa no ensino médio


-Chancho, só não toco no assunto agora por que estou com fome, vamos almoçar e talvez pensar nessa sua ideia da vidente- Pego minha bolsa já pensando em tudo- Vai dar uma boa reportagem sobre fraldes


-Camila, Patrícia disse notícias leves, você consegue deixar esse seu coração ser leve? -ele me segura por um tempo- Vamos, minha melhor amiga ta ai dentro


- Sim, ela está, e te deu um emprego, agora vamos.


Conheço Dinah desde o e
nsino médio, o que já faz o que 10 anos, e pensar que com 15 eu a achava a garota mais estranha da escola, sei que essas modas do passado sempre voltam, mas pelo amor de Deus, esqueçam a moda emo.


Sempre ficamos juntas, teve uma época que todos achavam que namorávamos, o que foi nojento ela é como um irmã pra mim, levando em conta que é ela que cuida da minha vida amorosa se é que podemos chamar aqueles fracassos de vida amorosa.

Ela entende o porquê de eu ser assim e não questiona, ao menos não tantas vezes em um dia.

-o que você tem em mente com isso de vidente Dinah- falo pegando o copo de suco, sempre comemos no mesmo restaurante, tantas vezes que entramos pra falar com o chefe quando queremos algo especial.


-Então -ela cantarola- As pessoas acreditam nisso de magia, então por que não explorar isso, sabe descontrair de verdade tipo uma coluna durante uns meses conhecendo as Arividentes da cidade.


- você só quer ganhar consultas com essas mulheres de graça não é? -aponto uma batatinha pra ela- Te conheço você não dá ponto sem nó, sua sapatão de narnia


-Você gosta de me humilhar em público né- Ela ajeita os óculos- Mas talvez a resposta seja sim, o que custa nós irmos a uma agora e testarmos essa ideia a Patrícia já aprovou mesmo.


-Você falou com ela? Por isso aquele papinho na reunião, não posso acreditar minha melhor amiga indo para o lado negro da força, fracassei como Jedi



Se Patrícia já sabe então não posso escapar dessa ideia maluca dela, vou fazer esse plano dela mas do meu jeito, videntes... quem acredita nisso.


-OK, você ganhou, como vamos a uma dessas mulheres ai

Se não pode contra eles, junte-se.


- Sabia que ia gostar sua sapata, tem uma muito boa, pelo que falaram do outro lado do corredor- Ele vai pagando a conta é a vez dela hoje - Mãe Luci


-Ta zoando com minha cara -como alguém acredita numa mulher com esse nome- Quer saber, vamos antes que eu mude de ideia.


Fomos andando até o lugar onde essa senhora trabalhava, a fachada era toda escura com desenhos de cartas sobre a porta, dá até vergonha de olhar.

Apertamos a campainha e uma menina de talvez 12 anos abre a porta pra nós. Achei que essa vidente era uma tiazinha.

-Mãe Luci lhes aguarda- ela fala de forma seria demais pra idade


-Você marcou hora Dinah? -O questiono


-Eu não, deve ter sido a Patrícia


Ela deve estar certo, se a entrada era estranha o interior da casa era mais ainda, passamos por um corredor escuro que levava direto pra uma sala com uma mesa redonda e uma senhora de cabelos Brancos com uma bola de cristais brilhando.

Parece simpática.

-Camila, Dinah -ela fala sem abrir os olhos- Sentem

Patrícia deve ter marcado mesmo hora com essa senhora, sabe até nossos nomes, mas ela é boa atriz no fim das contas.


-A senhora deve saber por que estamos aqui- Digo sem rodeios- Então não precisa do Teatro


Dinah continua calada, olhando para tudo Ela é bom nisso, observa tudo e depois passa para o papel sem precisar parar de prestar atenção na entrevista.


-Você diz ser teatro, mas seu coração está acelerado- ela abre os olhos- Camila, eu consigo ver nos seus olhos, mesmo com essa barreira, está ai sua alma aprisionada desde a partida dela.






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Segunda Chance (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora