cap 3. Elefante Rosa

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"Desde a partida dela"

Aquela senhora deve estar querendo um escândalo.

-A você não precisa se revoltar- Ela começa a pegar as cartas- Sei que vai querer sair da minha sala agora, Dinah sua amiga é um poço de amargura


-Eu sei disso- olho seria pra ela


-Obrigado viu Dinah

-Vamos, escolha três cartas e então eu te dou a entrevista que você quer -ela espalha as cartas pela mesa- Você quer saber o que quero lhe falar não é

Pego três cartas sem dar importância, só quero acabar com tudo isso e ir embora daqui.

Essa senhora já me irritou o suficiente por hoje, ela vai inventar uma historinha idiota mesmo, Dinah anota e saímos dali o mais rápido possível.

-Muito bem, deixe as cartas de costas, uma é seu passado a outra o presente e a terceira seu futuro -ela fala calmamente- Está pronta Camila?

Ela vira a primeira carta: O julgamento

-Não temos controle da vida Camila, mas você a acha injusta, ela lhe tirou aquilo de mais precioso, você passou pelo julgamento sem nem olhar para trás e decidiu condenar a si mesma por algo que estava fora de seu alcance

Então ela vira a segunda carta: A Carruagem

-Decidiu seguir em frente de forma descontrolada, sem freios e sem rumo, nessa carruagem só tem lugar para você e quem tenta subir é esmagado por você, sem jamais olhar para trás.


-A chega dessa baboseira, Dinah se quer continuar isso fica, por que pra mim já deu.


Me levanto com tudo, não sou obrigada a escutar essa tiazinha falando asneiras, julgamento, carruagem, são desenhos estranhos que ninguém consegue entender isso sim.

Pego minha bolsa e caminho pro corredor.

-Pode ir criança, quando quiser voltar estarei bem aqui -ela fecha os olhos- E cuidado com o elefante rosa, pode doer na hora mas é seu remédio

A prova definitiva de que essa senhora além de charlatã é maluca, elefante em Nova Orleans, e ainda por cima rosa.

Só Dinah pra acreditar em uma coisa dessas e ainda ficar impressionado.

-Você vai ficar ai Dinah?


-Preciso terminar a matéria


-Que seja- eu pego o caminho pelo qual viemos e passo pela porta


-mãe Luci, qual é a última carta de Camila?


Foi para isso que Dinah ficou.

Mãe Luci vira a última carta com um sorriso gentil.

-Os Enamorados, essa era a carta do futuro de Camila.


...


Não quis voltar ao jornal, chega de trabalhar por hoje ou mato alguém, péssima ideia ir pra essa vidente e ainda deixei a Dinah sozinha lá, ela sempre acreditou nisso de coisas místicas vai saber no que pode acontecer com ela lá no meio daquelas coisas.


To andando tanto que vim até pro lado da orla, posso não gostar dessa fama de cidade romântica e mística, mas gosto dessa maresia que vem da baia e dos pântanos que tem na margem da cidade a história correu por esses rios, misticismo ou não aqui é único.


Até as curvas da rua deixam essa parte da cidade diferente, sem prédios altos, só antigos casarões que viraram restaurantes ou boates, isso sim é magia, a vida noturna daqui, 3 copos de Marguerite você vê até fadas na sua frente.


-Cuidado! - alguém grita atrás de mim, quando me viro um elefante rosa me acerta com tudo na barriga e me joga no chão.


-Porra! - sinto dificuldade de respirar pelo baque, quando olho melhor vejo o tal elefante rosa, um daqueles brinquedos que as crianças usam como cavalinho com rodinhas e tudo - Quem deixou essa merda solta!


-Me desculpa moça- Uma mulher de pele muito clara estende a mão, as tranças tentam prender o cabelo preto, olhos verdes e uma expressão de medo, ela usava um casaco grande de constelações -Ele escapou da minha mão.


-Um elefante, escapou da sua mão? - tento me levantar mas meu cotovelo ta ardendo e sangrando, ai droga odeio sangue- Merda, sangue.


Os olhos da mulher ficam mais assustados ainda, ela se joga no chão abrindo a bolsa e pegando uma caixinha azul.


-não se mexe, ai não acredito você ta, sangrando por minha causa, o mínimo que posso fazer é um curativo, então calada e me deixa fazer meu trabalho aqui

Calar a boca? Até agora não pude falar nada é ela que fala sem parar, mas ela tá tão preocupada melhor deixar ela fazer esse curativo e depois eu vou embora.

Na caixinha azul tem materiais de primeiros socorros, ela parece tão concentrada no que está fazendo. Ela pega um frasquinho avermelhado e passa algodão na ponta dele.


-Você é medica? -decido quebrar o silêncio- sabe o que ta fazendo?


-Sou professora e sim, eu sei que to fazendo minhas crianças sempre se machucam desse jeito.


Fui comparada a uma criança ou é impressão minha


-aii! - ela colocou aquele algodão no meu braço depois um band-aid da Barbie- Essa coisa doeu mais do que esse seu elefante ai


- Não seja chorona, isso vai evitar de infeccionar- Ela se levanta e estende a mão pra me levantar- Vamos levante-se


Eu aceito a mão dela e saiu do chão, que dia, eu oficialmente vou pra casa depois dessa invento algo pro Dinah e ele que se vire com Patrícia.


-Você tem licença pra dirigir esse elefante?


Ela me olha sem entender direito, depois do que pareceu ser um século ela começa a rir puxando o ar, achei que ela ia ter um treco do jeito que ela estava rindo.

-Essa foi muito boa- ela amarra uma gorda naquele elefante tosco- Meu nome é Lauren, prazer

Ela abre um sorriso tão sincero que me pego sorrindo também.


-Sou Camila.


Trim trim



Despertador idiota, já são 7:30, ah mais um dia de trabalho. Mas boletos a pagar.

Sonhei com aquela tal de Lauren de novo, maldito elefante rosa deixou um roxo na minha barriga, já fazem duas semanas, espero que ela não tenha sido presa por aquele treco.

Melhor levantar tenho uma entrevista em um centro juvenil hoje. O único trabalho do dia.

Vamos ver o que esse centro juvenil tem de tão especial.





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Olha ,1000 palavrinhas para vocês cariños



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⏰ Última atualização: Dec 16, 2018 ⏰

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