Hospital

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Jimin povs.:

Guardei o celular no bolso e entrei no primeiro taxi que vi.

Quis me matar quando esqueci que poucas pessoas sabiam a linguagem dos sinais, que eu era surdo, não podia falar, e não tinha como gritar desesperado "VAI PRO HOSPITAL". Tipo, como eu ia fazer para dizer que era uma emergência? Ligava um som de sirene no celular?

Escrevi rápido onde eu queria ir no meu celular, o cara parecia irritado por que eu não respondia sei lá o que ele estava dizendo.

Ele leu o que eu escrevi e me olhou confuso, ele não podia simplesmente ir? Revirei os olhos, apontei para meus ouvidos e para a minha boca, fazendo um não com os dedos em seguida. O homem paralisou por um segundo, mas finalmente ligou o carro e saiu em direção ao hospital.

Tentei me acalmar no caminho.

Devia ser um engano, eu chegaria no hospital e não teria nenhum Jeon Jungkook em nenhum dos quartos, eu voltaria pra casa e receberia alguma mensagem de Rosé dizendo que era uma brincadeira.

Aquilo parecia errado, Jungkook estava ontem conversando comigo, rindo, flertando. Verdade que ele parecia tenso, mas como chegaria ao ponto de tentar suicídio?

Checava meu celular a cada 5 segundos esperando alguma mensagem de qualquer pessoa me dizendo qualquer coisa que fizesse com que eu me acalmasse pelo menos um pouco.

(Quebra de Tempo)

Cheguei na recepção, escrevi Jeon Jungkook em um papel e mostrei para a recepcionista, ela me respondeu dizendo alguma coisa e eu fiquei irritado. Se eu fosse capaz de falar por que diabos eu teria escrito o que eu queria dizer em um papel? Ela era burra? Apontei para o papel de novo, ela insistiu em falar.

Eu ia gritar com ela ali mesmo, qualquer coisa que eu conseguisse. Eu podia não saber falar, mas tinha voz.

Expliquei pra ela a minha situação da mesma maneira que eu expliquei para o taxista.

Ela estendeu a mão para mim em sinal para que eu esperasse e então saiu, me deixando sozinho na frente daquele balcão. Voltou alguns minutos depois trazendo um papel em mãos e me entregando em seguida: "Sinto muito, eu não sei a linguagem dos sinais."

Olhei para ela me segurando para não voar no pescoço dela. O que? Era isso? Ela não sabia e não procurou ninguém que soubesse? Ela podia pelo menos escrever no papel as informações que eu precisava! Não aquilo. Aquilo ali não me ajudava em nada! Lágrimas começaram a brotar nos meus olhos, meu deus como eu tinha raiva de momentos assim.

Olhei para os lados desesperado, o que eu fazia agora?

Uma enfermeira se aproximou do balcão e conversou com a recepcionista, logo em seguida se virou para mim. Quase explodi de alegria quando ela começou a mexer as mãos.

*Sinto muito pela minha colega, ela é nova no trabalho.*

*Tudo bem*

Respirei fundo.

*Qual a sua relação com o paciente?*

Me senti mal sabendo que ele realmente estava ali, e a minha resposta foi de impulso.

*Ele é o garoto que eu gosto*

A enfermeira corou.

Eu ri, um pouco aliviado por poder conversar com alguém.

A enfermeira começou a conversar com a recepcionista e eu fiquei observando, era uma enfermeira baixinha, só um ou dois centímetros menor do que eu, seu cabelo na altura do queixo e uma franjinha estilo boneca. Seu rosto era fofo, parecia jovem demais para ser formada em qualquer coisa.

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