Prólogo

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1 de Março de 2018

Está uma temperatura bastante agradável num dia de feriado aqui no Seixal. Mais parece até que o verão chegou.
Dentro de um mês começo o meu primeiro estágio, estou bastante ansiosa para colocar em prática tudo aquilo que tenho aprendido ao longo destes anos de curso na área da saúde.
Hoje vou mais a minha mãe começar as suas mudanças para a sua nova casa, até gostava de compartilhar este momento com o meu namorado Roberto, mas mais uma vez está ausente e sem responder às minhas mensagens. Sempre que ele vai passar os fins-de-semana ou férias à terra natal dele, é como se eu não existisse na vida dele. Os meus amigos estão sempre a dizer-me que ele dá a entender que tem uma vida dupla, mas sempre que o confronto diz que é mentira e que eu não confio nele. A verdade é que já namoramos há quatro meses e ainda não conheci ninguém da família dele nem nunca falei com ninguém ao telemóvel, enquanto ele já conhece o meu pai e os meus avós paternos.
Esta situação deixa-me bastante insegura, porque não gosto de ter a sensação que estou a ser usada ou gozada.

- Olá querida, estás pronta para irmos fazer as mudanças? - Questionou a minha mãe enquanto segurava a porta do quarto onde estou.

- Oi mãe , sim estou - levantei-me da cama -, achas que deva só arrumar alguma coisa aqui em casa? Afina estamos provisoriamente em casa da tua amiga.

- Não precisas de arrumar absolutamente nada querida.

- Pronto está bem. É só porque isto está um pouco desarrumado até porque tem as minhas malas destes dias que vim cá passar contigo.

- Não tem mal, vamos?

Olhei para o meu telemóvel e percebi que o Roberto continuava sem dar sinais de vida ou sem responder às minhas mensagens.

- Está tudo bem querida? - Questionou novamente.

- É o Roberto. Há quase dois dias que não diz nada, nem pergunta se está tudo bem nem nada - suspirei -, espero que esteja tudo bem.

- Filha sabes qual é a minha opinião, que ele na volta está só a usar-te.

- Eu sei mãe - comecei a engolir o choro -, eu só espero que isso não seja verdade.

- Vem com a mãe, vamos distrair-nos a montar as coisas da casa nova da mãe e pode ser que entretanto ele diga-te algo.

- Sim pode ser mãe.

Peguei na minha mala e segui a minha mãe.

Assim que chegámos há nova casa da minha mãe comecei a olhar aos pormenores para todos os cantos. Tinha uma varanda pequena mas bastante pacata para estender roupa ou até mesmo, colocar uma mesa com umas cadeiras e jantar enquanto se assiste a um lindo final pôr do sol. Também tinha um quarto já com roupeiro, uma dispensa espaçosa para colocar lá os ingredientes ou o que ela quisesse, uma sala com acesso à cozinha e uma casa de banho bastante acessível, acho que é uma casa bastante jeitosa para a minha mãe.

Começámos a arrumar as coisas que ela tinha armazenadas nas caixas quando ouço o meu telemóvel a dar notificação. Fui olhar e era uma mensagem do Roberto. Finalmente.

- Boa tarde, espero que esteja tudo bem contigo. Peço desculpa pela minha ausência mas tenho andado mais o meu pai a cortar lenha e então não tenho conseguido falar contigo.

- Olá Roberto - comecei a responder seco -, espero que também esteja tudo bem contigo. Acredito que realmente tenhas andado bastante ocupado, mas que eu saiba para cortar a lenha, é durante o dia, por isso, há noite sempre poderias mandar-me alguma mensagem ou até ligar-me. Há sempre tempo quando queremos falar com alguém ou que essa pessoa seja importante para nós, nem que sejam apenas cinco minutos - respondi e bloqueei o telemóvel .

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