Capítulo 3

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Boca Raton – Flórida.
10 de junho de 2018.

Os pais e amigos de Liam estavam desolados na semana que sucedeu o acontecimento. Ninguém sabia o motivo, os amigos criavam inúmeras hipóteses, mas nenhuma batia. O caso dele se parecia muito com os últimos casos do mês, seu corpo também foi encontrado completamente desfigurado na faixa de areia. O problema é que até hoje, não descobriram quem ou o quê causou aquelas mortes, a equipe do governo já entrou no caso, pesquisadores buscam os possíveis motivos.

As pessoas mais velhas do bairro desconfiam que tenham sido Sereias, mas ninguém acredita nessa hipótese improvável, na verdade, quem acreditaria em tamanha infantilidade? Para todos, sereias eram musas dos oceanos,  como invenções preciosas e divinas, era difícil pensar que criaturas assim tivessem sido as causadoras de tais atrocidades mostradas nos casos de interesse de estado.

As investigações continuariam à fundo, mas o que ninguém lembrou, foi da máquina Polaroid de Liam que estava caída na praia junto às suas roupas.

(...)

Semanas depois, Tyler finalmente se recordou do aparelho favorito de seu amigo e saiu em disparada para a casa dos pais do falecido, que tinham se prontificado a guardar tudo do filho por pelo menos um ano de buscas, para que pudessem encontrar ao menos pistas da real causa da morte.

O rapaz só se lembrou de avisar Ryan quando já estava no meio do caminho, então se apressou em ligar para o amigo e avisar que em poucos minutos estaria lá para buscá-lo, claramente seu amigo ficou confuso com a agitação em sua voz, mas ele apenas esclareceu que contaria tudo devidamente enquanto estivessem indo para a casa de Liam. Chegando para buscar Ryan, Tyler o vê impaciente na entrada da casa e acena para que ele apresse o passo. Assim que o rapaz adentra o carro e se arruma no banco, o que estava dirigindo arranca com o veículo.

- Vai me contar o que está acontecendo agora? - Ryan indaga, cruzando os braços na altura do peito.

Tyler assente e respira fundo, apertando o volante em seus dedos, era possível perceber que as suas articulações estavam esbranquiçadas devido à força aplicada.

- Lembra que o Liam sempre andava com aquela máquina fotográfica velha? Aquela que revelava as fotos quando elas eram tiradas e tudo mais? - A ansiedade era notável em sua voz.

- A Polaroid, claro que lembro, ele não desgrudava daquela tranqueira. Mas o que tem ela?

- Ele fotografava tudo com aquilo, será que nos filmes não revelados tem a resposta para as nossas perguntas? - Tyler respondeu, fazendo seu amigo arregalar os olhos e assentir freneticamente.

- Porra, tem razão! Como a gente não tinha pensado nisso antes?

E então Tyler deu de ombros, estacionando o veículo na frente da casa dos pais do amigo falecido.

Quando eles comentaram com os pais de Liam que a máquina podia ter alguma relação com o caso, os mais velhos desacreditaram, já que para eles parecia apenas maluquice da cabeça dos garotos, no entanto, depois de muita insistência, Tyler e Ryan puderam subir para o quarto de Liam.

O ambiente estava exatamente como costumava ser antes de tudo acontecer, a cama sutilmente desarrumada, as fotos penduradas na parede, a primeira prancha de Liam encostada na parede, a televisão com o console de videogame onde passavam grande parte das suas tardes. A sensação nostálgica invadia o peito dos meninos, que se entreolharam e respiraram bem fundo antes de pegar o aparelho antigo do criado-mudo, prestes a verem o que havia feito a vida deles virar de ponta cabeça por tabela.

- Quem aperta? - Tyler se sentou na ponta da cama com a polaroid em mãos.

- Você, eu não tenho coragem. - Ryan disse e sorriu sem humor.

E então, sem pensar duas vezes, Tyler apertou o botão, que liberava as fotos dos filmes ainda restantes e arregalou os olhos majestosamente quando as imagens foram aparecendo nos papéis. A criatura das impressões parecia um grande peixe translúcido, mas com o físico estranhamente humano, ambos se entreolharam mais uma vez, vidrados no que havia logo abaixo de seus narizes.

Sem hesitar nem uma vez, Tyler pegou as imagens e saiu do quarto, seguido de Ryan, que levava a máquina fotográfica em mãos, ambos desciam as escadas rapidamente e quando chegaram ao carro, sentaram-se cada um em seu banco.

- Porra, bendita polaroid, Liam! - Exclamou Ryan.

- Bendita Polaroid. - Tyler soou exasperado, ainda chocado com o que acabara de ver.

                   

The end

The end

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