A filha perdida do rei Nereus

II

Abri meus olhos.
Está escuro em volta.
Estou deitada em uma cama dura.
Me sento nela e olho em volta.
Estou em uma cela feita de ferro.
Acho que deve ser de um navio de guerra.
Tem uma pequena janela com barras de ferro que impedem que eu saia.
Vou para ela e olho pra fora.
Vejo alguns peixes nadando e ao longe um tubarão.
Sempre fui fascinada pelos peixes por isso nunca como eles.
E isso deixa meu pai muito bravo porque na maioria das vezes deixo de comer.
Não é culpa minha que ele não aceita e não deixa que façam comida sem seres vivos para mim.
Sou interrompida dos meus pensamentos com a porta da cela sendo aberta.
Olho para ela e vejo o mesmo homem que me trouxe para cá.

-Pelo visto a princesa acordou- Falou ele.

-O quê você quer comigo?- Perguntei.

-Sabe...
Seu pai matou minha filha em uma luta- Falou ele -Quero que ele sinta a mesma dor que senti- Falou ele.

-Eu sinto muito...
Mas mesmo assim, não deve me culpar pelos erros de meu pai- Falei.
Isso parece que irritou ele bastante.

-Nao me fale o que fazer menina mimada- Falou ele com raiva.

-Perdao- Falei abaixando a cabeça.
Ele suspirou e saiu da cela fechando a porta logo em seguida.
Me sentei na cama e comecei a pensar em nada de mais.

-Ei, parece que ele secrestou uma menina dessa vez- Escutei alguém falando.

-Ele é louco, mas nunca pensei que chegaria a esse ponto- Falou outra voz.
Me levantei da cama e olhei pela a janela.
Vi um casal de caranguejo conversando.

-Licença- Falei chegando mais perto deles.

-Você nos entende?- Perguntou a fêmea.

-Nao é normal?- Perguntei.
O casal se entre olhou.

-Quem é você?- Perguntou o macho.

-Sou Kilia, filha do Rei Nereus- Falei sorrindo -E vocês?- Perguntei.

-Nome?- Perguntou a Fêmea.

-Nao temos nomes- Falou o macho.

-Nao??- Perguntei indignada.

-Nao- Falou os dois.

-Deixa eu pensar em um nome então- Falei pensando -Que tal paqe e Luftë?- Perguntei.

-Eu gostei- Falou a fêmea -Eu vou ser Luftë- Continuou a mesma.

-Eu vou ser Paqe- Falou o macho animado -Obrigada por nos dar nomes- Continuou o mesmo.

-De nada- Falei sorrindo.