1 o começo de novos dias de guerra

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A Aguá do mar, que estava mais quente que o comum, atingia os meus pés quando as ondas se desfaziam na areia. Eu estava na praia sozinho. Não tinha um pé de pessoa em lugar nenhum. Nem na direita e muito menos na esquerda. Todavia eu não estava preocupado com isso, a paz que eu tanto procurava estava ali.

Só eu e a praia, e mais ninguém.  

  deitei-me no chão, esparramando-me na areia, absorvendo toda a energia do sol e ouvindo o som das ondas. Estava tudo tranquilo, até o som do mar ser substituído por um bip bip ensurdecedor.

  cacete! Meu despertador!

Então eu voltei para a minha realidade.


Em plena segunda-feira com uma ressaca da merda. Eu tinha que parar de beber... muito. Minha vida já não é muito boa, agora imagine sem uma gota de álcool para dar uma sacudida? Aí que eu iria querer me matar mesmo  

  Tirei lençol do corpo e vi que tinha um papel com a marca de batom — seria um beijo de batom? Uma boca de batom? Ou uma boca no formato de um beijo em batom? —, então peguei-o, e para minha surpresa era um bilhete.

"Almejo irrevogavelmente repetir a noite. Bjs"


Olhei para baixo e disse: — Bom trabalho!  

   em primeiro lugar, eu fiquei surpreso pelo fato dela ter deixado o bilhete. Nunca tinham deixado um bilhete para mim depois de uma noite de sexo. E segundo, foi o que mais me surpreendeu, ela ter usado as palavras almejo e irrevogavelmente ela não me pareceu ser muito culta quando eu paguei 200 libras a mais para incluir um boquete.  

   Reunindo forças, levantei da cama e fui para o banheiro.

Já na sala, arrumei os papéis que teria que levar para o trabalho — depois de tomar um bom banho e vestir a roupa.


Como hoje era segunda-feira, eu só trabalhava às dez horas, então teria tempo de passar no restaurante para tomar café da manhã. Coloquei toda a papelada na maleta, peguei meu paletó e saí de casa.

    Estacionei o carro em frente ao restaurante da tia Johannah. A Joh não era exatamente a minha tia. Ela era a mãe do meu melhor amigo, o Lou, e desde que eu vim morar e trabalhar em Londres a mesma me ajudou bastante. Eu a considerava como uma tia.


  Bom dia , Alan— disse me sentando na cadeira do balcão.

— Oi, Lua... Minha nossa senhora! Que cara é essa? — o Alan  tinha uma pequena mania de ser escandaloso, e logo algumas pessoas que estavam no restaurante olharam para nós. — Parem de ser vida dos outros e tratem de comer! — gritou para o pessoal. Ele também era a arrogância em pessoa. — Essa cara é da saideira de ontem?  


Oque você acha, Alan?


— Ah é! Esqueci que você é fraco. — ele disse dando um risinho, limpando a bancada, passando aquele pano para lá e para cá, o qual os meus olhos não paravam de acompanhar o movimento.

  Não sou fraco! E estou assim também porque não dormi muito à noite... — disse.

— Ocupado demais, né... — ele parou de limpar e colocou o pano sobre os ombros. — Cá entre nós... — se abaixou na altura da minha orelha — Eu ainda acho que você deveria arranjar uma namorada e gastar o seu dinheiro com outra coisa.  


  Como quê, por exemplo?

— Com... — ele olhou ao redor — Com comida

nada é por acasoWhere stories live. Discover now