nada é por acaso

2 | tentação

  Sentei na cadeira do meu gabinete com tanta força que pensei até que iria cair. Eu estava cheio de raiva.  

  — O que aconteceu lá dentro pra você sair assim com essa cara de búfalo nervoso? — perguntou Léo, encostando-se a divisória do meu gabinete e o dele.  

— Aquela vaca quer que eu cancele o contrato! — falei, quase rosnando.

— Que vaca?  

  — A Senhorita Fildes! — fiz cara feia ao proferir o nome dela.

— Por que você já está chamando a sua chefe de vaca no primeiro dia de trabalho dela? Qual o seu problema?  

  — Qual o meu problema? — gritei. — Qual é o problema dela, você quer dizer! Ela quer que eu cancele o contrato! Sabe quanto trabalho dá para fazer isso? Ainda mais porque eu nem tenho motivo algum para avisar do cancelamento. Eu enviei hoje pela manhã.  

 — E qual é a razão dela fazer isso?

— Ela quer o imóvel.  

  — Mas ninguém pode comprar nenhum imóvel que vem para cá.

— Eu sei. E disse isso a ela.

— E o que ela disse?  

—  Me deu foi uma dura. Disse que eu tenho que cancelar esse contrato se eu não quiser perder o meu emprego.

— Nossa... Eu pensei que ela era angelical.

— Angelical é o cacete. Por trás daquele rostinho bonitinho tem é uma naja que sabe muito bem quando dá o bote.  

  — Nossa!

  —  Eu pensei que tivesse mandado você trabalhar, Santana. — virei-me, a Isabela estava parada a no máximo dois metros da minha cadeira. — Você é pago para trabalhar e não para ficar de conversa fiada — voltei para minha posição anterior e comecei a digitar coisas aleatórias no Word, só para não dizer nada a ela, convenhamos que a minha resposta não seria agradável.

  passou por mim e cumprimentou o Léo.

Sério. Ela sorriu para ele.

— Olá, Senhorita Fildes. — disse o Léo.

— Olá, Payne. O que você ainda faz aqui? O seu horário já passou.

— É que eu estava esperando o Senhor Edward me dizer se tem algo para fazer.  

—   Você pode ir sem problema, eu digo a ele que te liberei.

— Obrigado, Senhorita Fildes — eu fiquei olhando-a de soslaio, vi que ela sorriu para ele de novo e foi andando em direção ao elevador. O Liam ia abrir a boca para proferir alguma coisa, mas eu o impedir.  

  —Não diga nada!

— Mas eu ia...

— Cala essa boca, Léo!

— Ela foi muito simpática comigo, e olha que eu nem sou o assistente dela. Como ela soube o meu nome?

— O seu crachá, idiota.

— Ah, é mesmo. — ele olhou para o próprio crachá.  

—Ah  , é mesmo. — ele olhou para o próprio crachá.

— Eu vi que ela foi simpática com você, mas comigo foi o contrário, eu juro.

— Vai ver foi ódio à primeira vista.

— Como você é engraçado, Léo — disse com desdém.