049 + narrativa

1K 175 138
                                    

Minho sentia-se orgulhoso. E o motivo? Conseguira despistar Felix e Bangchan e chegado a casa são e salvo. E claro, acompanhado por um Jisung envergonhado.

Noutras palavras, depois dos dois garotos saírem do banheiro, toparam os australianos a procurarem por eles com caras pouco amigáveis. E o percurso menos provável seria pelas escadas de emergência, por onde Jisung e Minho saíram a correr, com medo que o segurança do shopping os apanhasse.

Mas agora voltando aos tempos atuais. As reações de Jisung eram totalmente normais, afinal, a vergonha atinge quando estamos em casas alheias. Porém Jisung sentia-se mais nervoso do que o habitual. E tinha quase cem por cento a certeza de que era por causa de Leeknow.

Minho coloca a chave na fechadura e roda a sua mão pelo menos umas duas vezes. Com um estralo a porta estreita se abre e os dois entram lentamente.

Jisung tirou um pouco do seu não tão precioso tempo para observar a casa do mais velho. Obviamente que não era grande, a sala de estar estava interligada com a cozinha e só haviam somente três portas. A de entrada, a do suposto quarto de Leeknow e a de um suposto banheiro. Apesar de ser tudo tão pequeno, Jisung encontrou um certo conforto no sofá escuro de Minho cujas almofadas pareciam ser extremamente fofinhas.

— Fica à vontade que eu já volto...

Jisung não precisou ouvir duas vezes antes de se largar em cima do sofá, de braços e pernas estendidas. Minho riu-se da reação e um pingo de felicidade atingiu-lhe o bom senso por Jisung estar perdendo a vergonha com qual entrou em primeiro lugar.

Com um último olhar para Jisung, Minho abre a sua porta do quarto e adentra lá dentro, desaparecendo do campo de visão do mais novo.

Jisung pôde então examinar a televisão de Leeknow, não era tão moderna assim mas tinha as capacidades básicas e isso era o suficiente. O emprego de Leeknow não lhe dava muitas regalias, mas o mais velho sabia certamente como poupar (Jisung notara isso ao longo do tempo quando saíam). A luz que iluminava a sala era fraca e tinha uma cor amarelada e isso fazia com que o espaço ficasse escuro, apesar de serem apenas seis horas da tarde.

Chegou a um ponto em que Jisung perdeu-se no meio de todos os seus pensamentos desengonçados. O sofá de Minho era confortável de mais! Fechou os olhos e imaginou-se num sítio muito distante. Haviam montes de relva verde e muitas flores que dançavam com a força do vento. Mais ao longe podia imaginar uma pequena floresta escura e fria, que fazia um certo contraste com os montes de relva. Alguma música calma passava no ar e o de cabelos loiros sentiu-se como se estivesse a flutuar sob o sol brilhante.

Jisung sentiu o sofá afundar e só então se apercebeu de que Minho havia chegado e se sentado ao seu lado. Abriu os olhos. Na sua cara nascia um sorriso e as suas mãos seguravam uma caixa de DVDs de diferentes filmes.

— Estes são todos os DVDs pertencentes a mim e a Changbin. Como o filme que íamos ver ainda não está online teremos que ver um desses.

Minho entregou os DVDs a Jisung e murmurou um pequeno "escolhe".

Jisung pôde identificar vários filmes de ação, uns até de romance, mas o que ele queria mesmo ver era algo com terror.

— Não tem nenhum com terror aqui?

— Oh Jisung... Nem sabes de nada...— Minho afastou com a sua mão esquerda os DVDs de cima e apanhou pelo menos uns oito do fundo. — Escolhe.

Jisung esbugalhou os seus olhinhos e sorriu, examinando os filmes. Aos poucos, foi pondo alguns de parte.

— The ring é chato.

— Hm...

— Anabelle é muito bleh.

— Hm...

— Chucky mete mais graça que medo.

— Hm...

— O exorcista até que é legal... Mas deixa eu ver os outros.

— Hm...

— Eu gosto de The grunge! Tenho saudades de ver esse. Podemos ver esse, Min? Podemos, podemos, podemos?

— Sim, pequeno. É sobre o quê mesmo? — Minho guardou os outros dvds dentro da mesma caixa e colocou o outro para assistirem.

— Se eu não me engano é daquele monstro que parece a Samara Morgan só que faz esses sons estranhos com a boca. — Jisung imitou os sons — O filme passa-se em Tóquio.

— Eu quero ir a Tóquio — Minho suspirou, sonhador — Olha, o filme está começando!

O mais velho atirou-se para cima do sofá e Jisung deixou as suas pernas ficarem no colo de Leeknow. A tela da TV mostrava uma casa sombria e a música do fundo era arrepiante, mas era disso mesmo que Jisung gostava.

Porém, podemos dizer que o filme não foi visto em 100% pois, em algum momento, um dos dois garotos fazia algo e ambos se desligavam completamente do filme.

Como por exemplo quando Minho levou as suas mãos até aos tornozelos de Jisung e deixou-as por lá, passando calmamente os dedos pela pele do mais novo até chegar ao tecido das calças e brincar um pouco com elas. O toque das suas mãos geladas na pele quente do mais novo causava um grande contraste e calafrios na espinha de Jisung. O seu coração batia a mil, mesmo ele tentando controlar os seus batimentos.

Ou quando Han se aproximou com a desculpa do frio e ficou tão perto que o seu nariz roçou no pescoço do mais velho, causando arrepios ao mesmo. O mais novo inspirava e expirava lentamente na tentativa conseguida de sentir o cheiro de Leeknow e o mais velho controlava o riso devido à comichão no seu pescoço.

Ou quando estava completamente escuro e Minho ganhou coragem e moveu a sua mão às cegas tentando achar a do mais novo, conseguindo-a achar ao fim de uns segundos e entrelaçando os seus dedos com os de Han. O mesmo contacto do gelo com o quente só que agora nas mãos dos dois garotos.

Ou até mesmo quando Jisung decidiu deixar de controlar os seus atos e deixou um beijo molhando no pescoço de Minho, seguido de outro e de outro e de outro...

𝐥𝐨𝐯𝐞𝐬𝐢𝐜𝐤 | 𝐦𝐢𝐧𝐬𝐮𝐧𝐠  DESCONTINUADAWhere stories live. Discover now