Antes de cada infinito

Capítulo 1

Cerca de 3 séculos antes…

Hagret sempre fora um reino próspero, a grande população de trabalhadores humanos, colocava toda sua energia no trabalho  antes do por do sol, o que o tornava em um reino muito agitado de dia. Porém, após o sol se pôr os humanos eram proibidos de vagar pelas ruas ou festejar, então à noite toda as ruas Hagret se acalmava e todas as tavernas, bares noturnos e  becos escondidos se enchiam de seres sobrenaturais. No entanto era, no mínimo, estranha a visão do velho vampiro chamado Cross correndo pelas ruas da capital do reino.

É de se esperar que os vampiros corram, os coitados estão sempre metidos em encrencas. E principalmente à noite, aliás eles são vampiros, e as histórias sobre esses seres não são completamente falsas. Mas, diferentemente do que Cross estava fazendo agora, eles não andavam tão abertamente pelas ruas ao sair à noite, assim como qualquer ser com vontade de viver faria, já que os soldados do rei sempre apareciam nos momentos mais inoportunos para atazaná-los.

Porém, mesmo correndo o risco de ser interceptado por um dos soldados, o velho vampiro lutava contra o tempo para chegar o mais rápido possível, até mesmo para um vampiro,  na simples e improvisada cabana dos Loudons, temendo não chergar a tempo de salvar a pequenina criança das mãos do temível rei Joseph.

Era uma noite estranha de primavera, chovia e trovejava como nunca. Uma noite nem um pouco aconselhável para o nascimento de uma criança, e muito menos o daquela criança em especial.

Cross já percorria a estreita trilha que parecia não ter fim há um bom tempo, tentando desviar se dos buracos e pedras que apareciam no caminho. Mas nada de avistar aquela cabana mal cuidada em meio a densa vegetação que cobria vigorosamente àquela parte do reino. Ele até chegara a pensar que havia errado o caminho, que tivera entrado na rua à direita antes do velho casarão abandonado e o caminho certo fosse pela rua à esquerda. Enfim, ele não se lembrava de ter percorrido um caminho tão grande da última vez em que se encontrara com o príncipe Carlos há três meses.

Os dois, o príncipe vampiro e Cross, tinham pensado em um plano praticamente perfeito para quando chegasse a hora de Laura Loudons, uma simples e encantadora criada da família real que se apaixonou perdidamente pelos galanteios do príncipe Carlos, ter seu primeiro filho.

Quando Laura começasse a sentir as primeiras dores do parto Carlos deveria avisar a Cross, que pegaria a criança e disponibilizaria a ela uma vida segura e longe maldade. Embora triste, o plano era necessário, já que a nova vida não era bem vista pelo rei e Carlos não estava disposto a vê-la morrer pelas mãos do  pai.

O rei Joseph, com sua tremenda avareza e com a necessidade de salvar o reino da ruína (fruto de seu uso indevido do capital do reino), planejava matar a criança, e a criada é claro, apesar de prometer, diande do público, que nunca causaria tal dor ao filho. Em seu interior ele planejava casar o príncipe Carlos com a rica princesa Aurélia de Calgaton, para livrar Hagret da iminente ruína, mas Carlos dificultou severamente a execução dos seus planos ao se apaixonar por Laura quando ainda era adolescente. Então Laura e seu futuro filho reprentavam um obstáculo que ele estava determinado a superar.

Por isso, quando Carlos soube das primeiras evidências de que chegara a hora do nascimento, mandou que uma bruxa comunicasse ao amigo para que imediatamente colocassem o plano em prática .

  Quando Cross pensou que nunca mais chegaria à cabana, avistou a pequena moradia alguns quilômetros à frente. Cross acelerou um pouco mais, entrou quase arrancando a porta da frente, mesmo que esta esrivesse aberta, com um medo tremendo de encontrar apenas destroços.

- Graças a Deus,Cross! Praticamente gritou o príncipe assim que avistou a entrada brusca do amigo.-Por que demorou tanto?

O velho vampiro não prestou atenção ao que o príncipe disse, estava preocupado com a criança, pois apesar de nunca ter ligado para bebês, aquele era esperada por ele. Continuou a procurar pela casa, examinando cada canto, até encontrar Laura deitada sobre alguns panos no outro cômodo.

Tinha sido um parto difícil, normalmente era assim quando somente um dos pais era vampiro. Mas aquele parto foi especialmente difícil, já que não puderam contar com a ajuda de ninguém, uma vez que apenas representariam mais alvos para a ira do rei Joseph. A garotinha, no entanto, era bem calma, não chorava como os outros bebês, e era interessantemente enorme e rechonchuda para um bebê recém nascido.

- Não temos tempo a perder, Carlos. Disse Cross se aproximando de Laura para pegar a garotinha no colo e fugir com ela o mais rápido possível, mas foi impedido por Carlos que se colocou entre ele e a bebê com um sorriso contido no rosto.

- Mas ela é tão fofa,Cross. O príncipe sorriu mais abertamente para Laura depositando um longo beijo em sua testa. O vampiro não pôde acreditar no que aquilo significava, o príncipe se rendera aos encantos da filha e desistira de a tirar de perto das garras do pai.

- Essa é minha escolha,Cross, eu vou me casar com Laura e cuidar da minha filha, como um bom pai deve fazer.

- Você sabe Joseph não aceitaria sua esco…

E como em toda boa história todos os acontecimentos parecem ter sido cronometrados, o rei Joseph entrou na cabana empunhando uma brilhante espada.

- Maldito filho! Vociferou o rei avançando em direção ao filho, a única coisa que o separava da neta.

Tudo a partir daquele momento aconteceu rapidamente. Laura,  que apesar de  disposta a salvar a filha, reconhecendo sua fraqueza entregou a garotinha nas mãos de Cross, cujo único objetivo da vida no momento era salvar aquela garotinha em seus braços.

Joseph, que contava com ajuda, matou Laura sem piedade na frente  do filho que preso preso pelos capangas do rei foi obrigado assistir a cada maldade feita a Laura.

Carlos, nunca mais foi o mesmo após a morte da sua amada. Não se importou se em casar com Aurélia. Na verdade não  importou se com mais nada. Não mais o fazia sentido viver.

Já a gorotinha, cresceu fora daquele mundo repleto de maldade e de seres sobrenaturais. Viveu  como outras garotas humanas da época . Teve 5 filhos, não muito para aquele tempo, e não viveu o bastante para ver os neto,  no entanto.

Hagret, prosperou pelos três séculos, encontrou reis melhores que Joseph mais tarde e se tornou especialmente mais agitada com o passar das décadas.
Os seres de Hagret, dividiram se, alguns escolheram o lado das trevas, como os vampiros e as fadas, e outros o lado da luz, como os lobisomens e o groeds.

Mas agora, Hagret se aproximava de um terrível fim e todos os seres estavam em perigo. Eles, mais que nunca, precisavam se juntar.