capítulo 1 pt 3

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- Anna! Anna, venha aqui imediatamente!
Anna desviou o olhar do pequeno diário que a sra. Sharpe lhe dera como presente de despedida e, sem hesitar, é reposto junto com a caneta no esconderijo.
- Estou indo, sra. Pincent - respondeu depressa e saiu correndo do banheiro feminino 2, atravessando corredor, de rosto afogueado ponto A quanto tempo a sra. Pincent a estaria chamando? Como era possível não ter ouvido?

A verdade é que jamais perceberá como o ato de escrever absorvia a atenção da pessoa. Fazia agora um ano que ganhara o diário da sra. Sharpe. Era um livro pequeno e grosso, encapado em veludo rosa e recheado de folhas espessas e sedosos, tão bonitas que nem me passava pela cabeça fazer um único rabisco naquele Formoso papel ponto de vez em quando, ela apanhava o diário para admirá-lo. Revirava nas mãos para sentir, com a consciência culpada, a textura macia do veludo em sua pele antes tornar a escondê-lo. No entanto, jamais escrevera nele - Isto é, até aquele dia ponto hoje, por alguma razão, ela apanhará o diário e uma caneta e sem sequer pensar começar a escrever ponto e uma vez que começou, descobriu que não queria parar. Pensamentos e emoções que normalmente se ocultavam sob as preocupações e a exaustão subitamente assomaram à superfície como se quisessem respirar.
Até aí não havia problema, mas se fosse flagrada, levaria uma surra. Primeiro, não tinha permissão para aceitar presentes de ninguém. Segundo, diários e escritas eram proibidos em Granger Hall. Os excedentes não estavam ali para ler e escrever; faziam a pessoa pensar, e excedente que pensavam demais eram inúteis e Rebeldes. As pessoas, porém, queriam empregados que fossem letradas, por isso sra. Pincent Não tinha opção.

Se Anna fosse de fato um ativo valioso, livraria de uma vez do diário, e ela sabia disso. A tentação era um teste, sempre dizia a sra. Pincent. Anna já fora reprovada duas vezes - primeiro por aceitar o presente e agora por escrever nele. Um verdadeiro Ativo Valioso não sucumbiria á tentação tão facilmente, não é? Um Ativo Valioso simplesmente não desobedeceria ás regras. Anna, que nunca desrespeitara regra alguma, que acreditava que os regulamentos existiam para serem obedecidos ao pé da letra, finalmente encontrara uma tentação a que não pudera resistir. Agora que o diário tinha um texto seu, a tentação a que não suportaria perdê-lo, fosse qual fosse o preço.

Teria simplesmente que garantir que o diário nunca fosse encontrado, concluiu enquanto corria para a gabinete da sra. Pincent. Se ninguém conhecesse o seu pecado secreto, talvez fosse possível enterrar seus sentimentos e o diário e se convencer de que, no final, não era ima menina má, que o pequeno espaço de paz que abrira para si em Grange Hall não corria real perigo.

Antes de entrar no corredor, Anna deu uma rápida olhada em si mesma e alisou o uniforme; Excedentes tinham que parecer limpos e arrumados todo o tempo, e a última coisa que Anna queria era irritar desnecessariamente a sra. Pincent. Anna era Monitora agora. o que significava que podia se servir mais de uma vez no jantar, quando sobrava comida, e recebia um cobertor extra, o que representava a diferença entra uma noite de sono tranquilo e outra tiritando de frio. Não, a última coisa que desejava era confusão.

Inspirando profundamente e se concentrando de modo a aparecer a Anna calma e organizada de sempre, ela passou pelo o corredor e bateu na porta aberta da governanta.

O gabinete da sra. Pincent era uma sala escura e fria com um soalho de madeira, paredes amareladas e tinta descascada, e uma luz forte no alto que dava a impressão de ressaltar toda a poeira que havia o ar. Embora já tivesse quase 15 anos, Anna entrara naquela sala para receber surra ou tipo de castigo um número suficiente de vezes para sentir um medo instintivo toda vez que cruzava a porta

- Anna, até que fim! - exclamou a sra. Pincent em tom irritado. - Por favor, no futuro, não me faça esperar. quero que prepare uma cama para um garoto novo.

Anna assentiu.

- Pois não, Governanta - disse, respeitosamente - Pequeno?

Os internos em Grange Hall eram classificados em Pequenos. Médios e Aspirantes. Pequeno referia-se ao tamanho dos recém-chegados - desde bebês de colo, ou engatinhando, até os cinco anos de idade. Sempre se sabia quando chegava um Pequeno por causa do choro e do berreiro que se prolongava por dias até eles se adaptarem ao novo ambiente - razão pela qual os dormitórios dos Pequenos ficavam fora da circulação, no último andar, onde não pudessem incomodar mais ninguém. Ou pelo menos essa era a intenção; na realidade, nunca se pode fugir complemente do choro, Ele permeava tudo.

Os Médios tinham de 6 a 11 ou 12 anos. De tempos em tempos, chegavam alguns e, em geral, eram calados e reservados em vez de chorões. Os Médios entendiam depressa o funcionamento da vida na instrução, descobriam que as lágrimas e as más-criações não era toleradas e não valiam uma surra. Embora fossem mais fácies de lidar que os pequenos, traziam sua própria carga de problemas. Por chegarem mais tarde, por terem passado tanto tempo com os pais, era frequente alimentarem ideias muito erradas sobre coisa.

Anna era Expirante. Aspirava a um emprego. Durante o período de aspiração é que iniciavam o treinamento mais sério e esperavam que o aluno aprendesse tudo o que iria precisar para servir aos futuros patrões. Era também período de aspiração que começavam os testes, se induziam discussões sobre temas como a droga de longevidade e os pais e Excedentes, para verificar se o aluno de fato Conhecia Seu Lugar, se estava preparado para o mundo exterior. Anna era inteligente demais para um cair naquela armadilha. Não ia ser uma das retardadas que se animava com a primeira chance de dizer o que pensava e começava a criticar o Pacto. Eles desfrutavam de seus dois minutos de glória e depois era despachadas para um centro de detenção. Trabalhos forçados era o nome que a sra. Pincent dava a isso. Anna estremecia só de pensar. Enfim, ela Conhecia Seu Lugar e não queria atacar a ciência nem a natureza nem as Autoridades. Já se sentia bastante mal por existir, não precisava criar caso para piorar ainda mais sua situação. A sra. Pincent franziu a testa.

- Não, não é Pequeno. Prepare a cama no dormitório dos Aspirantes.

Anna arregalou os olhos. Ninguém jamais chegará em Grange Hall como Aspirante. Tinha que ser engano. Ou então, era óbvio, o garoto receberá treinamento em outro lugar.

- Ele... está vindo de outra casa de Excedentes? - perguntou antes que pudesse refrear. A sra. Pincent Não aprovava perguntas a não ser que visassem a esclarecer uma tarefa específica.

Os olhos da sra. Pincent se estreitaram ligeiramente.

- Isso é tudo, Anna - disse, dispensando-a com um aceno de cabeça- A cama precisa estar pronta dentro de uma hora

Anna assentiu em silêncio e se virou para sair, tentando não atirar a intensa curiosidade que sentia. Um Excedente Aspirante teria no mínimo trazes anos. Quem seria? Onde estivera todo esse tempo? E por que estava vindo agora para ali?

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Unicórnios finalmente acabou esse capítulo kkkkk

Pessoas novas em Grange Hall nunca tá certo, imaginação um aspirante
Bjs tá pandinha

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⏰ Última atualização: Feb 27, 2019 ⏰

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O Pacto - quando o nascer se torna proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora