Capítulo 1 pt2

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Na realidade, tenho muita sorte por esta aqui. Assim, tenho oportunidade de redimir os Pecados dos meus Pais, se trabalhar duro e me tornar empregável. Nem todo o mundo tem uma oportunidade igual, diz a sra. Pincent (ela escuta demais a sra.Pincent kk) . Em alguns países, os excedentes são mortos, eliminados como animais.

É claro que aqui não se faz isso. Na Inglaterra, ajudam os Excedentes a se tornar Úteis às outras pessoas, então não é tão ruim assim ter nascido. Aqui criaram o Grange Hall para atender. Aqui criaram a Grange Hall para atender a demanda de empregados dos Legais, e é por isso que temos que trabalhar tanto - para demonstrar a nossa gratidão.

Mas não se pode ter Casas para Excedentes no mundo inteiro, para cada Excedente que nasce. É como colocar a última palha no lombo de camelo, diz a sra. Pincent. Cada um e todos juntos podem fazer o camelo sucumbir sob o peso da carga. Provavelmente, eliminar é melhor para todos - quem ia querer ser a palha que fez a Mãe Natureza sucumbir? É por isso que eu odeio os meus pais. É deles a culpa por eu estar aqui. Não pensaram em ninguém exceto neles mesmos.

As vezes eu penso nas crianças que são eliminadas. Em como é que as autoridades fazem isso, é se dói. E como fazem para ter empregados naqueles países? Ou operários. Minha amiga Sheila diz que às vezes também se livram de crianças aqui. Mas eu não acredito. A sra. Pincent diz que a Sheila tem uma imaginação fértil devia e que Isso vai ser a perdição dela. Não sei se Sheila tem a imaginação fértil demais, mas acho que ela inventa coisas, quando chegou aqui me jurou o que os pais dela não assinaram o pacto, que tinha nascido legalmente E que o verão um grande engano por que os pais abriram mão da opção de longevidade. Insistir muitas e muitas vezes que eles viriam buscá-la quando tudo ficasse esclarecido.

É claro que eles nunca vieram.

Somos 500 aqui em Grange Hall. Sou uma das mais velhas e também aqui está aqui há mais tempo. Vivo aqui desde os dois anos e meio - essa era a idade que eu tinha quando me encontraram. Meus pais me escondia em um sótão - dá para acreditar? Parece que os vizinhos ouviram o meu choro. Sabiam que não podia haver crianças na casa e chamaram as autoridades. Devo muito aqueles vizinhos, diz a sra. Pincent. As crianças sempre sabem a verdade,diz ela, e provavelmente eu estava chorando porque queria ser encontrada. Que mais eu ia fazer - passar a vida inteira em um sótão?

Não consigo me lembrar do sótão nem dos meus pais pontos já me lembrei algum dia, acho - mas não tenho muita certeza. Talvez estivesse lembrando de um sonho. Por que alguém ia violar o Pacto e ter um bebê para criá-lo no sótão? É pura idiotice.

Também não lembro muita coisa da minha chegada em Grange Hall, Mas isso não chega a ser uma surpresa - quero dizer, quem se lembra do tempo em que tinha dois anos e meio? Me lembro de sentir frio, lembro de gritar chamando os meus pais até ficar rouca, porque fica na época eu não entendia como tinha sido egoístas e idiotas. Lembro também de me meter em encrencas mesmo que me esforçasse para andar na linha. Mas isso realmente é tudo.

O Pacto - quando o nascer se torna proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora