Capitulo 24

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Estava a poucos metros de Rick. Eu segurava a prostituta, a qual ele pensava que era a mãe de Leonardo, e ele segurava a Bianca que me olhava com desdém. Não conseguia entender o porquê da sua reação. Eu ia tirá-la dali e do que me lembro da nossa última conversa, que por sua vez, tinha corrido muito bem, ela pediu para que eu voltasse. E foi isso que eu fiz.

– Estou impressionado, Bieber. – Rick observava a mulher ao meu lado, da cabeça aos pés, com um sorriso malicioso. – Confesso que me surpreendes-te.

– Tu não me conheces. – Disse.

– Estou a ver que não... Mas deixa-me que te diga que sobes na minha consideração todos os dias.

– E tu desces na minha. – Riu-se secamente enquanto eu o encarava sisudo. Estava nervoso e ansiava pelo momento da troca.

– O quê é isso, Bieber? Até que nos estamos a dar bem ultimamente. Acho que seriamos bons amigos, tal como antes.

– Nunca fomos amigos. – Retruquei. – Estou apenas a cumprir o combinado.

– E fizeste-o muitíssimo bem, por isso, aqui tens a tua recompensa. – Apertou a face de Bianca e tentou beijá-la numa tentativa falhada, já que ela desviou a cara bruscamente.

– Espero que faças bom proveito. – Disse e empurrei a prostituta bruscamente na sua direcção. Os seguranças agarram-na para ela não cair, já que estava com uns saltos bastante altos e demonstrava desequilíbrio. No momento seguinte, sem que eu pudesse pestanejar, Bianca foi atirada na minha direcção, caindo nos meus braços desajeitadamente.

Sem mais demoras, levei-a com cuidado para o carro que estava precisamente atrás de nós. Abri a porta do lado do passageiro e ajudei-a a entrar. Ela entrou sem hesitação e sem pronunciar uma única palavra. Fechei a porta com cuidado enquanto ela se ajeitava no banco e prendia o cinto. Corri até ao outro lado do carro e entrei. Liguei-o e acelerei, saindo dali cantando pneu com um sorriso na cara. Um sorriso de vitória. Olhava para eles, que ficavam para trás, uma última vez pelo espelho retrovisor e desejava a mim mesmo, nunca mais ter de voltar ali.

Enquanto conduzia com atenção, ouvi um fungar seguido de um choro. Desviei o olhar da estrada, para Bianca e encontrei-a encolhida no banco, a chorar. Eu queria tanto reconforta-la, abraçá-la e dizer-lhe que a partir de agora estava tudo bem. Mas sabia que não o devia fazer, era cedo demais para fazer essas trocas de caricias, apesar de saber de que ela sente imensa falta de carinho e afecto, pois a única coisa que ela ganhara nos últimos tempos fora somente mágoa de afectos violentos. Observava-a com uma leve compaixão nos olhos. Eu detestava vê-la chorar, ainda pra mais dela maneira. Alternava o olhar entre a estrada e ela, tentando acalmar aquela ansiedade de lhe tocar, para não piorar a situação, mas não aguentei. Então, no meio da força e da coragem, tirei uma mão do volante e pousei-a suavemente nas suas costas, que estavam nuas, devido ao pequeno vestido branco com alças compridas que ela usava. Mexi alternadamente o polegar sobre a sua pele, para lhe dar uma sensação de conforto. Mas tal como já estava à espera, ela ergueu a cabeça e empurrou bruscamente a minha mão.

– O que é que tu fizeste, Justin?! – Perguntou-me com um certo desapreço, enquanto tentava controlar o choro. Encarei-a confuso. Ela tinha o cabelo colado à face por culpa das lágrimas e os seus ombros saltitavam devido aos soluços.

– Do que é que estás a falar? – Perguntei. Voltei a minha atenção para a estrada, mas de segundo em segundo, alternava para ela.

– Tu raptas-te a mãe do Leonardo! Tu foste entregá-la para aqueles porcos nojentos! – Gritava enquanto me batia no ombro. Eu fazia uma força tremenda na minha mão sobre o volante, para conseguir manter o carro na estrada. – Tu só pensas em ti, não é? Nunca queres saber dos outros, do que os outros pensam ou sentem! Como é que achas que o Leonardo se vai sentir quando souber que a mãe dele foi raptada? – Serenou o tom de voz. – Gostavas que te fizessem isso? Gostavas Justin?

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