Dois anos.
Dois longos anos que eu vivia meu luto, perdi tudo ao mesmo tempo. Esposa, filhas, e logo em seguida como enxurrada, minha casa, meu emprego e hoje eu ainda vivia das economias que havia feito a vida inteira ao lado da minha Laura.
Nos conhecíamos a vida inteira. A casa dos meus pais era ao lado da casa dos pais dela. Todo mundo queria estar perto dela, aquela menina ruiva de trancinhas, meiga, doce e simpática. Branquinha e de sardas, do olhar firme e gentil.
Me apaixonar por ela foi fácil. O caminho da escola que fazíamos juntos eram os momentos felizes do meu dia. Sempre que eu podia eu me enfiava na casa dela, às vezes para buscar açúcar para minha mãe, às vezes para levar uma vasilha, às vezes na hora do jantar - e que fique claro, a mãe dela não cozinhava tão bem quanto a minha mãe, mas o que me custava mais um momento ao lado da minha Laura?
E assim os anos se passaram. Veio o colegial e eu a vi desabrochar. Vi quando ela teve o primeiro namorado, o primeiro amor e a primeira desilusão.
Quando eu finalmente resolvi me declarar, já estávamos na faculdade. Eu a segui como o melhor amigo e quando foi a minha vez, tive que provar a ela de todas as formas que eu era o homem para ela.
E eu consegui.
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Hannah
RomanceEu fui atropelado. Por um caminhão. Um caminhão chamado Hannah. Nome incomum, para uma menina incomum. E justo eu que jamais esperei viver tudo novamente. Uma segunda chance para uma pessoa que só queria a primeira.