Capítulo 4

71 8 0
                                    

           

Aquela cama que eu deitei com ela inúmeras vezes depois de pela madrugada escalar até o quarto dela, ali onde perdemos a virgindade juntos, ali naquele quarto onde estudamos. O guarda roupa, ainda tinha aquele adesivo que coloquei depois da nossa primeira briga, ainda estava tudo ali. Andei até a escrivaninha e vi nossas iniciais. O seu Jorge tinha ficado muito puto quando vira aquele meu ato maloqueiro de amor.

Foram tantos momentos, tantas ideias, tantos ideais, tantos sonhos que compartilhamos ali e novamente eu estava me entregando em lágrimas, que eram tão frequentes na minha vida, que eu já sentia mais vergonha por viver cada vez mais no fundo do poço que a minha vida havia se transformado.

Sentei na cama buscando ar e uma forma de manter meu equilíbrio enquanto meu sogro me olhava e via que ele estava em conflito me vendo daquela forma na frente dele.

Abaixei a cabeça e passei a inspirar e expirar com a maior calma que eu conseguia naquele momento.

"Tão cedo Lau. Quero dormir mais.

- Vamos Dud's. Já que a minha mãe vem me chamar para a faculdade. Vamos. Levante!"

Foi ali, em questão de 30 segundos o pai dela entrou no quarto e nos pegou no flagra.

Meu pai, que na época ainda era vivo, entrou em acordo com o seu Jorge, que deveríamos casar, e para nosso desespero ser ainda maior, minha mãe e dona Rosa, quase soltaram fogos de artifício de felicidade. E depois de muitas conversas, conseguimos convencer nossos pais que sim, nos casaríamos, mas dali alguns anos para que pudéssemos estruturar nossas vidas.

~~*

- Vamos começar?

Voltei a minha realidade e olhei seu Jorge me chamando e me dando uma mão como apoio. Eu sabia que aquele aperto de mão que me fora dado tantas vezes, naquele momento significava que ele também sentia falta nossa menina, mas que eu precisaria ser forte para seguir em frente.

Começamos tirando o colchão da cama e levando para fora, bem também como a escrivaninha e a cômoda.

Com as ferramentas necessárias começamos a desmontar a cama e o guarda roupa e quando percebemos o cheiro do almoço da minha sogra nos atiçava e nos chamava.

Como nos velhos tempos, desci e me fartei daquela comida que sempre me matava de felicidade. O clima estava agradável e em muito tempo, me senti útil e cansado depois de um serviço que inicialmente me parecia uma tortura e estava na metade do dia e cheio de disposição para manter meu dia em andamento.

Laura estava infiltrada em cada poro do meu ser, mas ali, depois de ver que os pais dela, conseguiram dar o primeiro passo para ir em frente, eu sabia que também teria que buscar forças para que eu continuasse a minha vida.

Hannah Onde histórias criam vida. Descubra agora