Capítulo 11

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Eu já estava no carro com o Noah, mas estava bastante nervosa
e acho que ele percebeu, pois segurou a minha mão, mas sem
tirar os olhos da estrada. Ele ficava ainda mais lindo
concentrado.
--- Aonde estamos indo? – Pergunto.
--- É surpresa. Você vai gostar. – Ele diz ainda concentrado na
estrada.
--- Eu odeio surpresas. – Digo.
--- Mas por que odeia surpresas?
--- Todas as vezes que alguém me disse que seria uma surpresa
alguma coisa na minha vida aconteceu.
--- Mas algo vai acontecer hoje, você vai se apaixonar um
pouquinho por mim. – Ele diz rindo.
--- Por que quer tanto que eu me apaixone por você? –
Pergunto.
--- Por que eu já estou apaixonado por você. – Ele diz
estacionando o carro em frente a um lugar que parece ser uma
cabana.
A cabana é no meio da floresta, só não sei ainda por que ele me
trouxe aqui. Ele me conduziu até dentro da cabana e estava
incrível, algumas velas acesas, a mesa estava arrumada. E o
cheiro da comida estava incrível, mas tinha alguém lá. Eu
imaginei que fosse algum cozinheiro.
--- Tudo bem Laura, pode ir agora, volte amanhã, não sobrará
comida. – Ele disse para a moça que apenas sorriu e nós deixou
a sós.
--- Como ela vai voltar para casa? – Perguntei já que não tinha
nenhum carro ali.
--- A Laura mora em um pequeno vilarejo aqui perto, a minha
família paga a ela e ao marido para que tomem conta daqui
enquanto estamos fora. Espero que goste de Lasanha.
--- É a minha comida preferida. – Falo.
--- Eu sei. – ele diz e em seguida me da um sorriso.
--- Deixe eu te servir. – ele diz pegando o meu prato. – E como
eu sei que você é de menor, vou te acompanhar no suco.
--- Então já sabe a minha idade?
--- Sim, e sei também que o seu aniversário é mês que vem,
pode anotar ai, vou te pedir em namoro no dia do seu
aniversário.
--- Você sabe a data do meu aniversário, sabe a minha idade e
eu não sei nada sobre você. – Falo.
--- O que quer saber sobre mim senhorita Miller? – Ele pergunta
me servindo suco.
--- Se eu perguntar você vai responder? – Pergunto meio na
duvida.
--- Vai depender do que você perguntar. – Ele diz se sentando
junto a mim.
--- Vamos começar com coisas leves.
--- A sua idade e data de nascimento.
--- Eu tenho 16. Faço 17 daqui a duas semanas e sou
emancipado. – Ele diz. --- Tive que ser. – Completa baixo.
--- O que quis dizer com “tive que ser"? – Pergunto
extremamente curiosa mas percebi que ele ficou desconfortável. --- Não precisa responder se não quiser. – Disse
mas por dentro estava morrendo de curiosidade.
--- Tudo bem, eu falo, é só um pouco delicado pra mim. – ele diz
e abaixa a cabeça.
--- Eu estou aqui. – Digo pegando na mão dele.
--- Obrigado. – Ele diz levantando a cabeça e olhando nos meus
olhos dessa vez. --- O meu pai nos trocou pela secretaria dele, a
minha mãe ficou desolada e tentou se matar, ela está em uma
clinica, vai fazer dois anos, ela não se conforma de jeito
nenhum, para ela a vergonha é o pior, eu e a Sarah visitamos
ela toda semana, mas como o meu pai se mandou alguém teve
que assumir todas as responsabilidades da casa, meu avô
mudou o testamento e passou toda a herança do meu pai para
mim e para a Sarah, a empresa está no meu nome e desde
então não vejo o meu pai. – Ele solta tudo de uma vez e o clima
fica um pouco tenso.
--- Me desculpa, eu não.. eu não sabia. – Digo olhando para
baixo e tirando a minha mão de cima da dele.
--- E você, qual a sua história? Eu perguntei a Clara mas ela
disse que a história não era dela para me contar. – Ele diz
dando um sorriso de lado.
--- Ela me disse a mesma coisa. – Falo.
--- Então procurou saber de mim. – Ele pergunta rindo.
--- Você me chamou pra sair, então... – Falo rindo também. --- O
meu pai batia na minha mãe, mas ela sempre ficava , até que
um dia ela viu no celular dele outra mulher, quando foi ler as
conversas descobriu que ele tinha outra família, mesmo assim
ela continuou por um bom tempo, disse que queria conhecer a
outra filha dele e ele prometeu que mudaria, por mim e pela
Bia, mas nada disso aconteceu, fugimos do México para o Brasil quando ele tentou nos matar, minha mãe voltou a usar o
sobrenome de solteiro dela e depois de um tempo conheceu o
Carlos , que é maravilhoso com ela. – Digo ainda de cabeça
baixa.
--- Então vocês estão fugindo? – Ele pergunta.
--- Não estamos fugindo, apenas vivendo com medo. – Falo.
--- Você tem a mim agora. – Ele diz e segura a minha mão. --- A
sua Vó é por parte de pai? – Ele pergunta dando uma garfada
lasanha. --- Eu escutei a sua conversa com ela e ouvi você a
chamando de Abuelita.
--- Sim. Eu não consigo não manter contato, sei que ela nunca
me faria mal ou avisaria o meu papa onde estamos, por isso
ligo com frequência.
--- Vai contar a ela sobre mim? – Ele pergunta se achando.
--- Eu não sei, será que vale a pena? – Pergunto rindo.
--- Vai valer, eu te prometo. – Ele diz e pisca para mim.
O jantar foi ótimo, nos conhecemos de verdade, ao menos um
pouco e logo após ele me levou para ver um lago, como já
estava escuro ele precisou ascender algumas lanternas e a
visão estava linda, maravilhosa para ser mais exata,
conversamos mais um pouco antes dele me levar para casa.
O caminho todo de volta para casa o clima estava mais leve,
brincamos e conversamos. Assim que chegamos na frente da
casa ele ficou me olhando.
--- Eu pediria para te dar um beijo, mas não quero ser tão
rápido, então, vou te deixar na porta de casa. – ele diz saindo
do carro e em seguida abrindo a porta para mim. --- Vou te dar
um beijo na testa e vou te convidar para outro encontro. – Ele
diz e fico aliviada, eu nunca beijei ninguém.
--- Está mesmo me chamando para outro encontro? – Pergunto
seria.
--- Sim, amanhã as sete também? – Ele pergunta e eu apenas
dei um leve sorriso e entrei, sem dar nenhuma resposta.
Assim que eu entrei em casa, Clara e minha mãe já estavam
sentadas no sofá apenas me esperando. Mas aposto que elas
estavam vendo tudo pela janela.
--- Estavam vendo tudo da janela não estavam? – Pergunto
olhando seria para elas que apenas se olharam e pularam do
sofá vindo até mim.
--- O Noah sabe tudo sobre você ok? Eu contei tudo a ele, tudo
que a sua mãe me contou, claro, e o pouco que eu conheço
você sei que vai gostar dele também. E eu tenho CERTEZA que
ele gosta de você. Ele nem te beijou e disse que ia devagar,
você não é só mais uma conquista para ele. – Clara diz.
--- Eu sabia que tinha dedo seu nessa história. – Falo apontando
para Clara.
--- Ah filha, vai dizer que não gostou? – Minha mãe diz
animada. --- Você nem respondeu o pobre menino.
--- Mãe, se eu respondesse vai parecer que estou desesperada.
– Falo.
--- Ok então. E você Clara, quando vai trazer algum menino para
eu e o seu pai conhecer? – Minha mãe pergunta e vejo que
Clara fica desconfortável, mas percebi também que não sabem
sobre ela.
--- Mãe, para, uma O'brien por vez. – Falo e olho para Clara que
suspira de alívio.
Eu sabia que a única coisa que faria a minha mãe mudar o foco
dela seria se eu auto me denominasse uma O'brien.
--- Meu amor, você se chamou de uma O'brien. – Ela diz com
lagrimas nos olhos.
--- Não é pra tanto ok? Estou cansada, então estou indo tomar
um banho e ir dormir, amanhã tenho escola. – Falo subindo as
escadas.
Deixei minha mãe e Clara no andar de baixo e fui para o meu
quarto, depois de tomar um banho, liguei para a Abuelita,
contei sobre o Noah e tudo que tinha acontecido no meu dia e
por fim li um pouco do meu livro até adormecer.

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