Amor de verão

Capítulo 2

            Minha mãe me deu apenas duas semanas para poder me
acostumar com a nova vida e organizar as minhas coisas, de
acordo com ela “Duas semanas é muito tempo para se
acostumar.” o que no vocabulário dela quer dizer, “na terceira
semana você não escapa e vai direto para escola.”
E devo admitir que talvez a escola vá me ajudar bastante, afinal
eu quero fazer faculdade no Canadá, mas espero que ninguém
ache que eu vou para fazer amizades ou algo do tipo, está fora
de cogitação para mim.
Fui até a cozinha pensando no uniforme que a minha mãe
deixou pra mim na poltrona ao lado da minha cama e MEU
DEUS que uniforme horrível. A cor dele é laranja, mas não um
laranja escuro e bonito, mas sim um laranja todo desbotado.
--- Meu Deus, você está horrível. – Clara diz rindo e coloca a
mão na boca.
--- Desculpa Gabriela, eu e sua mãe com a mudança não
tivemos tempo de comprar o novo uniforme, esse é o antigo
uniforme da Clara. – Carlos diz e logo em seguida leva uma
xícara de chá até a boca.
--- Está tudo bem, não vou pra impressionar ninguém mesmo. –
Falo quase saindo da cozinha até Clara me impedir.
--- Nem pensar que você vai com isso, vai ser zoada o ano
inteiro, eu tenho um uniforme reserva, você vai com ele até a
sua mãe comprar o seu. – Ela diz se virando para a minha mãe e completa. --- Que vai ser hoje né!? Tirando o que eu estou
vestida só tenho aquele reserva.
--- Claro, vou comprar hoje mesmo, só não faço idéia de onde
seja. – Ela dix dando um leve sorriso e coçando a nuca.
--- Eu levo você meu amor. – Carlos fala indo beijar a minha
mãe.
--- Credo pai, não beija a Amanda na minha frente. – Ela diz
virando o rosto e fazendo cara de nojo.
--- Vou me trocar antes que me atrase. – Digo saindo de perto.
--- Pede para a Maria pegar a roupa – De longe escuto Clara
gritar.
Claro que eu não iria pedir nada para ninguém, o quarto dela é
do outro lado do corredor , o que separa o meu quarto do dela
é uma simples escada que da para ver o andar de baixo.
Entrei e vasculhei o quarto dela com atenção, até que para uma
pessoa que tem empregadas o quarto dela não é tão arrumado.
Fui até o armário dela e que armário em, ENORME, mas uma
parte da parede me chamou atenção, varias fotográfias com
pessoas que eu já tinha visto na casa, uma em especial me
chamou mais atenção, mas quando cheguei perto alguém
apareceu.
--- Senhorita Gabriela, achou o que precisa? – Maria entrou em
um silêncio que me assustou.
--- Sim, encontrei, obrigada. – Digo depressa e saio o mais
rápido possível.
Caminhei rápido para o meu quarto e troquei logo de roupa, eu
já tinha tomado banho e feito as minhas necessidades, então
desci rápido para pegar ao menos uma maçã.

— Gabi, o carro está esperando você, por favor adiante, Clara já
está no carro e você sabe que ela detesta chegar atrasada. –
Minha mãe entra na cozinha e logo em seguida sai.
Como a minha vó dizia “ Se não pode com eles, junte-se a eles”.
Eu não demorei muito para me levantar e entrar no carro e
Clara percebeu o meu desconforto.
--- Relaxa, só vamos para a escola. – Ela diz dando um sorriso
amigável.
--- Na minha cidade eu ia para a escola de bicicleta, não tinha
essas frescuras de mordomos, empregados e coisas do tipo. –
Falo como se fosse óbvio.
--- As pessoas são legais. – Ela fala a última coisa antes de
colocar os fones de ouvido.
--- A propósito, sou o Taylor, o mordomo de vocês duas,
quando precisar é só falar. – Ele diz olhando para mim do
retrovisor e dando partida no carro.