Criminals // Jyatt+Fack

Interesting Corpse (Iris)

Estava sentada, com meu caderno, anotando tudo que eu sabia sobre a vítima, antes de ver seu corpo.

Era uma mulher, colombiana, parda, nos seus quase trinta anos.

-"Iris, chegamos com a vítima." Caleb falou, empurrando a maca com um saco preto para dentro da sala.

-"Não sei como você consegue trabalhar de regata num lugar frio desse." Caleb falou, esquentando suas mãos com seus assopros.

-"É o calor do momento." Eu falei. Ele revirou os olhos e colocou a vítima em cima da minha área de trabalho.

-"Essa mulher foi encontrada por uma menina de quatorze anos em uma viela escura. Preciso que você descubra a causa da morte." Caleb falou, saindo da sala.

-"Sim senhor." Falei sozinha.

Eu fui até meu armário, peguei minhas luvas e meu jaleco.

-"Vamos descobrir como você morreu." Eu falei, olhando para o saco preto.

Eu abri o zíper, revelando uma moça de cabelos negros e sedosos.

-"Nossa, depois você me fala qual xampu você usa." Eu falei, rindo.

Retirei o saco e peguei minhas ferramentas.

Com o bisturi em mãos, fiz três cortes. Um na vertical, na área do torso, um do lado direito do peito e outro no lado esquerdo do peito.

Eu abri a vítima e já ví algo de errado.

-"Bem, você deve ter tido muitas dores abdominais, porque seu estômago está podre. Mais podre do que o normal para um cadáver." Eu falei, arregalando os meus olhos.

Eu peguei a tesoura e fiz uma incisão no estômago, cortando ele um pouco.

Eu abri o suficiente para caber minha mão. Eu meti minha mão e senti uma coisa estranha.

-"Moça, se isso não for sua última refeição, temos alguma coisa muito errada aqui." Eu falei, rindo.

Eu puxei a coisa e não era apenas uma coisa. Eram várias.

A moça deitada em minha mesa era uma mula de drogas.

-"Nossa moça, não sei quem é mais burro: a senhora ou o traficante que botou plástico barato em você." Eu falei, balançando a cabeça em negação.

Continuei a cortar o estômago, revelando que o suco gástrico havia corroído uma das bolsas de cocaína.

-"Overdose. Poxa moça, você poderia ter sido tantas outras coisas." Eu falei, dando tapinhas de leve em sua coxa.

Continuei a autópsia, que não revelou muitas coisas relevantes. Até eu chegar na área abdominal.

-"Okay útero, vamos te abrir." Eu falei, abrindo e fechando a tesoura em minha mão.

Fiz a incisão e fiz uma ótima descoberta.

-"Nossa moça, você estava grávida. De gêmeos." Eu falei, impressionada.

-"Isso vai para as minhas anotações." Eu falei rindo.

Peguei os fetos e coloquei em um pote com formol.

Examinei mais a moça e não achei mais nada.

-"Eu acho que já podemos fechar a senhora." Eu falei sorrindo.

Dei os pontos necessários e a coloquei em uma das gavetas que o necrotério tinha.

-"Agora vamos completar a ficha da moça." Eu falei, pegando a prancheta em cima da minha mesa.

Não havia muitos dados sobre ela, então apenas preenchi o que eu sabia sobre ela.

-"Bem, acabamos por aqui." Eu falei, jogando minhas luvas fora e tirando meu jaleco.

Saí do necrotério e fui até a sala da Millie, entregar todas as vinte e seis fichas que eu preenchi hoje.

Eu bati na porta e entrei, encontrando a Millie em sua cadeira, mexendo a perna incessantemente.

-"Tudo bem Millie?" Eu perguntei, fazendo a mesma sair de um 'transe'.

-"Sim Iris, apenas estou um pouco cansada." Ela falou e bateu duas vezes de leve na mesa, mostrando onde eu deveria botar os papéis.

-"Bem, entre essas vinte e seis fichas, temos dez homens e dezesseis mulheres." Eu falei, fazendo Millie assentir.

-"Temos, entre essas dezesseis mulheres, seis vítimas de violência doméstica, cinco vítimas de estupro, quatro mulheres assasinadas por razões desconhecidas e uma por overdose." Eu falei.

Millie olhou nos meus olhos e assentiu, se levantando e fechando a porta.

-"Iris, você confia em mim, certo?" Millie me perguntou.

-"Sim... Eu não deveria?" Eu perguntei, fazendo ela rir.

-"Não, você deve. Enfim, vá para casa, você está aqui tem vinte horas. Vai dormir um pouco." Millie falou e eu assenti.

Me levantei e me retirei da sua sala. Corri para o necrotério, para pegar minhas coisas.

Peguei minha bolsa e meu caderninho.

Estou pronta para a longa noite de estudos que eu vou fazer.