Touch

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Fiquei confuso com suas palavras, meu rosto encontrava um meio de se sentir cada vez mais quente com cada interpretação que minha mente criava para suas palavras. As pontas de seus dedos apertando pontos estratégicos do meu pescoço, não me deixando pensar direito.

Me esquecendo de minha situação constrangedora toda vez que gemia de forma involuntária, com um ou outro apertão mais preciso. Os dedos por vezes parando de apertar para que as palmas se arrastassem por toda a extensão da pele do pescoço. A fricção deixando minha pele quente, em contraste com sua respiração que se chocava contra meu pescoço. Eu não tinha coragem de abrir os olhos e ver o quão perto Jin estava.

Egoísta, me permiti esquecer de pensar no que aqueles atos poderiam querer me dizer, apenas para apreciar o carinho que ele me dava de bom grado. A lembrança de sua voz não deixava minha memória, essa frase queria dizer o que afinal? Será que ele iria...

– Hm.. – O gemido dessa vez foi alto, e eu ainda não tinha coragem para abrir meus olhos.

Ainda assim senti o movimento de seu corpo. Pensei que ele apenas estivesse se movimentando para encontrar uma melhor posição para suas pernas, pois estavam já há muito tempo na mesma posição. Só com isso me voltou a consciência que ele estava ajoelhado entre minhas pernas, e mais uma pontada de calor subiu por meu rosto.

Mas sua respiração passou lavando meu rosto quando ele se moveu, suas mãos seguiram caminhos diferentes, uma entrando pela gola da minha camiseta deixando as unhas acariciarem o alto de minhas costas, enquanto a outra fazia a mesma coisa, porém serpenteando os fios do meu cabelo. Entretanto, só percebi estar errado quanto as suas intenções para se mover quando senti seu corpo quase se colar no meu, e seus lábios se encostarem em minha orelha, podendo definir muito bem os dois pircings que o baterista mantinha ali.

– Ver o Byo-chan constrangido é algo realmente novo. – Ele disse, calmo, bem ao encalce da minha orelha.

Abri meus olhos no mesmo instante, voltando minha cabeça para a posição normal. Arrependendo-me por breves instantes em que senti minha face ainda mais corada, ele estava muito perto de mim. Perto demais, nossos rostos se roçaram de leve com o movimento, e seus lábios, tão próximos de minha orelha, acabaram por tocá-la com o movimento que eu mesmo fiz. Inconsciente do que fazia, senti-me arrepiar pelo contato inesperado.

Pensei em levantar, pensei em cobrar dele palavras concretas, não apenas indiretas cheias de significados ambíguos. "Posso resolver seus problemas" uma parte muito grande da parte mais inteligente de mim me dizia que ele sabia bem como resolver meu problema, e sabia que não faria isso apenas me presenteando com uma gostosa sessão de massagens. Mas havia também uma parte pessimista, que me lembrava de que Jin nunca parecia querer ir além nas investidas e indiretas que eu mesmo disparava contra ele.

Essa parte da minha mente tentava me avisar que ele poderia sim estar ali como meu melhor amigo, naquela nossa amizade estranha. Só tirando uma com a minha cara e nada mais. E eu tinha medo de ir além, medo de mostrar que queria a primeira opção dos meus pensamentos, e ele me mostrar que estava ali pela segunda opção dos mesmos.

Eu sabia que ele tinha dito algo, palavras sobre o meu estado de puro constrangimento, mas meu cérebro estava com algum problema em absorver essa informação de maneira adequada para dar-lhe uma bela resposta para isso. E tinha o toque de seus dedos em minha pele, e o choque da sua respiração ainda em minha orelha, então de repente, nem me lembrava mais dos sintomas que estavam me deixando malucos até minutos atrás.

– J.. Jin-chan... – Comecei uma frase, poucos instantes depois, sem a mínima ideia do que falar.

Eram tantas coisas rodando na minha cabeça o mesmo tempo. Apenas comecei a dizer algo por perceber que estávamos um de frente par o outro, dividindo toques que eu considerava íntimos, entre um olhar difícil de compreender na minha situação.

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