Pornô para virginianos.

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O clima não poderia estar mais perfeito!

Era a hora!

***

Foi pensando nisso que Mu, vendo que já estavam estirados sobre o tapete felpudo enquanto tomavam uma taça de vinho, tomou coragem e se levantou para ir apanhar o presente deixado sobre a estante.

— Shaka... — ensaiou dizer algo, mas suas mãos tremiam e sua voz falhava.

O cavaleiro de Virgem olhou para ele e balançou a cabeça sutilmente, à moda indiana, como quem faz uma pergunta.

— Sim... é... bem — o lemuriano caminhava de volta enquanto tentava encontrar as palavras certas a dizer —... Esse ano eu quis te fazer algo diferente, algo que te impressionasse. Sabe que sou um pouco tímido, mas você sempre faz umas surpresas tão incríveis para mim que eu senti a necessidade de retribuir.

Mu olhou para o loiro e novamente Shaka o questionou apenas com um sutil chacoalhar de cabeça, cuja intenção foi captada de pronto pelo lemuriano.

— Ah, sim, precisava sim! Bom, é de comum acordo que eu não sou nenhum dançarino, loiro, indiano e sexy, então... Bem, eu fiz... isso. — estendeu para ele o embrulho.

Shaka o tomou nas mãos colocando a taça de vinho ao lado para começar a desembrulhar o pacote com ansiedade.

Executava a operação com tanta minúcia, puxando cuidadosamente as fitas colantes, primeiro de um lado, desdobrando o papel, depois do outro lado, desamassando a dobradura e puxando as pontas para fora, que ao observa-lo Mu já suava frio, angustiado com aquela demora.

Áries já pensava em arrancar o maldito pacote das mãos de Shaka para rasgar aquele o papel com os dentes quando finalmente o loiro revelou o conteúdo.

— Um DVD? — disse Virgem surpreso, depois leu o encarte na capa em voz alta — Para meu amado virginiano. Cuidado! Contem cenas fortes!

Shaka então dobrou o papel e o colocou do lado, no chão.

Ainda olhando para o DVD em suas mãos, arqueou uma sobrancelha e então ergueu o olhar para Mu.

— Mu de Áries, não me diga que isso é um filme mundano de pornografia. — disse em tom sério.

— Não... é... bem... pode ser... mas não é... é como se fosse. — Mu respondeu sentindo seu rosto queimar e a boca secar, tamanho seu nervosismo e vergonha.

— Como assim, como se fosse? — Virgem questionou.

— É que fui eu quem fiz... Para você.

Shaka arregalou os olhos, chocado.

— Você fez um filme mundano pornográfico... para mim?

— Não! — Mu quase gritou, aflito — Quer dizer, sim. Eu fiz, mas... Não é um filme mundano é... um pornô para virginianos... Mais especificamente um pornô para o meu virginiano... Olha, é melhor por logo... que... que você vai entender, luz da minha vida!

Um silêncio se fez entre eles.

Shaka encarava o rosto corado de Mu ainda processando o que ele acabara de dizer, até que sem paciência e aflitíssimo o lemuriano pegou o DVD das mãos do indiano e foi até a estante.

Com pressa para acabar com aquele silêncio e com o mistério todo antes que a coragem lhe faltasse, Mu desligou o som, ligou a televisão e colocou o disco no leitor do aparelho de DVD.

T.O.C. - Obcecado por você.Onde histórias criam vida. Descubra agora