Durante os quatro anos iniciais de governo, os reis nunca permitiram que o clima de instabilidade passasse para fora do castelo, por isso que todos levaram um susto quando viram os carros de Infanía atravessando a Principal. Naquele momento eles souberam que algo não estava bem.
Era a festa da Primavera e o narcisiano era um povo festivo. Todos os Vilarejos celebravam a chegada da estação: as flores já saíam e seus perfumes vagavam por todo lugar. Era, sem dúvida, a festa preferida da rainha. Amada já tinha mudado muito, quando se casara seu cabelo era mediano e dava para fazer vários penteados altos. Naquela festa, estava curto e ondulado, seguindo a linha do rosto, seu batom rosa fora substituído por um marrom mais fechado, tirando seu ar de menina e mostrando a rainha que existia nela. A mulher usava um vestido reto e branco que ia até seus pés, porém, não cobriam a sandália de pequeno salto. Também usava um xale rosa com bordados de flores e na cabeça levava sua coroa dourada quase da cor de seu cabelo. As joias combinavam perfeitamente com a governante, eram pérolas delicadas, tanto os brincos quanto o colar e a pulseira. Ao seu lado estava Nobre: a criança mais bonita de todo o reino, seu cabelo preto e seus olhos azuis fazia com que todos se apaixonassem pelo pequeno. Era muito esperto e aos três anos já era notável que honraria seu nome. O pequeno usava uma calça social branca e uma blusa de marinheiro de manga comprida azul marinha. No peito levava uma faixa verde, que, diferente da de seu pai, só possuía um broche; o símbolo de Narcisía e da família real: um lindo cavalo preto, representando a liberdade.
Apesar da existência de carros, o povo de Narcisía preferia andar a pé ou então, se fosse de um Vilarejo ao outro, usar cavalos e carruagens. Carros eram para grupos ou pessoas extremamente ricas. A família real possuía um carro que ficava mais estacionado do que em movimento. Eles possuíam vários cavalos, que estes sim, estavam sempre à vista das pessoas.
Justo usava uma roupa como a de Nobre, no entanto, sua blusa era da cor preta e a faixa tinha vários broches de reconhecimento. Ambos estavam com sapatos sociais pretos. Elegantes, porém, acessíveis. Já o povo estava com as vestimentas típicas para a festa da primavera. As cores do país eram creme, vermelho e verde. Por isso, as mulheres usavam uma saia creme três quartos, uma blusa vermelha de manga comprida larga que deixavam aparecer o ombro, estilo camponesas, um espartilho preto e na cabeça uma coroa de flores coloridas. O sapato era da cor da blusa e também havia um lenço verde preso na saia. Os homens usavam uma calça creme da mesma altura que a saia das mulheres e uma blusa verde com o corte em v, cujas mangas iam até o cotovelo. Nos pés, levavam uma sandália de couro simples.As pessoas dançavam em roda ao som da banda, os instrumentos camponeses pareciam ser sempre os favoritos, quando ficavam mais animados, os homens giravam as mulheres no ar. Crianças corriam de um lado para o outro e Nobre queria correr também. O garotinho ficava batendo os pés sem sair do lugar, quem olhasse para o menino não saberia se era vontade de brincar, de ir ao banheiro ou se estava somente dançando. No entanto, a rainha que conhecia muito bem seu filho, sorriu.
— Pode ir, querido — Disse Amada. O menino ficou emocionado. Porém, naquele dia não conseguiria brincar com as outras crianças, porque o carro com o símbolo de Infanía tentava cruzar a multidão.
Era impossível conseguir chegar ao castelo de carro, pelo menos em dia de festas, já que a cidade ficava dez vezes mais cheia. Não estava presente ali somente o povo da Principal, muita gente do Vilarejo gostava de ir para a capital nas comemorações mesmo que cada cidadezinha fizesse sua própria festa.
— Querida... — Justo sorriu para a mulher com confiança — Fique com Nobre — Suspirou. Amada, sem questionar, simplesmente pegou a mão da criança com força antes que ela saísse correndo— Vou ver o que está acontecendo.
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A Garota dos Olhos Violeta - M.F. Campbell
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