City of Damned

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Se estiver alguém lendo (quem eu quero enganar, porra) desejo uma boa leituraa

Aquele lugar era o centro do mundo para Louis.

Sentado no carro com seus melhores amigos, não havia outro lugar em que ele queria estar. Longe de toda sua realidade repugnante, sem pensar em todas as coisas que deveria se preocupar (Louis era muito bom em ignorar seus problemas. Ele costumava dizer para Niall, com os olhos cheios de lágrimas - porque sim, se ele poderia fazer drama então ele iria fazer drama porra - que essa era sua maior qualidade. Não iria sujar sua alma com problemas, obrigada)

Na verdade, Louis não tinha problemas. Quer dizer, ele tinha sim, ele apenas fingia que não. O mundo era a porra de uma mentira e Louis não poderia se importar menos. Talvez ele estivesse pensando demais (droga não era pra ele estar fazendo isso) mas ele tinha um coração porra, e tinha a merda de uma alma esperançosa também. Ele estava fodido, mas sabia que existia alguém pior. Ele apenas esperava que sua família estivesse bem fazendo as merdas que sempre fazem, sem se preocupar do que iria enfrentar quando chegasse em casa. Louis se negava veementemente a pensar em algo que não fosse a droga do seu presente (ele gostava de curtir o agora, o que há de mal nisso?), e foda-se que esteja decepcionando todos. Ele não iria para casa apenas para sentar a bunda na cadeira e orar na hora da janta apenas para agradar sua família.  O mundo estava condenado e Louis iria fazer a merda que quisesse.

Então ele estava com os pés no radiador do carro do seu amigo, fumando maconha e bebendo uma cerveja barata, com os os vidros escancarados, fingindo que estava encenando sua própria  peça de teatro (a vida é uma peça de teatro e todos são atores, e ele gosta dessa visão), sendo abraçado pelo luar (aquela pequena bola de queijo brilhante no céu)

(Louis sempre gostou de queijo, hm)

(O que será que aconteceria se ele mordesse a lua? Será que ela ia ficar minguante para sempre? Ou ela renasceria como a lua nova?)

(Tá, OK. Efeito da bebida)

Louis balançava seus pés no ritmo dá musica, enquanto ouvia  Niall dar mais uma tragada no cigarro do banco de trás, alegre e alheio a tudo (Louis amava aquele irlandês de merda) contando sobre seu dia e sobre como, nossa, a atendente nova da padaria era gostosa.

Liam também estava lá. Com seus grandes olhos calmos e sérios; Louis secretamente tinha vontade de o abraçar sempre que fazia aquele olhar de cachorro pidão (ele nunca diria aquilo em voz alta, Jesus). Não fumava, apenas apreciava a fumaça, com ele gostava de dizer.

O vento entrava pela janela enquanto Louis saudava alegremente as pessoas passando pelo lado de fora, e ele jurava ter visto dois cachorros presos um ao outro pelo cu. Bizarro.

Eles estavam naquele estacionamento esperando por algo que Louis não sabia o que, mas ele estava gostando. Gostaria de fazer um brinde a aquele estacionamento, longe de sua casa cheia de preceitos para os quais ele cagava. Com seus pais educando suas irmãs a seguir o caminho de Deus. Amém, irmãos.

Louis olhou para seu vans branco puído, o qual ele escrevera a seguinte frase:
"Sua casa e onde seu coração está"

O que Louis achava uma pena, já que todos os corações batem em rítmos diferente, e sua casa não era a mesma onde seus pais estavam. Seus corações estavam batendo diferente, e Louis não ligava para isso, ele gostava de seus amigos e seus corações estavam em sincronia.

Vários carros passavam na rodovia ao lado daquele estacionamento, sem notar aquele lugar. Com  placas apontando para lugar nenhum, passando direto pelas pessoas nos sinais que pediam esmola e  esperança. Louis tragou mais forte seu cigarro enquanto olhava ceticamente para um cara em um carro, que passou direto por uma criança loirinha com o rosto sujo. Louis odeiava aquilo, aonde estava a humanidade nas pessoas? A criança começou a chorar e Louis se lembrou de suas irmãs.

Deus, ele precisava mijar.

- Ei caras, preciso mijaaaaaaar. - ele disse alegremente largando seu cigarro nas mãos de Liam, que protestou (o senhor certinho que vendia drogas, Louis pensou). Louis apenas deu um beijo em sua bochecha piscando inocentemente, enquanto Niall ria no banco de trás.

Ele se virou, abrindo as portas do carro e pulando para fora, se espreguiçando. Algumas pessoas passaram por ele, o encarando  (onde estão os pais desse garoto, que está gastando toda sua vida com bebidas e drogas? Talvez elas estivessem pensando), e Louis que tinha vontade de mandar todo mundo se foder, por que, bem, ele poderia fazer isso. Liberdade de expressão, não é mesmo?

Louis foi andando cambaleante até o banheiro abandonado do estacionamento. Aquele banheiro era a expressão completa do desespero, estava quase implorando para que acabassem com seu sofrimento; Louis deu uma risadinha irônica, estavam na mesma merda, ele e o banheiro. Quando chegou lá, abriu o zíper dá calça e um alívio quando sentiu todo aquele líquido saindo de si. Olhou para frente, e, na parede daquele lugar, havia uma pichação que dizia algo como:
"O inferno está vazio, e todo os demônios estão aqui. O centro dá terra é o fim do mundo", e Louis se perguntou se o cara que havia escrito isso tinha conseguido mijar e escrever ao mesmo tempo. Efeito do álcool, Louis sabia, mas ele já era a porra de um condenado, e não poderia se importar menos.

- Caras, vocês não sabem o que eu me perguntei quando estava no banhe... - Louis começou a dizer, só que parou quando notou a oitava maravilha do mundo a sua frente. Vestindo botas, calça apertada e uma camisa de botões (que estavam pecaminosamente desabotoados, deixando suas tatuagens aparecerem de uma forma sexy e ao mesmo tempo perigosa).

Jesus.

Ele era seu fruto proibido.

Aquele cara deixaria Davi de Michelangelo com inveja.

Louis notou que o Adônis pegava a mercadoria com Liam, e olhou para o lado quando notou Louis, pousando seus olhos verdes nos azuis do garoto.

Louis engoliu em seco quando só de cachos o olhou de cima a baixo, percorrendo aqueles seus  olhos lentamente no corpo de Louis, parando nos lugares certos para fazê-lo se sentir quente, lubrificando seus lábios com a língua e os prendendo com os dentes logo em seguida. Parecia um ritual sexy que fez o baixo-ventre de Louis dar uma fisgada.

E então Louis notou que estavam todos olhando para ele, já que o Deus grego havia parado de olhar para Liam. Louis pigarreou.

(Ele não estava com o começo de uma ereção querendo despontar apenas com um olhar; ele se negava a isso, o que ele era, a porra de um adolescente?)

- Então isso é tudo - Liam disse como a porra do negociador que ele era, terminando de entregar a mercadoria para o senhor perfeição, enquanto lançava um olhar para o garoto moreno que, uau, Louis não tinha notado e não entendia o porquê. Será que eles vinham de um lugar que só fabricava deuses? Se aquele lugar era o fim do mundo, Louis queria estar lá.

E então Niall sendo Niall quebrou o clima como o perfeito irlandês feliz e alheio que era.

- Caaaaara você não é o cara do café hoje de manhã? - ele perguntou, passando o braço orgulhosamente pelos ombros de Louis, como se estivesse contente pela boa memória que tinha. - O Lou-lou ali não conseguiu parar de olhar para você. Não é Lou?

Obrigado, Niall.

O Deus grego deu outra olhada em Louis, que travou quando ouviu seus risada rouca e melodiosa, como uma orquestra de anjos. Anjos caídos, claro. Aquele deus é a cara da perversidade. (Ele já estava caidinho por ele, merda. O Homem a sua frente com certeza percebeu isso, olhava para Louis com os olhos escurecendo e algo como luxúria brilhava neles)

- Niall você está bêbado, querido - Louis segurou seu irlandês, torcendo para que Niall percebesse que está literalmente o jogando para ser caçado. Niall não parece se importar, no entanto. Apenas dá de ombros como o merdinha que é.

- E quem não está? - Louis iria anotar aquelas merdas filosóficas que Niall dizia bêbado, para rir dele mais tarde. - de qualquer forma estou te arrumando uma foda, cara. Sua bunda gorda precisa ser usada.

Louis não corava, porra, mas talvez ele estivesse sobre efeito da bebia por não estar se importando com suas bochechas vermelhas, e também quando ouviu a voz lenta do Deus do sexo (quando Louis  decidiu que ele  deve ser um Deus do sexo  mesmo?) sussurrando pausadamente, e as palavras saindo como melaço pelos seus lábios carmesim  outro Anjo de topete e ar calmo ao seu lado:

- Próxima. Presa.

Louis estava fodido, e ele não poderia se importar menos


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⏰ Última atualização: Jan 30 ⏰

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