Um Natal Fora do Comum (Conto: Degustação)

1

        Era uma manhã ensolarada a luz do sol entrava pela minha Janela fazendo com que meu quarto ganhasse mais brilho, era aconchegante estar na cama sentindo o leve calor do sol tocar a pele do meu rosto, sentir a maciez das minhas cobertas e dos meus travesseiros, porém, como eu havia dito "ERA" do verbo não é mais, pois um ser invade meu quarto e simplesmente acaba com minha paz.

—Melissa minha filha você ainda não está pronta?

—Tô...claro que tô mãe não está vendo?—pergunto ironicamente e logo em seguida revirando os olhos.

—Menina me respeite você pode ter 20 anos mais eu  ainda lhe dou algumas palmadas se for necessário.

—Pelo amor de Deus mãe são 8:00 da manhã; digo olhando em meu celular.

—Exatamente por isso mesmo que a senhorita vai já para o chuveiro pois vamos ir fazer compras de natal.

—Ahhh ...diz que a senhora está brincando né!?poxa mãe sair oito da manhã para fazer compras de natal é sacanagem.

—Sacanagem será quando eu voltar aqui com um balde de água gelada dando seu banho na cama.

—Tá bem...tá bem já estou indo.

   Levanto-me da cama e sigo  para o meu banheiro enquanto minha mãe sai do meu quarto Ao entrar no banheiro começo a me despir e na sequência entro no box.

 Desço as escadas e já no último degrau vejo uma bagunça sem fim na sala e quatro pirralhos correndo pela mesma.

—Mais o que...MÃEEEE.—minha mãe sai da cozinha com uma Travessa nas mãos e pelo cheiro eram biscoitos.

—Sim?

—Quando esses pestinhas chegaram?

—Hoje de manhã querida.

—Assim não e por nada não mas a senhora percebeu que eles destruíram metade da sala?

—Filha são crianças.

—Errada são demônios.—sussurro coçando a cabeça.

—Como?

—Nada não...Humm isso está com um cheiro ótimo.—digo indo em sua direção e tentando pegar um biscoito, porém ela retira a travessa da minha frente.

—Melissa vá tomar café esses biscoitos são para mais tarde.

—Tudo bem, Ei mãe cadê o Papai?

—Seu pai foi comprar uma árvore de natal.

—Eu realmente não sei qual a necessidade disso e só mais um dia comum.

—Querida o natal é o aniversário de Jesus ,não entendo o porquê de você não gostar é uma época maravilhosa.

—Mãe convenhamos ninguém nunca provou mesmo que o natal e o aniversário de Jesus, e outra por que gastar dinheiro com algo que irá ter que ser comprado novamente depois?

—Minha filha ainda não entendo o que aconteceu com você, antes você amava o natal ainda não sei o que houve para odiar tanto essa época maravilhosa.

—Mãe já disse não houve nada eu simplesmente abri os olhos e vi que o natal e uma dia totalmente desnecessário.

    Minha mãe Respira fundo e nega com a cabeça, se ela soubesse que o motivo de eu odiar tanto o natal tem nome e sobrenome ela provavelmente teria um infarto.

—Chame seus primos e venham tomar café.—Eu concordo e começo a andar no meio da bagunça de brinquedos na sala.

—Ana, Lívia, Pablo e Lucas os quatro aqui já.

—Eu não vou hoje você está chata Mel.

—Lucas querido eu sou chata por natureza agora eu acho melhor você vir aqui ou vai passar o dia inteiro sendo atacado pelo monstro da cosquinha.

    Lucas ri e sai correndo em direção a porta que da para o quintal eu rio também e sigo atrás dele e dos outros três pestinhas.

—Mãe a tia Tati e o Tio Miguel vão vir passar a semana aqui ou só as crianças?

—Sim querida eles iram passar a semana aqui assim como o Alex a Bia e o Henrique.—Engasgo com meu suco no momento em que ouço o último nome logo em seguida começo a tossir descontroladamente minha mãe se levanta e começa a dar leves tapinhas nas minhas costas, quando finalmente estou mais calma respiro fundo e olho para minha mãe que me olhava preocupada.

—O Henrique irá vir também?

—Sim querida por que algum problema?

—Não...claro que não é ...é que eu achei que ele estaria ocupado demais na empresa para vir passar o natal aqui esse ano.

—Assim...sua tia me disse que o mesmo havia perguntado se eles iriam vir para cá, ela confirmou e ele disse que viria junto.—Eu concordo ainda tentando absorver a informação que eu havia acabado de receber.

—Tia posso pegar um biscoito?— Ana pergunta para minha mãe.

—Ana meu amor ainda está cedo tome seu café e mais tarde você pega.

—Tá bem.

  Termino meu café em silêncio e pensando em uma boa desculpa para passar o natal no meu quarto de preferência trancada.