SUMMER 08

Santos

Alexandra

Era verão de 2008, e  ir para Santos nas férias era uma tradição da minha família. O verão é minha época preferida do ano, sol praia, deixa-me tão feliz. Esse ano meus pais não ficarão comigo, eles me deixarão na casa da tia Clara e partirão para São Paulo para reuniões com alguns investidores. Nós não somos ricos nem nada, meus pais são donos de um pequeno restaurante no interior de São Paulo, mas os negócios não vão tão bem assim.

A tia Clara e eu somos quase da mesma idade. Quando eu tinha alguns meses de vida, meus avós que viviam em Santos, estavam indo ver, mas acabaram se envolvendo em um acidente grave, usando uma tia Clara sobreviveu, ela tinha apenas 5 anos, desde então meus pais criaram como uma filha por isso, como uma irmã mais velha. Há mais ou menos dois anos atrás, ela se casou com um estadunidense , CEO de uma empresa de softwares, e mudou para Santos.

Eles têm uma casa enorme, mas como o Franklin vive trabalhando e os meus pais não estão juntos , nós sabemos que esse verão será apenas nois duas.

Estava muito animado para chegar logo, no meio do caminho, comecei a olhar para as paisagens de dentro do carro, o rádio estava baixo até começar a tocar minha música favorita, Jonas Brothers, sim, eu amo muito eles. - Pai, por favor aumenta o som - Eu disse bem alto - Ele reviu os olhos, mas o fez, eu sabia o que odiava Jonas Brothers.

Pedro

Era verão de 2008, essas férias como outras, vamos para Santos. Mas havia uma diferença enorme, a diferença é que minha mãe não estaria conosco. Perdemos ela há seis meses atrás para o câncer, apenas meu pai e meu irmão. Apesar de tudo, a tristeza por não ter minha mãe, algo legal aconteceria minha banda iria  tocar na inauguração do quiosque da praia naquele final de semana.

Estava animado para chegarmos a Santos. A praia de lá sempre me trazia certa paz. Eu e meu irmão entramos no carro e meu pai ordenou que colocássemos o cinto. - Hugo? Eu disse chamando meu irmão. Ele parecia chateado, acho que era lembranças da mamãe. - Hugo? Eu chamei de novo, ele estava distante. - Maninho? Insisti - Humm, falou comigo? - Sim, você está bem? - Claro, por que não estaria? - Eu sabia que não estava tudo bem porque, ele estava me respondendo com perguntas, mas eu vou respeitar o espaço dele, afinal lidar com a perda de alguém nunca é fácil.

Alexandra

Chegamos a casa da tia Clara, e como sempre ela nos recebeu muito bem. - Enfim vocês chegaram - Disse ela abraçando minha mãe -  Ela olhou para mim, eu estava guardado o livro que estava lendo na minha mochila. - Bubs, olha como você cresceu menina. - Eu corri e lhe dei um abraço apertado. - Onde está o tio Franklin? - Eu perguntei - Ele chega à noite, precisou ir ao Rio para uma reunião de negócios, se acomodem por favor.

Eu segui para o quarto em que sempre ficava, eu gostava de lá porque tinha uma bela vista. Eu fui a varanda sentir o vento sobre o meu rosto. Notei um carro chegando de longe, o carro parou a umas três casas depois da tia Clara. - Alexandra? - Hum, Oi mãe, tô indo.

Pedro

Chegamos em Santos mais rápido do que eu imaginava, o Hugo passou a viagem toda distraído, mas continuei a não o incomodar acho que no tempo certo ele falaria.

Olhei pela janela vi alguém familiar na sacada há umas três casas antes da nossa. Descemos do carro peguei minha guitarra e corri para o meu quarto, eu tinha que ensaiar só faltava um dia para a inauguração do quiosque.

Alexandra

Tivemos um ótimo jantar aquela noite. Meu pai e o tio Franklin, conversavam bastante sobre negócios, enquanto eu, minha mãe e minha tia lembramos da minha infância.