Capítulo 47.

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Kylie P.O.V

Meu coração precia que ia pular do peito. Estava quase a descobrir TODA  a verdade sobre mim e o que fizeram comigo. Dentro de segundos eu estaria frente a frente com o meu verdadeiro pai, aquele que durante quase 20 anos achou que a filha morreu no parto.

Bati na porta, olhei para Justin e ele agarrou minha mão, me dando um beijo no topo da minha cabeça.

-Você consegue. - ele disse ainda com os lábios na minha cabeça. Eu sorri para ele

-Boa tarde, posso ajudar vocês? - uma mulher loira com uns 47 anos abriu a porta, ela parecia bem simpática e seu sorriso era lindo.

-Boa tarde, eu gostaria de falar com o senhor Rob, ele está? - eu tremia

-Está sim, eu vou chamar. - ela encostou a porta e o meu nervosismo só aumentava a cada minuto

-Quem deseja falar comigo? - ele disse abrindo a porta. Seus olhos se abriram ao olhar para mim. Parecia que ele me conhecia

-O meu nome é Kylie e... E eu sou... Sou fi-filha. - eu disse com a garganta em um nó.

-Minha filha? Como assim? É melhor vocês entrarem. - ele abriu mais a porta e nos deu passagem para que entrassemos na sua casa.

Ele nos guiou para uma sala acolhedora.

-Podem se sentar. - ele disse. Ele era bem bonito e o formato do seu rosto era até que parecido com o meu.

-Eu sei que isso parece de loucos mas eu sou a sua filha. Eu vou te explicar tudo, se você quiser saber claro. - eu nem sabia o que dizer

-Claro que quero saber. Pode começar.- ele disse sorrindo, era notável o nervosismo em sua voz.

-Eu não sei a historia toda. O que eu sei é que no dia 1 de maio, você deu entrada com sua companheira no hospital Queens-Neuro em Nova York e que disseram a vocês que vossa filha havia morrido no parto. Estou certa? - eu perguntei

-Você está certa. - ele disse e o nó na sua garganta já marcava presença mas ele não tirava os olhos de mim e ouvia cada palavra com toda a atenção do mundo.

-Mas eu não morri, eu fui dada a outro casal que havia perdido a filha no parto devido a problemas no útero da bebé, que a impedia de ter filhos. Esse casal, que eu pensava serem os meus pais, Bárbara e Billy, pagaram ao médico que fez ambos os partos e ele deu a vocês a bebé morta e me deu a mim ao outro casal.- continuei explicando e mostrando todas as provas que havíamos conseguindo junto com as provas que Bárbara havia deixado antes de morrer. Eu não falei nada, mas depois de fazer a última ecografia antes de saber o sexo do nosso bebé eu fiz um teste de sangue para ter certeza que eu não era filha de Bárbara e de Billy e realmente eu não era.

Conversamos sobre mais algumas coisas durante um bom tempo. Rob me fez um monte de pergunta e eu também fiz. Parecia que sempre nos conhecemos, havia uma ligação, algo inexplicável. Eu contei como foi toda a minha vida com o outro casal e agora era a vez dele.

-Depois da sua suposta morte eu e sua...- ele hesitou e eu o ajudei

-Você e minha mãe o quê?

-Eu e sua mãe ficámos distantes. Ela se culpava por não ter sido capaz de fazer tudo certo e de não ter conseguindo colocar você no mundo. Depois de 2 anos vivendo na mesma casa, sem falar uma palavra e dormindo em quartos separados, a gente decidiu colocar um fim no casamento e foi aí que eu conheci a Julie, minha esposa. Nunca mais tive qualquer tipo de contacto com ela. Soube apenas por amigos comuns que ela tinha voltado a casar e se tinha mudado para o Canadá. Não sei de mais nada. -ele disse.

Julie esteve sempre do lado dele e me olhava com carinho. Ela era bem legal e meu pai também. Tudo o que ele dizia vinha do coração.

-Meu deus... Eu tenho uma filha! Obrigada meu Deus por me ter devolvido o meu maior sonho! - ele disse me abraçando pela quinquagésima vez. Ambos não estavamos acreditando

-Eu agora tenho um pai e você agora tem uma filha também. E agora é de verdade e para o resto da vida! - eu disse e Rob me deu um longo beijo na testa. Amor de pai era tão incrível.

-Agora eu tenho 3 filhos! - ele disse e eu o olhei sorrindo

-Eu tenho irmãos?

-Sim, tem 2 irmãos, gémeos. O Mike e o Alex. Eles estão de férias em Espanha com os meus pais, seus avós Marie e Gorge.

-Sério? Irmãos gémeos? Que loucura! -eu disse super animada olhando o porta retrato me dado por Julie. Eram gémeos mas muito diferentes. Um era quase loiro e o outro era moreno. Bem bonitos!

-Eu vou trazer um chá para a gente. - Julie disse amável

-Que idade eles têm? - perguntei. Eu queria saber tudo

-Têm 16 anos. São uns bebés ainda. - ele disse e eu ri

-Ja são uns homenzinhos Rob.

-Pode me tratar por pai, afinal eu sou seu pai, certo?

-Sim, desculpe pai. Que louco chamar alguém de pai assim.

-Aqui está o chá. -Julie disse e cada um tirou sua chávena. Eu dei um gole

-Pai, ehh e minha mãe? Ainda não falou muito sobre ela. Como ela era? Qual era o nome dela? - perguntei e dei outro gole

-Sua mãe era linda, como você. Morena e de pele clara. Adorava fazer coisas radicais. Era muito leal e fiel. Quando gostava de alguém de verdade, dava o que podia e o que não podia por essa pessoa. Era divertida mas muito teimosa e um pouco ciumenta.

-Como se conheceram? - fui dando vários goles no chá. Ele estava uma delicia.

-A gente se conheceu em uma festa. Os meus amigos eram amigos das amigas dela e então a gente ficou amigo, namorámos e depois casámos. O resto você já sabe.

- A gente tentou achar o nome dela mas não encontrámos nada. Como era mesmo o nome dela? - dei o último gole no chá

-Ela não gostava do nome dela então quando perguntava qual era o nome dela ela dizia o segundo nome Isabel mas depois que a gente se separou ela quis ser chamada pelo primeiro nome, para que não fosse mais a Isa e o Rob como a gente era conhecido entre amigos. Ela agora usa o nome completo Chelsey Isabel West. - ele completou e meu chão desapareceu debaixo dos meus pés

-Chelsey Isabel Wes-st? - gaguejei olhando para Justin que me olhava preocupado

-Sim, algum problema minha filha?- foram as últimas palhetas que ouvi e apaguei

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THE ONEOnde histórias criam vida. Descubra agora