001 || "B-r-a-d-l-e-y."

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↳ 𝐋𝐮𝐚𝐧𝐚 𝐄𝐯𝐚𝐧𝐬
     ↳ 𝟐𝟕 𝐝𝐞 𝐃𝐞𝐳𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨⸴ 𝟐𝟎𝟏𝟖

  Acordo com o som do despertador, estico meu braço para pegar o celular e desligar a origem daquele som irritante. A claridade do aparelho machuca meus olhos, assim que me acostumo com a luz, arregalo os olhos, levanto desesperada assim que percebo que estou atrasada.
 Corro para o banheiro e já começo a escovar os dentes, como acabei de acordar, não estou raciocinando direito, e só me dou conta disso quando percebo que estou com a escova de dente na boca, minha mão direita puxando a calça para cima e a esquerda tentando colocar o sapato no meu pé. Depois de alguns rápidos minutos eu termino. Saio do quarto e vou em direção da escada, onde desço as pressas, ainda bem que deixei as malas aqui embaixo na noite passada. Pego-as junto com as chaves de casa que estavam no balcão próximo. Fora de casa, tranco aporta e pego meu celular e chamo um Uber, que não demora muito para chegar. Já dentro do carro, relaxo enquanto coloco meus fones, abro o aplicativo de músicas e coloco no aleatório, meus ouvidos são preenchidos pelo som de Mirrors  de Justin Timberlake, encosto minha cabeça e fico olhando para a paisagem. Acho que agora é um bom momento para explicar o que está acontecendo na minha vida no momento. Meus pais são separados, meu pai mora em Londres e eu moro com aminha mãe no Brasil, bom, morava. Infelizmente a um mês minha mão faleceu, bem na época que eu estava planejando morar por um tempo com meu pai a pedido de minha mãe. Mesmo ela sendo separada dele, ela queria que eu tivesse uma boa ralação com meu pai, ela até brincava que seu último desejo seria que ambos conseguissem ficar no mesmo cômodo sem o apocalipse acontecer. E bem, esse acabou sendo mesmo seu último pedido. E agora nossa relação vai ser mais complicada ainda, descobri que ele tem uma nova família, não posso julgá-los sem conhecê-los, a única pessoa que eu realmente posso julgar é ele, por ter abandonado a minha mãe, por ter me abandonado.
 Agora estou eu, chegando no aeroporto para viajar a Londres sem meu pai saber que estou indo. Não se preocupem, eu já me organizei toda, não estava em meus planos depender dele, até porque eu nunca dependi. Aluguei um quarto para ficar, o preço estava bem acessível, confesso que até fiquei apreensiva sobre, mas depois de conversar muito com a dona, fechamos o contrato. O único problema que realmente me dá um pouco de medo é meu inglês, não é que ele seja ruim, mas na hora que eu preciso falar, minha mente fica em branco e eu fico com cara de pateta, porém agora eu não vou voltar atrás. E sobre a dona, eu acho que é dona, eu não entendi direito seu nome, e nem como pronunciar direito, ela soletrou, mas acho que não vai me ajudar muito. Lembro que foi engraçado porque ela teve que repetir algumas vezes para eu compreender o sotaque, e então, mais pausadamente ela disse: "B-r-a-d-l-e-y." No post que vi, ela dizia ser bem sozinha, e que precisava de uma colega para conversas as vezes, ela contou também que ela acaba viajando por bastante dias no mês, e que queria ajudar para cuidar do seu cachorro, então um dos requisitos era gostar de cachorro também. Sei que realmente parece loucura ficar na casa de alguém que nem conheço, mas o preço estava acessível, apenas algumas regras como ajudar nas tarefas, afinal, mesmo que eu esteja alugando o quarto, vou acabar usando os outros cômodos, então eu e ela já resolvemos sobre as tarefas da casa, e por isso eu nunca iria pedir para meu pai por ajuda. Eu consigo me virar, sei que consigo. Ainda não tenho um tempo definido que vou ficar lá, não pretendo ficar muito tempo também.

 Ainda não tenho um tempo definido que vou ficar lá, não pretendo ficar muito tempo também

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  Após onze horas e seis minutos de voo, me encontro acabada. Aqui já está de noite e eu só quero uma cama para dormir. Pego minhas malas e saio do aeroporto, vejo um táxi estacionado e me aproximo, ainda bem que ele está disponível. O moço me ajuda a guardar as malas, entro no carro e falo o endereço do prédio. Depois de quarenta minutos chegamos ao prédio, a princípio achei que estávamos no lugar errado, pois isso aqui é um prédio de luxo. Confiro o endereço umas três vezes, e por incrível que pareça, é realmente o lugar certo. Confusa, eu pago o motorista, pego minhas malas e sigo para o saguão do prédio, as pessoas que passam estão bem arrumas, me sinto um pouco desconfortável com os olhares que estou recebendo, ainda mais por eu estar com uma roupa não tão bonita, mas confortável, até porque eu peguei um voo de onze horas. Chego no balcão da recepcionista que nem me olha.
— O-olá? Boa noite. — digo a olhando.
— Pois não? — fala sem dar muita atenção.
— Sou a nova moradora do... — leio a mensagem. — Um meia dois.
 Sua sobrancelha levanta tanto que eu até me assusto.
— Perdão senhorita Evans, o Sr. Simpson já está a sua espera, andar decimo sexto, tenha uma boa noite. — ela diz com um sorriso amarelo e chama um moço para me ajudar com as malas. Entro no elevador confusa, Sr. Simpson? Mas o Bradley é mulher, né? Mas eu não devo ficar indignada com isso, talvez a pessoa prefira os pronomes masculinos. Assim que eu ver elu, eu pergunto. Assim que as portas do elevador se abrem, tenho uma sensação estranha. Não é possível, paguei um preço tão baixo em um prédio de luxo, e o apartamento fica no último andar. Pego minhas malas e agradeço o moço, saio do elevador e toco a campainha, uma pessoa muite bonite me atende, elu tem um estilo anos 90, e seu cabelo é maravilhoso, seus óculos combinam bastante com sua face. Eu abro a boca para falar e elu sorri, meu pai amado da bicicletinha... se controla Luana!
— Senhorita Evans! Prazer, sou Bradley Simpson! — ele estende a mão e eu fico pasma.
— Ah, oi! — digo nervosa. — Desculpa, mas fiquei confusa, devia ter perguntado antes seus pronomes, pois acabei ficando sem reação lá na recepção, pensei que você fosse uma moça, e a recepcionista te chamou de "Senhor", queria me desculpe se fiz você se sentir desconfortável. — eu digo com a maior sinceridade de todas.
— Não tem problema, meus pronomes são ele/dele. Meu nome deve ter te confundido também, me lembro que você falou que não tem o inglês muito bom.
— Pois é. — fico meio apreensiva. — Mas agora está tudo bem.
— Vem, vou te mostrar o lugar. — ele diz dando passagem, assim que entro um grande cachorro pula em mim, eu faço carinho. — Essa é a Jess, minha princesinha. — ele diz sorrindo.
— Oi Jess. — digo falando com ela que lambe minha mão.
— Seu quarto é por aqui. — Bradley chama minha atenção, eu paro de dar carinho a Jess e o sigo.
Subimos as escadas, Bradley me ajuda a carregar as malas.
— Seu quarto é aqui. — ele abre uma porta. — O banheiro é ali. — ele aponta para uma porta dentro do quarto. — e o closet é ali. — ele aponta também. — Vou deixá-la a vontade, se estiver com fome, eu comprei uma pizza, vou deixa no micro-ondas. — ele sorri e eu sorrio de volta. — Bom, espero que se sinta confortável, qualquer dúvida, eu estou ali. — ele aponta para uma porta um pouco distante da minha. — É o meu quarto, se precisar de algo pode me chamar. — eu concordo. — Boa noite. — ele sorri pelo ultima vez e o vejo descer as escadas com Jess atrás dele.
 Assim que ele sai, eu fecho a porta e a tranco. Ele foi muito gentil, mas isso não quer dizer que eu não preciso ter precaução. Finalmente analiso o quarto, ele é bem bonito, mas não está decorado, tínhamos falado que se eu quisesse fazer algo aqui no quarto, era para eu ficar à vontade.
 Tiro um pijama, amanhã eu organizo as coisas, estou muito cansada para fazer isso agora. Vou em direção do banheiro e me preparo para tomar uma ducha. De banho tomado eu volto ao quarto, sento-me na cama e de minha bolsa, tiro meu carregador, Bradley deixou um adaptador de tomada para mim, muito legal da parte dele. Deito-me na cama e encaro minha pulseira, abro o pequeno coração e vejo a foto da minha mãe. Apago o abajur e me viro.
— Boa noite Mãe. — sussurro e caio em um sono profundo.

𝐍𝐨𝐭𝐚: 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑢 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑚𝑢𝑑𝑎𝑛𝑐̧𝑎𝑠 𝑛𝑎 𝑒𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑎, 𝑜 𝑝𝑙𝑜𝑡 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑎 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜

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𝑜 𝑝𝑙𝑜𝑡 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑎 𝑜 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜

𝐒𝐞𝐞 𝐲𝐨𝐮 𝐥𝐚𝐭𝐞𝐫
; 🌙

O Garoto da Porta ao Lado ⇵ Bradley Simpson ⌊✔⌋Onde histórias criam vida. Descubra agora