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[não revisado]

Domingo, 30 de dezembro de 2018 [04:01]

Já fazia 3 meses que tínhamos falado para nossos amigos. Todos já estavam acostumados. Ou quase todos.

Eu tinha começado a trabalhar em uma pub e você em uma cafeteria, pra pagarmos o tratamento hormonal. Nossos amigos tentavam nos ajudar: sempre que dinheiro sobrava eles nos entregavam. Parecia que nossa vida estava funcionando. Até aquele dia:

Lembro-me de ouvir batidas na porta, e quando abri você estava chorando, eu iria lhe perguntar o que aconteceu, porém você simplesmente me beijou, colocando suas pernas ao redor da minha cintura enquanto suas mãos estavam apoiadas no meu ombro. Naquele momento eu não lembrava de mais nada, apenas te retribuía o beijo.

Você murmurou para eu te levar para o quarto e quando chegamos lá, tirou sua blusa e pediu para que eu fizesse o mesmo. Quando você estava quase nu (exceto por sua faixa peitoral) e eu também, você me deitou na cama e então falou, com seus olhos brilhando e suas mãos tremendo, a frase que fez meu coração bater mais rápido do que já estava batendo:

- Eu te amo, Jungkook-ah,por favor, nunca se esqueça disso - e então começou a chorar suavemente, enquanto me beijava novamente.

Naquela noite, eu perdi as contas de quantos "eu te amo" você disse.

E aquela foi a primeira vez que dormimos juntos, e a última também, meu bem.

E hoje eu entendo o porquê de tantos "eu te amo" que você disse: você disse milhares de vezes, pra compensar uma vida inteira que eu não escutaria mais você falar essas 3 palavras pra mim.

Quando eu acordei, você não estava mais comigo, apenas tinha uma carta, eu a abri e comecei a ler. O primeiro parágrafo foi capaz de me fazer desmoronar no choro.

Quando eu terminei de ler, eu apenas coloquei a minha roupa que estava jogada no chão e saí o mais rápido possível chegando na sua casa.

Bati na porta desesperado, quando sua mãe abriu, consegui perceber seus olhos inchados.

- Jungkook?

-JIMIN?!ONDE TÁ O JIMIN? - disse desesperado, tentando observar por trás de seus ombros.

- "O" Jimin?

- ISSO NÃO IMPORTA AGORA - comecei a chorar,sentindo minha respiração começar a falhar e meu rosto começar a ficar avermelhado - por favor, me responda - solucei

-Jeon, a Jimin...ela não tá aqui, desde ontem a noite depois de uma discussão que tivemos.

- Merda! - tentei me afastar, porém sua mãe tocou meu braço me impedindo.

-Por que falou na Jimin no masculino?!Ela pode ser...desse jeito, meio desengonçada e pode ser lésbica! Mas ela ainda é uma moça, Jeon!trate-a com respeito - Sua mãe começou a me brigar e eu ri debochado.

- Sua filha - sorri de canto - é um homem, senhora. E creio que a senhora sempre soube! Meu namorado, é um homem! É um homem incrível! Desde criança ele sempre foi um. E a senhora fez ele se sentir errado, ridicularizado e humilhado. Por isso, eu preciso achar ele, por que eu não vou aguentar saber que a merda daquela carta era séria e ele se matou! Eu não vou aguentar essa merda! Eu juro por Deus! Se me der licença, eu vou procurar meu namorado - sua mãe me olhou pálida e em choque. Sai correndo em direção a cafeteria que você trabalhava, e você não estava lá. E nem em lugar nenhum. Fui na casa de todos os nossos amigos, praças, lugares que você frequentava, e te liguei diversas vezes.

My little boy - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora