Os Reis de Nárnia

I - Pedro e Edmundo

Uma manhã ensolarada iluminava Cair Paravel. E Nárnia vivia sua "Era de Ouro" após seis anos sob o reinado dos irmãos Pevensie, que se espalhavam pelo castelo. Lúcia e Susana desmontavam de seus cavalos depois de uma pequena corrida até a casa dos castores na qual a mais nova continuava a cantar vitória, Pedro rondava alguns corredores do castelo e Edmundo acordava com uma maldita ereção após uma noite de sono povoada com sonhos eróticos.

Apesar da maldita ereção, seu problema estava nos sonhos, que há dois meses teimavam em envolver o outro rei de Nárnia, o qual era seu irmão. Havia lido em seu que era comum ter esses sonhos nessa fase de puberdade, afinal o garoto estava em seus dezessete. Contudo, apesar de não controlar seus sonhos, controlava suas fantasias, que tinham o mesmo conteúdo e com o mesmo rei.

- Qual o meu problema afinal?! - o garoto se perguntou frustrado. - Dois homens... - o garoto se interrompeu ao lembrar-se de uma cena, quando o mesmo era mais novo.

Edmundo ainda era muito pequeno, mas se lembrava de um passeio com a mãe, no qual o pequeno se desviou do caminho e encontrou, num espaço mais escondido, dois homens se beijando. Um deles tinha as mãos nas calças do outro e parecia agradar o outro mexendo ali. Mas se impediu de continuar assistindo quando a sua mãe o chamou de volta para perto de si.

Chegando em casa, o menor contou o que viu para o mais velho e perguntou-lhe o que havia visto.

- Homossexuais. - Pedro lhe respondeu. - Homens que se sentem atraídos por homens. Esse tipo de comportamento é proibido aqui, por isso eles estavam escondidos. Se vir outro caso desses, fique longe, Ed.

A lembrança antes fora uma experiência bizarra, mas a ideia de agarrar outro homem parecia extremamente convidativa nos últimos meses. Principalmente se o homem em questão for Pedro Pevensie.

...

No jardim do castelo, Pedro deitava-se na sacada, sem medo algum de cair. Pensava em um pequeno lugar, afastado das árvores, mas ainda coberto por elas. Não sabia o porquê do território afastar os animais. Há quem diga que há tempos, foi lá que a Feiticeira Branca havia matado pela primeira vez, mas a verdade é que o passado da mesma é tão desconhecido quanto o paradeiro da Feiticeira Verde.

E por que pensava no local em específico? Porque precisava levar Edmundo ali, onde as árvores não interferissem, os animais não pisassem e suas irmãs não conhecessem. Seria o único lugar aonde poderia ter com seu irmão. E não temeria o fazer, visto que Edmundo esteve o observando com frequência nos últimos dois meses. Tinha um sorriso de satisfação ao perceber que tinha grandes chances de que seu amor lhe fosse correspondido.

...

Nas intimidades de seu quarto, Edmundo levava uma das mãos ao volume entre as pernas dentro das calças. Lembrava-se do pouco que havia visto entre aqueles homens e se imaginava com Pedro, por mais errado que fosse.

Mas uma batida na porta o assustou e o fez interromper a atividade para responder:

- Entre.

E seu irmão, mais belo do que nunca, entrou, sem roupas formais, apenas com camisa, calças e sapatos confortáveis para um piquenique.

- Ed, eu quero te mostrar um lugar legal que eu achei. - O mais velho o disse, com um sorriso encantador no rosto. - Você quer vir?

- É bom sair um pouco do castelo, pra variar. - o moreno lhe respondeu, se levantando da cama e pegando roupas similares as do irmão no baú. Até porque, seria estranho ver o Rei Edmundo saindo dos aposentos de pijama.

...

Chegando ao local, Edmundo admirou-se com a beleza do jardim. Flores de todos os tipos rodeavam a área, de tamanho similar ao da sala dos tronos. Um pequeno e transparente lago ajudava a decorar o lugar, com uma pequena fonte entre as pedras que faziam um pequeno muro do lugar.