R-Vingança2

2.3K 190 11
                                    

No dia seguinte..
Acordei cedo, eu precisava estar perfeita. E agir perfeitamente. Sei que poderia não ter Lucas naquela noite. Eu pensei que ele pudesse ser esperto demais.
Entrei no banheiro fiz uma hidratação no meu cabelo, para ficar liso. Bati gilete. E me lavei. Mais tarde eu tomaria outro banho, mas isso me pouparia tempo. Até que para uma garotinha de onze anos eu estava ficando esperta.
Recebi uma ligação de Alemão perguntando se eu estava bem. E com toda calma e sinceridade de uma bandida, eu disse que sim. Quando na verdade, eu estava eufórica.
Eu estava pronta para atacar e mostrar aos colombianos que eu posso mexer com eles e derrubar um a um. Porque era isso que eu iria ser. Estava determinada e pronta. Eu havia tudo que precisava, e eu iria usar. Até os ventos uivavam ao meu favor naquele dia, era como se o universo tivesse a certeza que eu tinha entrado para a lista negra, e que tudo que eu fizesse entraria como castigo para ser cobrado mais tarde.
Fiz de tudo para descobrir qual motel meu primo administrava. Mas pensando bem, não era uma boa hipótese. Eu iria envolver um parente, um parente que me odiava, e eu nem sabia dirigir como seria minha fuga? Eu precisava fugir. Aí veio a ideia brilhante, que não é tão brilhante mas não hora caiu como uma luva.
HOTEL, hotel seria perfeito. Porque eu poderia sair e ninguém conseguiria me ver. Alguns hotéis da beira da estrada você não precisa fazer toda aquela vistoria e as pessoas não veem sua cara há menos que queira, e eu não queria que isso acontecesse.
Coloquei o bolo em uma embalagem plastificada dentro de uma caixa de papelão com um laço.
O dia passou voando e já estava quase na hora, da puta do Diabo fazer suas maldades. Domingo com D de diabólico.
Tomei um banho, passei um hidratante de morango com champanhe por toda a extensão do corpo,um perfume. E vesti minha lingerie. Havia um conjunto de jeans e moletom na minha bolsa.
Vesti um sobretudo preto por cima da lingerie. Fazia frio admito, e eu estava arrepiada por conta disso.
Escovei meu cabelo, passei uma maquiagem leve sobre a minha pele doce e angelical.
Escrevi um bilhete avisando minha vó caso ela aparecesse.

"Fui comer algo na casa de Cida, já volto".

Cida era minha tia, ela sempre acobertava alguém, então se vovó ligasse perguntando ela afirmaria mesmo eu não estando.
Fechei a casa, e peguei umas notas de cem na minha mala, eu precisaria voltar para casa, já que eu não sabia dirigir. A embalagem do bolo estava na minha mão esquerda, enquanto eu posicionava minha música favorita para tocar. Eu andei pela rua meio deserta, minha vó morava em um bairro afastado. E as únicas coisas que iluminavam a rua era poucos postes, o que me trazia um ar sombrio aos barulhos do scarpin batendo contra o asfalto.
Avistei o carro do Henrique parado, um corola vermelho. Era chamativo para quem era traficante. Os bancos eram de couro, e tinha cheiro de puta. Creio que aquele carro não era de Henrique, mas essa não era a importância e nem minha intenção. Cumprimentei com um beijo no rosto, deixando a marca do meu batom. O meu perfume invadia o carro exalando um cheiro agradável.
- Aonde vamos?
- Que tal um hotel? Tem um perfeito nessa estrada.
Ofereci essa hipótese. Acho que ele estava com medo de ser reconhecido. Afinal ele era irmão de traficante.
- Acho perfeito, quer jantar primeiro? Ou prefere um hambúrguer depois?
- Um hambúrguer depois.
Eu não teria muito tempo, não poderia ficar apreensiva. Ele perceberia. Enquanto me ajeitava no banco pude perceber que havia uma mala atras.
- ãh perdoe, mas o porquê dessa mala?
perguntei curiosa...
- Algumas roupas, vou me mudar.
- oh sim. (Não dei muita importância)
Eu sabia que ele não iria se mudar, o tom de voz dele havia mudado. Ou era arma, ou droga ou dinheiro. E eu preferia as duas opções arma e dinheiro. Eu não era uma ladra mas eu poderia me sentir um pouco recompensada. Seria uma recompensa por vingar a morte de Amanda.
Fomos ouvindo funk até chegarmos ao hotel onde ele deu apenas  meia entrada e depois daria o resto quando acabasse.. o que seria nunca.
Subimos pelas escadas até chegar no segundo andar. Caminhamos até o quarto 113. E lá ele me deu um leve tapa na bunda e começou a me beijar enquanto eu deixava minha bolsa de lado e ainda apoiava a caixa do bolo na minha mão.
- Henrique tenho uma surpresa para você.
Disse rápida e um pouco ofegante, estava sem ar.
Ele desprendeu meu sobretudo me deixando livre, mostrando a ele meu corpo branco e com a lingerie vinho.
- Uau!
Ele balbuciou, me olhando e encarando cada parte do meu pequeno corpo.
- Qual é a surpresa?
Perguntou curioso.
Entreguei a caixa a ele.
- Mamãe sempre disse, se for conquistar alguém que seja não só pelo coração, mas também pelo estômago.

Garotinha Imunda Onde histórias criam vida. Descubra agora